terça-feira, 31 de dezembro de 2019
domingo, 15 de dezembro de 2019
Memories are made of this, Quinta do Conde, 13-11-1992, vídeo de Jorge C...
Celeste Cortez
quarta-feira, 11 de dezembro de 2019
A PUBLICAÇÃO DO MEU ÚLTIMO LIVRO
A VIAGEM DO NICOLAU PELO MUNDO DA FANTASIA, teve primeiramente o título "AVENTURAS DO NICOLAU PELO MUNDO DA FANTASIA".
... porque de 70 páginas as "aventuras" foram reduzidas para 48, por uma questão de conter custos financeiros, a editora propôs e foi concordado com a autora, esta mudança de título.
A publicação de livros meus ou de outros autores tem, no meu ver de autora, um custo exagerado.
Se há editoras que publicam gratuitamente, isso sucede a autores já com nome famoso, e regra geral a autores que trabalham na comunicação social, como na televisão, no teatro, e por aí. É lógico que sendo já conhecidos do público, a editora não precisa de gastar em publicidade. Naturalmente entre todos os livros enviados por autores da comunicação social, a editora escolherá os melhores.
Os outros autores, terão de trabalhar muito, deixar passar anos, até serem reconhecidos como bons, mesmo que recebam dos seus leitores centenas de comentários elogiosos à sua obra.
De vez em quando, um autor ainda jovem, consegue ser publicado em grande editora, naturalmente porque seu trabalho é mesmo bom, mas também há casos de sorte. Parabéns aos sortudos. Esses chegarão ao topo, receberão prémios no seu país e quiçá no estrangeiro.
A escrita dá muito trabalho? Sim dá, só não o sabe quem não escreve, mesmo que seja um artiguinho, uma pequena crónica para o jornal do burgo. Exige compromisso e disciplina, e quando um autor tem uma vida social, profissional e familiar a fazer, o tempo que fica para a escrita é pouco. Até parece que o autor não tem os mesmos direitos que os que não escrevem, porque quase lhe é vedado "gastar o seu tempo" no facebook, no instagram, ir ao ginásio regularmente, ouvir novelas da televisão. Mal do que não passa por cima de uns telefonemas com as amigas e amigos, ou de uma ida diária para tomar um cafézinho lá fora, com pessoas de quem gosta.
Naturalmente, e embora se fale e debata sobre igualdade de direitos (e deveres), o homem escritor que seja casado, tem muito, mas muito mais tempo para a escrita, porque tem, por sorte, (assim o desejo), uma esposa dedicada que faz a comida e quem sabe, até lhe levará um copo de sumo de laranja quando ele está matraqueando até altas horas no computador. O contrário, maridos que preparam refeições também os há, mas terem a delicadeza, a preocupação de fazer um sumo, serão poucos, antes pelo contrário, pensarão: para quê incomodar? "Ela", "a minha amada" se está tão concentrada olhando para o papel e escrevendo, escrevendo sem parar, não devo mesmo interromper, sem sequer para lhe dar um beijo. Deixo isso para depois, pensará!
Há casos em que grandes escritoras são mulheres, mulheres extraordinárias que conseguiram, mesmo tendo uma família constituída. Terão por certo uma capacidade acima do vulgar e também algum dinheiro para pagamento a uma secretária que, após escrever o livro lho passa a limpo, ou após a escritora o revêr, tem quem o formate. Terá dinheiro para uma faxineira, como se diz no Brasil ou uma empregada doméstica a tempo inteiro, como dizemos em Portugal.
Também quem começou mais cedo na vida escrevendo, teve mais tempo para ser reconhecido, porque nesta época que atravessamos, cada vez há mais escritores e, como parece, não tem aumentado o número de leitores.
Hoje os jovens, na sua grande maioria, só olham a escrita através do telemóvel (do celular no Brasil), e não compram livros. Também há mais facilidade para os ler através das Bibliotecas e Clubes de Leitura que há nos Colégios, estabelecimentos de ensino, na Universidade, etc.
Quem de jovem, ou de adulto, como é o meu caso, teve outro tipo de emprego, como empresária durante tantos anos, foi protelando a escrita e hoje tem, como é lógico, mais dificuldade de se inserir na lista de escritores do seu país e muito mais difícil na lista dos escritores mundiais, porque essas listas estão cada vez mais extensas. Leia-se sobre este assunto Gabriel Zaid, "Livros de mais - publicar na era da abundância", traduzido e prefaciado pelo também escritor e maestro Miguel Graça-Moura.
