POEMA –
MÃE PRETA, de Celeste Cortez
Do livro “ L. de E. “ Foto não autorizada da capa do romance Mãe Preta, da autoria do meu neto Michael Silvestre Veloso. |
(Respeitar direitos autorais
citando autora e fontes)
Mãe Preta traz no ventre um mundo que vai nascer,
Sorri esquecendo o amendoim que a seca queimou,
O milho que a água alagou, a semente que o sol secou
Mas não esquece a fome que faz doer e ficou.
Hoje não vai buscar água porque seu filho tirou (pariu)
Seu mundo nasceu, gemeu chorou e berrou
Pedia comida que ela não tinha pr’a dar
Mãe Preta sorriu ao seu menino, sofreu, ficou a chorar
No fundo da panela um resto de quase nada
Mãe Preta amassou em sua boca a farinha empapada,
Mastigou, mastigou, mastigou, na boca não ficou nada
Como mãe-ave a papa depositou na boquinha rosada
Madrugada no caminho de lama Mãe Preta já vem
Lata d'água à cabeça, filho com amor aperta, sonhando “sonhos de mãe”
Fogueira acesa, panela ao lume dos restos sem abundância
que no pilão havia. A teta acaricia. Sorri com esperança.
Canção alegre vai o vento levar
Anca bamboleia, batuca no pilão,
Sorri enlevada;
Seu mundo de amor vai alimentar,
Suas lágrimas vão secar
Ao pássaro do seu mundo hoje não irá dar
farinha empapada.
farinha empapada.
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