A CRISE
Chegou a crise
veio para ficar
Vende-se o carro
Compra-se o passe
temos de continuar
Esgotaram-se os bilhetes
Vamos de bicicleta
Sempre a pedalar
As rodas furaram
E não há dinheiro
Para outras comprar
Calçam-se os sapatos,
Vamos andando,
Estragam-se os sapatos
Não há mais dinheiro
Para o sapateiro
Caminhemos descalços
Até aguentar
Os pés estão cheios de feridas
Não se pode mais andar!
Ouvem-se gritos ao longe,
Agora mais próximos
O que será?
Um barulho ensurdecedor
Aterrador, gritante
é uma multidão
uma multidão ululante
aproxima-se perigosamente
Impossível fugir
Estamos dentro dela
Temos de aguentar
não podemos sair
Ouvimos alguém perguntar
E a pergunta ficou no ar:
Óh homem,
porque te suicidaste?
porque não esperaste?
A crise vai acabar…
Quando? – perguntou a multidão
A multidão ficou sem resposta.
Como sempre fica sem resposta
a multidão!
Celeste Cortez 17-09-2009
Gostei do poema xxxx
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