A escrita é paixão, é amor, quem lhe resiste? Não eu, que já publiquei alguns livros, embora só quatro tenham o ISBN, porque há seis livros que não pedi ISBN, por inexperiência. Eles são de co-autoria com alunos meus, idealizados e formatados por mim, em alguns todas as fotos são minhas. Esses livros são dos temas que se abordam nas aulas, nas disciplinas de Estudos Africanos ou de Cultura Geral, de Poesia, de História, que leciono, gratuitamente em Universidades Sénior, DESDE 1998, por sentir que é um dever passar aos outros aquilo que me foi dado.
sexta-feira, 22 de novembro de 2019
O PESO DO COPO - texto de CARLOS BRANDÃO DE ALMEIDA
O PESO DO COPO
H
|
á uns
dilatados anos, integrei a direcção duma colectividade de cultura e recreio dos
subúrbios de Lisboa.
Quando se
celebrou um dos aniversários do clube, resolvemos organizar diversas
actividades comemorativas do evento. Como a agremiação tinha uma valência
cultural, incluímos no programa dos festejos várias acções de cariz erudito e
artístico. De entre elas, salientava-se a realização de uma sessão com leitura
de poesia, um episódio teatral e uma conferência sobre um tema da actualidade
que, cada vez mais, atormentava as pessoas: a gestão das tensões da vida
moderna. Para conferencista, convidámos o decano dos docentes da escola
secundária local, um professor muito admirado e considerado no meio estudantil.
A reunião começou com a abordagem genérica
à situação em que a sociedade se movia, particularmente dentro da esfera
discente.
Inesperadamente,
o orador pediu um copo com água. Satisfeito o pedido, o palestrante começou por
levantar o copo e interpelou a plateia:
- Quanto é
que os senhores e senhoras acham que pesa este copo de água?
Vários
assistentes exprimiram a sua opinião que, na generalidade, variava entre as 20
e 300 gramas.
O pedagogo
então parafraseou:
- Devo
esclarecer que não me importa o peso absoluto do copo. Importa-me sim por
quanto tempo vou poder segurá-lo. Se o sustento durante alguns minutos, tudo
bem!
Mas, se o
pretender manter durante um dia, vocês terão que chamar uma ambulância para me
levar ao hospital!
O peso é
exactamente o mesmo desde o início ao fim da experiência, mas quanto mais tempo
o mantiver seguro, mais pesado ele vai ficando.
A
dissertação ia ficando cada vez mais interessante e a assistência cada vez mais
curiosa.
O conferencista
logo satisfez a curiosidade da assembleia, concluindo:
- Pois,
meus senhores e minhas senhoras, peço-vos que ponderem esta realidade: se
carregarmos os nossos pesos o tempo todo, mais cedo ou mais tarde não
conseguiremos continuar com o esforço pois a carga vai-se tornando cada vez
mais pesada.
Assim
sendo, é preciso largar o copo e descansar algum tempo, para o poder segurar de
novo.
Concluiremos,
para finalizar, que temos necessidade de, periodicamente, deixar as nossas
cargas de lado. Isto alivia-nos e torna-nos capazes de continuar a nossa
missão.
É salutar
que antes de regressarmos a casa deixemos o peso do trabalho, ou doutras
preocupações, arrumados a um canto. Não os devemos transportar para o nosso
lar. Amanhã teremos tempo de recolhê-los e tratar deles.
A vida é
curta, aproveitemo-la!
Carlos
Brandão de Almeida
2018.03.31
terça-feira, 19 de novembro de 2019
quinta-feira, 14 de novembro de 2019
ALA - Julião Bernardes - Labirinto
NA ALA - ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE PORTUGAL, o poeta e dizedor de poesia JULIÃO BERNARDES, com o poema LABIRINTO.
sábado, 9 de novembro de 2019
Escritor Ignácio de Loyola Brandão toma posse este mês na Academia Brasileira de Letras
Escritor Ignácio de Loyola Brandão toma posse este mês na Academia Brasileira de Letras: O escritor brasileiro Ignácio de Loyola Brandão tomará posse da cadeira número 11 da Academia Brasileira de Letras, no próximo dia 18 deste mês, numa cerimónia no palacete Petit Trianon, no Rio de Janeiro, informou hoje a instituição.
quinta-feira, 7 de novembro de 2019
Monday Mural MURAL - The fisherman
Painted in Bairro da Torre, Cascais in 2016, by Portuguese artist Daniel Eime, who uses stencils to paint this type of work.
