POETA - CESÁRIO
VERDE – 1855-1886 (31 Anos)
BREVE ANÁLISE DA SUA FORMA POÉTICA por Celeste Cortez
BREVE ANÁLISE DA SUA FORMA POÉTICA por Celeste Cortez
Foto de um quadro do pintor Silva Porto, retratando a época 1870 |
Como poeta foi considerado um dos precursores da
poesia que seria feita em Portugal no século XX. É naturalista e realista. Filho do lavrador e comerciante José
Anastácio Verde e de Maria da Piedade dos Santos Verde, Cesário matriculou-se
no Curso Superior de Letras em 1873, mas apenas o
frequentou alguns meses, para se dedicar à profissão de comerciante como o pai.
No seu curso conhecer Silva Pinto, que ficou seu amigo para o resto da vida. Em
1877
começou a ter sintomas de tuberculose, doença que já lhe tirara o irmão e a
irmã. Estas mortes inspiraram contudo um de seus principais poemas, Nós
(1884).Tenta curar-se mas vem a falecer no dia 19 de
Julho de 1886. No ano seguinte Silva Pinto organiza O Livro de
Cesário Verde, compilação da sua poesia que foi publicada em 1901.
No seu
estilo delicado, Cesário empregou técnicas impressionistas, com extrema sensibilidade ao retratar a
Cidade e o Campo, que são os seus cenários predilectos. Usa o realismo, o naturalismo.
Evitou o lirismo tradicional,
expressando-se de uma forma mais natural.
A TERRA-MÃE, O
CAMPO - Para ele o campo é o único lugar
para se viver e as pessoas ali são simples, e gente boa. Mas não é bucólico,
não é idilico, não inventa luas especiais, um sol poético, coisas assim. mas um
espaço real, concreto, autêntico, que lhe confere liberdade. O campo é um
espaço de vitalidade, alegria, beleza, vida saudável… Retrata os camponês no
seu trabalho diário com objectividade e realismo. A MULHER DO CAMPO é quase
sempre feia, mas linda por dentro. (bondade, vigor, etc.) São estas as mulheres
que ele coloca na cidade como:
vendedeiras, engomadeiras, trabalhadoras que ele admira, e que têm sempre uma
força interior especial.
CIDADE - o ambiente físico cheio de contrastes, apresenta ruas macadamizadas/esburacadas, casas apalaçadas (habitadas pelos burgueses e pelos ociosos) quintais e casas velhas, edifícios cinzentos e sujos… O ambiente humano é caracterizado pelos calceteiros, cuja coluna nunca se endireita, pelos padeiros cobertos de farinha, pelas vendedeiras enfezadas, pelas engomadeiras tísicas, pelas burguesinhas e pelas varinas rechonchudas… A MULHER DA CIDADE: A fidalga convencida, a mulher fatal, a calculista, sem sentimentos, a mulher dominadora. Mas na cidade DESCREVE OUTRO GÉNERO DE MULHER: a débil, ingénua, terna. Ecos de sua obra podem ser vistos nos poemas de Fernando Pessoa, parecendo Cesário Verde o predecessor do heterônimo Álvaro de Campos de Opiário e sendo citado várias vezes por Alberto Caeiro.
No poema
AVE MARIAS, na página seguinte, editada hoje neste blogue, vê-se um ambiente melancólico, não só o anoitecer mas a cor
londrina, provoca-lhe enjoos, melancolia, este cenário provoque a dor. Sente-se oprimido,
por isso lhe ocorrem um desejo de evasão para exposições e outros países. Evoca
capitais europeias, cujo progresso contrasta com o caos de Lisboa, mas também
evoca os tempos áureos da Lisboa da altura das Descobertas (do tempo do ouro e
das especiarias e das sedas). Chama-nos à consciencialização que o progresso
tecnológico vai fazer à existência humana.
Celeste Cortez .-
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