sexta-feira, 3 de maio de 2019

O POETA DE FORNOS DE ALGODRES - JOSÉ MANUEL VIÇOSO CAETANO

FALECEU UM AMIGO, UM AMIGO DE VERDADE

          Senti desassossego quando o telefone tocou às tantas da noite. O Tó, meu marido, foi respondendo e pela conversa de imediato percebi que faleceu um amigo, o JOSÉ MANUEL VIÇOSO CAETANO, também conhecido por O POETA DE FORNOS DE ALGODRES. Homem de consciência cívica, homem que pugnava pela justiça a bem do seu país, através da sua poesia. Foi cantor, compositor em Lourenço Marques, no mesmo tempo em que meu marido cantava na cidade da Beira. Deixou que saibamos, pelo menos um disco gravado, quando teve o "Trio Zé da Orca", diria que o primeiro Hino "Boinas Verdes", homenagem aos "boinas verdes portugueses" (não sendo tradução do hino "boinas verdes americano", mas sim letra do José Viçoso Caetano.  


          Ficámos tristes. Estamos tristes. O Tó, meu marido relembra-o como companheiro de tropa em Lourenço Marques, durante um ano e meio, dos momentos de partilha de alegrias e tristezas, do tempo em que iam à praia, ou quando iam dançar ao Hotel Polana ou à Associação dos Velhos Colonos. Recorda-o das conversas, dos risos, dos almoços em casa de amigos comuns que também já partiram.  

          Meu marido - Tó Cortez  relembra-o depois, passados tantos anos, ambos com família constituída, no reencontro em Portugal. E nunca mais deixaram de se ver amiudadas vezes, num companheirismo vivido, nos almoços que faziam para o reencontro, dos telefonemas frequentes num partilhar de amizade. Meu marido também se lembra do último telefonema há 2 dias, em que o amigo lhe disse que o seu tempo estava a acabar e que ficava com pena de não celebrar o seu aniversário a 5 de Maio. Mas ninguém acredita que alguém preveja o dia da despedida e supõe que o amigo está a atravessar uma crise e que daí a dias estará tudo bem. Meu marido esperava para no dia 5 o surpreender, lhe dar os parabéns. Mas não dará mais, porque agora, às onze horas da noite do dia 3 - precisamente 2 dias antes do seu aniversário, faleceu o José Viçoso, o amigo ZecaManeca das comboiadas de jovens, o amigo desde os 21 ou 22 anos de idade, do amigo que ficará para sempre.

          As saudades vão doer dentro do peito, principalmente do meu marido que mais conviveu com ele. Amanhã à tarde, na Basílica da Estrela, às 17 horas,  estaremos presentes para lhe dizer "estamos aqui amigo". Mas não ouviremos a sua voz de verdadeiro amigo "ó Tó que bom que vieste".  Faltará a força do abraço entre ambos. Sei que ao Tó, meu marido, vai doer tanto, tanto, mas eu estarei com ele e entre lágrimas diremos em pensamento: Até sempre amigo Zé Manel, nunca o esqueceremos enquanto por aqui andarmos. Ficamos muito gratos pela amizade e até qualquer dia. 


2 comentários:

  1. Os meus sentimentos para vos e para a sua familia. RIP

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  2. Obrigada Sami, também o conheceste, embora tivesses conversado apenas com ele, sabes como era de uma educação extrema, pessoa de bem. Custa muito ver desaparecer os amigos, mas sabemos que
    todos deixaremos esta Terra num dia que nos esteja predestinado. Beijo.

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