Taking part in Monday Mural.
Sophia de Melo Breyner Andresen
a pOETA sophia de melo breyner andresen, A PRIMEIRA PORTUGUESA A RECEBER O GALARDÃO "prémio camões", EM 1999. celebra-se o 1ooº. aniversário do seu nascimento a 6-11-2019. Faleceu em Lisboa a 4 de julho de 2004.
foi-lhe concedido pelo Presidente da República de Portugal,
O Grande-Colar da Ordem Militar Sant'Iago da Espada é o mais alto grau desta ordem e é concedido pelo Presidente da República a chefes de Estado estrangeiros, podendo também ser atribuído a “pessoas cujos feitos, de natureza extraordinária e especial relevância para Portugal, os tornem merecedores dessa distinção”, lê-se no portal das ordens honoríficas portuguesas na Internet.
foi-lhe concedido pelo Presidente da República de Portugal,
O Grande-Colar da Ordem Militar Sant'Iago da Espada é o mais alto grau desta ordem e é concedido pelo Presidente da República a chefes de Estado estrangeiros, podendo também ser atribuído a “pessoas cujos feitos, de natureza extraordinária e especial relevância para Portugal, os tornem merecedores dessa distinção”, lê-se no portal das ordens honoríficas portuguesas na Internet.
(Soneto) de sophia de melo breyner andresen:
PORQUE OS OUTROS SE MASCARAM MAS TU NÃO
PORQUE OS OUTROS SE MASCARAM MAS TU NÃO
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
segunda-feira, 4 de novembro de 2019
O LÁPIS DO AVÔ, por Carlos Brandão de Almeida
O lápis do avô
OS terráqueos debatem-se com um problema reconhecidamente insolúvel: por um lado, aspiram a viver o maior tempo possível. Por outro, não querem enfrentar as infalíveis limitações que a velhice acarreta. Nada a fazer, senão aceitá-las e adaptá-las às contingências despontadas. A adaptação requer criatividade para urdir novos objectivos de vida. Exemplos não faltam: frequência de academias seniores, prestação de serviços comunitários, inscrição em agremiações culturais, cívicas ou desportivas. E, para maior deleite: cuidar dos netos quando para essa agradável função forem chamados
O papel dos avós na educação supletiva dos seus netos pode revestir-se de enorme importância pois permite às crianças a aquisição de saberes que muitas vezes as escolas não lhes propiciam. E, para que esses conhecimentos tenham alguma valia formativa, as mensagens deverão expressar princípios morais de elevado valor humano. E, ainda, para serem apelativas, importa revesti-las de forma atraente em jeito de historieta. Dou um exemplo duma dessas histórias:
“Um menino observa o seu avô escrevendo num caderno e perguntou:
- Avô, o que é que estás a escrever?
- Olha João, estou a escrever um conselho para ti. Gostava que aprendesses esta mensagem.
- Então eu ouvirei com muita atenção. Conte lá avô.
- Queria que percebesses que, mais importante do que as palavras que estou a escrever, é este lápis que estou a usar! Espero que tu sejas como ele, quando cresceres.
O menino olhou para o lápis e, não vendo nele nada de especial, intrigado, comentou:-
Mas, avô, este lápis é igual a todos os que já vi. Afinal, o que tem ele de tão especial?
- Bem, depende do modo como tu o olhas. Há cinco qualidades nele que se conseguires vivê-las, serás uma pessoa de bem e um cidadão exemplar.
- Mas, um simples lápis tem assim tantos talentos?
- Tem sim, olha a primeira qualidade é a de, com um simples lápis, podermos executar obras grandiosas. No entanto, nunca te esqueças de que existe sempre uma mão que guia os seus passos e que sem ela o lápis pouca utilidade tinha: a mão do homem e, para os crentes, a mão de Deus.
