POETA - Augusto Gil –
1870-1929
Augusto César
Ferreira Gil nasceu na freguesia de Lordelo, Porto, a 31 de Julho de 1870; por um
acaso, pois a sua mãe encontrava-se ali acidentalmente. E viria a falecer
a 26 de Fevereiro de 1929, em Lisboa. Passou a infância na Guarda, a "sagrada Beira", de
cujo ambiente encontramos reflexos em alguns dos seus melhores versos, e de
onde os pais eram oriundos.
Em Coimbra para onde foi cursar Direito na
sua Universidade, “havia a mais profunda barafunda no tocante a literatura” – como ele próprio o documenta –
desde as lufadas da escola romântica às constantes e curtas novidades “que vinham de França, em
caixotes, mensalmente: instrumentismo, simbolismo, decadentismo, neo-religiosismo…”.
Começou a exercer advocacia em Lisboa, mais tarde ingressou no
funcionalismo público, onde chegou a ser director-geral
das Belas-Artes.
Foi na poesia que o autor mais se destacou, ligando a imaginação simbolista a um lirismo e sátira popularizáveis. Talvez por isso fosse tanto do agrado das massas populares.
Qualquer motivo banal lhe servia para fazer versos. Inspira-se na natureza, nos
pobres, temas que torna acessíveis e realistas, dando-lhes um raro sentido de
ritmo.
Na sua poesia notam-se influências do lirismo de António Nobre pelo que também
se pode afirmar que se insere numa perspetiva neo-romântica nacionalista.
Apesar de estar bem divulgada, a sua obra carece ainda de um estudo
aprofundado, embora alguns autores lhe tenham dedicado atenção, como o cunhado do poeta Ladislau
Patrício, escritor, humanista, médico, que veio a falecer em 1967.
Apesar dessa falha
ainda não colmatada, o nome de Augusto Gil ocupa um lugar de destaque na
literatura portuguesa.
Augusto Gil foi contemporâneo de
João de Deus (1830-1896) (lembram-se da "Cartilha Maternal"?), Eugénio de Castro (1869-1944) e Afonso Lopes Vieira
(1878-1946).
As suas produções,
entre o sentimental e o naturalista, tornaram-no quase tão popular como Guerra
Junqueiro, sobretudo depois da publicação de “Luar de Janeiro”,(publicado em
1909) que teve várias reedições.
Na sua poesia notam-se influências
do parnasianismo (*) sobretudo nos primeiros livros, quer de João de Deus e do seu domínio do soneto, quer de Cesário Verde no tom realista da descrição
urbana e no coloquialismo; percebe-se igualmente alguma assimilação dos processos simbolistas (*)nomeadamente
de Verlaine e de Eugénio de
Castro (1869-1944). Influenciado também pelo lirismo de António Nobre
(1867-1900), a sua poesia insere-se numa perspetiva neo-romântica nacionalista.
Com efeito, deste encontro de
tendências ressalta a sua característica pessoal: a sua sensibilidade tipicamente portuguesa, de um lirismo terno e suave, atravessado de um humor agreste de auto ironia.
Augusto Gilm na sua simplicidade, considerava-se um poeta menor, que não o era, podendo afirmar-se que foi um bom versejador, pois é notável a forma e
destreza como a quadra popular e o escrúpulo que põe tanto na forma como na
metrificação.
Os restos mortais de Augusto Gil repousam num jazigo localizado
logo à entrada do cemitério municipal da Guarda, ostentando dois versos do seu livro Alba Plena: “E a pendida fronte, ainda mais
pendeu.../E a sonhar com Deus, com Deus adormeceu...”
Consulte poemas de Augusto Gil, neste blogue, procurando por: Poeta Augusto Gil - Poemas;
Procure: Natal - o menino brincando;
O passeio de S.António;
Luar de Janeiro;
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O passeio de S.António;
Luar de Janeiro;
Bibliografia:Poesia: Livros publicados:
Musa Cérula (1894), Versos (1898), Luar de Janeiro (1909), O Canto da Cigarra (1910), Sombra de Fumo (1915), Alba Plena (1916), O Craveiro da Janela (1920), Avena Rústica (1927) e Rosas desta Manhã (1930).
Crónicas:
Gente de Palmo e Meio (1913).
* Há blogues que referem que o poeta Augusto Gil nasceu em 1870, outros referem 1873.
Procure poemas do poeta em outras páginas deste blogue.
* Explicamos em outra página. Procure por Parsianismo
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