POETA - ANTÓNIO GONÇALVES DIAS – BRASIL 1823-1864 (41 anos)
Filho do comerciante português de Trás os Montes João Manuel Gonçalves Dias e de Vicência Ferreira, mestiça, tinha muito orgulho na
sua ascendência:brancos, índios e negros.
Foi aluno de Direito em Coimbra a partir de 1840, tendo-se formado bacharel em direito.
Gonçalves Dias foi colega dos
principais escritores da primeira fase do Romantismo português, Alexandre Herculano, Almeida Garrett e
António Feliciano de Castilho. Inspirado por essa convivência e a saudade da pátria,
escreveu a "Canção do Exílio" - poema que se tornou tão célebre que alguns de seus versos são citados no Hino Nacional brasileiro, cuja letra é
de Joaquim Osório Duque Estrada.
É celebre o seu amor por uma moça branca, mas a família desta, com preconceitos raciais não permite o casamento.
É celebre o seu amor por uma moça branca, mas a família desta, com preconceitos raciais não permite o casamento.
Gonçalves Dias regressou ao Brasil e em 1849 foi
nomeado professor de Latim e História. Depois de ter passado por cargos
importantes, acaba por adoecer. Procura a cura em 1862-1863 nas termas de Vicky. Marienbad, Dresda,
Koenigstein, Teplitz e Carlsbad.
1863 – 25 de outubro: Embarca em Bordéus para Lisboa, onde termina a tradução
de A noiva de Messina, de Schiller.
1864 – Fins de abril: Volta a Paris. Estações de cura em Aix-les-Bains,
Allevard e Ems (maio, junho e julho).
1864 – 10 setembro, embarca no navio
Ville de Boulogne. Piora em viagem e regressa ao Brasil a 3 de Novembro do
mesmo ano.
O barco em que seguia naufragou e
Gonçalves Dias morre no seu camarote, nas costas do Maranhão.
Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
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