A segunda virtude: o lápis regenera-se de vez em quando após ter sido afiado. O afiador agride-o e ele sofre um pouco mas, depois, torna-se mais útil. Se nós aprendermos a suportar as adversidades da vida, tornamo-nos numa melhor e mais forte pessoa.
O terceiro atributo é o de que aceita que se apague o que escreveu erradamente. Aprende pois, meu neto, que o teres que corrigir uma coisa que fizeste, não é necessariamente mau, mas algo importante para te trazer de volta ao caminho certo.
A quarta aptidão é de que o que realmente importa no lápis não é a madeira, mas a grafite que está dentro dela. Portanto, valoriza sempre o que mora dentro de ti. O teu carácter será a todo o momento mais importante do que a tua aparência exterior.
O neto, muito atento e interessado perguntou ao avô:
- Então avô qual é a última qualidade?
-Olha, Joãozinho, o lápis, quando escreve, deixa sempre uma marca. Da mesma maneira, tudo o que fizeres na vida deixará traços e marcas. Para que esses marcos sejam valiosos tens que procurar ser consciente em cada acção que praticares. Afinal, nós só temos uma vida: ESTA! E só um momento: ESTE!”.
Não será difícil aos avós vestirem as vossas lições de uma roupagem atractiva, adaptando ou inventando histórias.
Carlos Brandão de Almeida
Vilarosa, 2019.10.13
sexta-feira, 1 de novembro de 2019
PÃO POR DEUS, diz-nos um grupo de crianças quando bate à nossa porta
No dia 1 de Novembro, há alguns anos atrás, fui surpreendida ao abrir a porta, após o toque da campainha, por um grupo de crianças que me disse: "PÃO POR DEUS". Eu sabia que isso se fazia, mas não sabia a história. Ela aqui fica. Devia ser mais divulgada, ser acarinhada por educadores escolares, não apenas por ser uma tradição portuguesa, mas porque incita à solidariedade, porque a criança que tem o saco das ofertas, vai dividir pelo grupo o resultado do peditório.
E porquê no dia 1 de Novembro? Por ser dia de Todos os Santos? Não propriamente, mas acaba por ter uma conexão. Por ter sido no dia 1 de Novembro de 1755 que Portugal, principalmente Lisboa, teve um enorme terramoto (ou tsunami?)?
Um ano após o terramoto, a população, aproveitando a festividade religiosa, organizou um peditório com a intenção de lembrar os seus mortos. (Dia 1, Dia de Todos os Santos, os nossos Fiéis Defuntos). Naquela altura a fome e a miséria ainda se fazia sentir na cidade. Os pobres de Lisboa, local mais afetado pelo terramoto, batendo às portas pediam esmola, mesmo que fosse apenas pão. E pela grande necessidade pediam "Dê-me uma esmolinha, dê-me "Pão por Deus". Muitos pobres receberam não apenas pão, mas também bolos (por isso em alguns lugares se referem ao "DIA DO BOLINHO"). As crianças que pedem, representam as almas dos mortos que, segundo a crença, se não estiverem com Deus, neste dia erram pelo mundo, o que não é verdade. Ai as lendas!...
Mas um amigo, historiador, diz-nos que a história acima, referindo que os mendigos em Lisboa pediam "O PÃO POR DEUS" que se teria iniciado um ano após o terramoto, não é verdadeira. Aqui fica. Estamos sempre a aprender:
..."É tradição muito mais antiga que 1755... essa história é amplamente contada, mas incorrecta... No século V já existia na Península e no século XV estava totalmente difundida em Portugal... Em 1755 só se exponenciou em Lisboa, por via do Terramoto, uma vez que os vivos mendigavam pão pelas ruas, pelo que, para não acontecer, o Marquês mandou distribuir trigo dos celeiros de toda a região de Lisboa, Ribatejo e Oeste por Lisboa... O que explica até porque Lisboa era o local de menor expressão dessa tradição no país.
Ensine os seus filhos a fazer um saco, mesmo de diversos tecidos, assim temos duas actividades que ajudam: o espírito de trabalho em grupo e a solidariedade. E se eles e o seu grupo em vez de dividirem as ofertas as forem oferecer a quem precisa, melhor ainda.
Feliz dia de "O PÃO POR DEUS".
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