A poetisa Amélia luz, com seu marido à direita da foto, tendo no lado esquerdo o Dr. António Gomes da Costa, Presidente do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro. |
AMÉLIA LUZ, de seu nome AMÉLIA MARCIONILA LUZ, é uma poeta brasileira.
Publicamos a seguir um poema seu, muito profundo, de muito conhecimento, sob o título:
Ibéria, Histórica Ibéria.
Quando o homem recortou a península
Olhando o céu, dividiu as estrelas,
Contemplando o mar soprou as caravelas
Que vazaram as espumas do oceano
Em busca da expansão ultramarina...
Portugal, herói aventureiro das águas.
A Escola de Sagres: “Navegar é preciso!”
Atravessei o Atlântico em caravelas errantes
Conheci Camões, Pessoa e Eça
De quem herdei e falo a língua-mãe!
Na Hispânia convivi com povos guerreiros
Califados e clero em disputas terrenas
Nas lutas enganosas pela fé.
Cristianismo, Islamismo e Judaísmo,
Aromas misteriosos de incenso forte
E brilho de fogo nos olhos dos mouros...
A valentia semítica enfrentando tempestades
Buscando oásis nos montes da Serra Morena
Ou nas planícies da Andaluzia...
Invadidos e invasores nas rotas sangrentas de Leão e Castela,
Raízes latinas que palpitam na minh’alma
Em sombras e clarões, através dos séculos...
Romanos penetrando em centúrias na península
General, o guerreiro Cipião,trazendo na boca o latim,
Plantando a “flor do Lácio” em novo e rico chão.
A força da Península em missão civilizadora,
O Império Colonial Espanhol e Português,
Batizando a América, meu berço, minha origem!
De barro português fui feita: descobridores cobiçosos,
Bravos bandeirantes, feitores, escravocratas,
Algozes capitães do mato, tropeiros, garimpeiros,
Senhores de Engenho, Barões do Café,
Ou pedreiros, padeiros, feirantes,
Mascates, ferreiros ou carapinas!!!
Ibéria, Ibéria, a mediterrânea, olé... olé...
Portugal, Portugal, ultramar e latino,
Dentro do meu coração de além-mar...
Chora o mesmo fado, a canção, o verso,
Na poesia de todo dia, que teima a bater-me à porta...
SEGUE-SE NOVO POEMA DE AMÉLIA LUZ. Este descrevendo quem é SACI PERERÊ, (entidade fantástica do Folclore Brasileiro):
(só de brincadeirinha) as primeiras baforadas!
Sacizinho firmou a sua perninha, (era uma só),
deu alguns rodopios, treinou seu agudo assobio
e saiu pela mata e pela fazenda
fazendo muitas estripulias:
assustou o pobre lenhador,
soltou a bezerrada do pasto,
espantou as galinhas que estavam no choco,
quebrou todos os ovos do galinheiro,
fazendo ainda estragos no milharal e na horta!
Sinhozinho, no alpendre apavorou-se...
Era noite de sexta-feira, noite de lua cheia
e a situação estava ficando muito feia.
Chamou Nhá Nastaça para rezar
com galho de guiné e assim,
espantar os maus espíritos.
Correu até a sala. Carrilhão batia seis horas,
sol se escondia, noite chegava.
Com a taça na mão procurou água na moringa
viu que estava toda derramada,
nem uma só gota para molhar a goela seca.
O danadinho passou por aqui - pensou assustado!
Escutou bem perto um assobio ensurdecedor,
um arrepio correu-lhe pela espinha,
os cabelos dos braços arrepiaram, tal o medo!
Um vento forte vazou a sala...
Pela janela do casarão,
o Sacizinho saiu voando em disparada!
Crendice? Feitiço? Coisafeita???
Que nada! Era mesmo o Coisarruinzinho
visitando o patrão e fazendo as suas atrapalhadas!!!
Olhando o céu, dividiu as estrelas,
Contemplando o mar soprou as caravelas
Que vazaram as espumas do oceano
Em busca da expansão ultramarina...
Portugal, herói aventureiro das águas.
A Escola de Sagres: “Navegar é preciso!”
Atravessei o Atlântico em caravelas errantes
Conheci Camões, Pessoa e Eça
De quem herdei e falo a língua-mãe!
