Celeste, Li já MÃE PRETA. Estou terminando de ler O MEU PECADO. Gostei imenso de ambos
(do segundo, até onde cheguei). O vocabulário de Mãe Preta, muito bem explicado
no glossário, o seu texto agradaria a Machado de Assis e sua cobrança pela “cor
local”... A trama e o drama da protagonista são tocantes.
O que mais me chama a atenção é a
fluidez de sua ficção, a linguagem leve e transparente não deixa de construir o
entrecho denso e multifacetado – como no caso da discussão filosófica da
“diferença”, no questionário a que é submetida a protagonista, no trecho que
você destaca – a delicadeza da visão de Lina é mais que tocante. Pena é que o
gênero humano tenha seguido trilha de diminuição de valores como esta
sensibilidade.
Já a saga do protagonista de O MEU PECADO é contagiante. Aliás, sua
ficção prende pela delicadeza e franqueza. Os duelos verbais não fazem sombra
na verdade das palavras que brotam da boca das personagens que você cria.
Penso que a literatura guarda uma
herança irrecorrível que muita gente, infelizmente, teima em que querer
execrar: a escrita. Esse mérito, entre todos os demais, seus romances têm. Numa
palavra: gostei.
Ainda que minha opinião pessoal seja
apenas mais uma – e, confesso, com o passar do tempo tenho ficado mais chato, o
quê, de certa forma, me faz sentir-me como um dinossauro, portanto, muito longe
do que poderia ser uma “unanimidade” – e valha muito pouco, não perco
oportunidade de expressá-la, quanto mais quando é para tecer elogios mais que
merecidos. Obrigado por sua
confiança, delicadeza e amizade. Já no aguardo de mais um volume, deixo meus
cumprimentos.
Livros do escritor e professor catedrático (agora jubilado) - José Luiz Foureaux de Sousa Júnior(Brasil e
Portugal):
Literatura e Homoerotismo”;
“Você ou a certeza da
proximidade das coisas”;
“Makanceva” (romance)
“As cartas não mentem;(estudo da correspondência entre o poeta António Nobre e Alberto de Oliveira, publicado pela Universidade de Coimbra)”