Na Obra de Luís Athouguia, a aproximação à dimensão infinita da criação, desperta os sentidos e apela à nossa cumplicidade.
Na orquestração da sua Obra, instala-se um léxico original, vigoroso e inconfundível, do abstraccionismo mais estreme, em que os lemas enfrentam a tragédia da sua própria inexistência, num texto cromático e formal que se sustenta da imponderabilidade de todos os mistérios, por ele sugeridos mas nunca revelados.
Diagramas de fenómenos desconhecidos, as formas do vocabulário athouguiano organizam-se como crisálidas de um metamorfismo encantatório, de um oráculo revelador, de um rito impenetrável.
Lugar de todos os rituais, na pintura de Athouguia as figurações dos seres e das coisas oferecem-se a leituras múltiplas e incoincidentes e sobre elas pende a luz ácida da angústia de toda a criação, da agonia do destino e do supremo mistério.
Representações fugazes do tudo e do nada, por entre subtis evocações dos quatro elementos fundamentais de Aristóteles e dos reinos da natureza.
(excertos de textos de catálogos)
Carlos-Antero Ferreira
Poeta, Académico, Professor Catedrático
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