Na Hispânia convivi com povos guerreiros
Califados e clero em disputas terrenas
Nas lutas enganosas pela fé.
Cristianismo, Islamismo e Judaísmo,
Aromas misteriosos de incenso forte
E brilho de fogo nos olhos dos mouros...
A valentia semítica enfrentando tempestades
Buscando oásis nos montes da Serra Morena
Ou nas planícies da Andaluzia...
Invadidos e invasores nas rotas sangrentas de Leão e Castela,
Raízes latinas que palpitam na minh’alma
Em sombras e clarões, através dos séculos...
Romanos penetrando em centúrias na península
General, o guerreiro Cipião,trazendo na boca o latim,
Plantando a “flor do Lácio” em novo e rico chão.
A força da Península em missão civilizadora,
O Império Colonial Espanhol e Português,
Batizando a América, meu berço, minha origem!
De barro português fui feita: descobridores cobiçosos,
Bravos bandeirantes, feitores, escravocratas,
Algozes capitães do mato, tropeiros, garimpeiros,
Senhores de Engenho, Barões do Café,
Ou pedreiros, padeiros, feirantes,
Mascates, ferreiros ou carapinas!!!
Ibéria, Ibéria, a mediterrânea, olé... olé...
Portugal, Portugal, ultramar e latino,
Dentro do meu coração de além-mar...
Chora o mesmo fado, a canção, o verso,
Na poesia de todo dia, que teima a bater-me à porta...
SEGUE-SE NOVO POEMA DE AMÉLIA LUZ. Este descrevendo quem é SACI PERERÊ, (entidade fantástica do Folclore Brasileiro):
O gomo do bambu partiu e,
uma coisinha estranha de lá saiu,
gemendo, espreguiçando...
Mamãe Saci colocou-lhe um barrete vermelho,
-“Para lhe dar boa sorte” – disse!
Papai Saci deu-lhe alguns conselhos
E um velho cachimbo, ensinando-lhe(só de brincadeirinha) as primeiras baforadas!
Sacizinho firmou a sua perninha, (era uma só),
deu alguns rodopios, treinou seu agudo assobio
e saiu pela mata e pela fazenda
fazendo muitas estripulias:
assustou o pobre lenhador,
soltou a bezerrada do pasto,
espantou as galinhas que estavam no choco,
quebrou todos os ovos do galinheiro,
fazendo ainda estragos no milharal e na horta!
Sinhozinho, no alpendre apavorou-se...
Era noite de sexta-feira, noite de lua cheia
e a situação estava ficando muito feia.
Chamou Nhá Nastaça para rezar
com galho de guiné e assim,
espantar os maus espíritos.
Correu até a sala. Carrilhão batia seis horas,
sol se escondia, noite chegava.
Com a taça na mão procurou água na moringa
viu que estava toda derramada,
nem uma só gota para molhar a goela seca.
O danadinho passou por aqui - pensou assustado!
Escutou bem perto um assobio ensurdecedor,
um arrepio correu-lhe pela espinha,
os cabelos dos braços arrepiaram, tal o medo!
Um vento forte vazou a sala...
Pela janela do casarão,
o Sacizinho saiu voando em disparada!
Crendice? Feitiço? Coisafeita???
Que nada! Era mesmo o Coisarruinzinho
visitando o patrão e fazendo as suas atrapalhadas!!!
Mas temos mais para mostrar desta Poeta querida. Amélia Luz também é poeta aldravianista, Aqui ficam algumas aldravias dela: (este tipo de poesia está descrito neste blogue, basta procurar por ALDRAVIA.
QUÉDÊ A ALDRAVIA? Não olhe para trás nem para baixo leitor, a aldravia está mesmo, mesmo na cara do palhaço. Boa!
Agradeço a publicação do meu poema. EMOÇÕES sinto neste momento.
ResponderEliminarUma honra para mim estar publicada em tão importante página literária. Agradeço.
ResponderEliminarMuito orgulho por termos uma escritora cheia de conteúdo histórico e sensibilidade poética. Parabéns, Amélia! Agradecemos pelo reconhecimento de nossa amiga portuguesa Celeste Cortez. Abraços às duas.
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