– Mário Quintana (Brasil-Rio Grande do Sul - Alegrete 1906-Porto Alegre 1994).
ORAÇÃO
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Dai-me a alegria
Do poema de cada dia. E que ao longo do caminho Às almas eu distribua Minha porção de poesia Sem que ela diminua... Poesia tanta e tão minha Que por uma eucaristia Possa eu fazê-la sua "Eis minha carne e meu sangue!" A minha carne e meu sangue Em toda a ardente impureza Deste humano coração... Mas, á Coração Divino, Deixai-me dar de meu vinho, Deixai-me dar de meu pão! Que mal faz uma canção? Basta que tenha beleza... |
Pelo
contrário, sou tão orgulhoso que acho que nunca escrevi algo à minha altura.
Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito
não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! Sou é caladão, introspectivo.
Não sei porque sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser
chatos como os outros? Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu
adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a
dosagem das palavras. Talvez concorra para esse meu cuidado o fato de ter sido
prático de farmácia durante cinco anos. Note-se que é o mesmo caso de Carlos
Drummond de Andrade, de Alberto de Oliveira, de Erico Verissimo — que bem sabem
(ou souberam) o que é a luta amorosa com as palavras”.
oo OO oo
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É um de meus poetas favoritos. Delicadeza de alma e singeleza das palavras: tudo de que um poeta precisa. Beijo. Angela
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ResponderEliminarObrigada pelo seu comentário, querida amigo.
Também gosto imenso da poesia de Mário Quintana.
Um abraço