Cunhepa, pai, quisera responder-lhe, mas não poderia faltar ao respeito a meu pai, ele não era mentiroso. Mas então os noivos pobres, que não podem pagar um lobolo tão grande pela noiva, não têm também a maior consideração por ela?
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Eu também acho que um povo que tem tradições deverá guardá-las, passá-las às gerações seguintes. Em todo o mundo há tradições, que variam umas das outras. Mas neste assunto do casamento, eu não poderia concordar com as tradições do meu povo.
Será que o convívio da cidade, as carícias e os beijos que tinha visto o André dar às escondidas à minha amiga Guidinha - vizinha e amiga da minha patroa - os que tinha bisbilhotado o patrão pequeno dar à senhora pequena, os que tinha visto os namorados darem - tentando não serem vistos - no Jardim do Bacalhau, e noutros lados, será que esses beijos e carinhos tinham feito mudar os meus costumes tribais, os costumes que sempre foram passados de pai para filho, de geração em geração? E agora no meio de dois costumes diferentes, gostaria de ter a possibilidade de escolher, de seguir a minha vontade.
Eu nunca ouvira dizer que os brancos pagassem lobolo! Não, não pagavam, porque o André já namorava a Guida às escondidas e só quando arranjou emprego é que pediu autorização aos pais dela para namorarem. Onde é que ele tinha dinheiro para pagar o lobolo? O que eles tinham é muito amor um pelo outro, isso sim.
Extracto do romance MÂE PRETA a sair em Setembro de 2011. É o 2º. romance da autora de O MEU PECADO, de alguns a publicar. Faça a sua reserva através do facebook, para Celeste Cortez ou através do email celeste.cortez@hotmail.com . Envia-se à cobrança ou com depósito prévio no NIB da autora. Peça-o, por favor.
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