quinta-feira, 28 de maio de 2015

INAUGURAÇÃO DA UNIVERSIDADE SÉNIOR DE CARREGAL DO SAL

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Notícia do "Farol da nossa terra", por Lino Dias
“Hoje é dia de alegria, contentamento, acontecimento feliz, festa”, disse Celeste Cortez, mentora da criação da Universidade Sénior de Carregal do Sal – Associação Cultural (USCSAL), na cerimónia de inauguração deste estabelecimento de ensino não formal, realizada sexta-feira passada, 16 de Março, à tarde, no salão nobre dos Paçosdo Concelho de Carregal do Sal.
De facto, foi uma afirmação condizente com o ambiente que envolveu aquele acontecimento, vivido pelos primeiros alunos e professores da USCSAL, individualidades e convidados, num total de 40 presenças, entre as quais se contavam o presidente da Câmara Municipal, Atílio Nunes, o seu vice-presidente, Luís Fidalgo, o presidente da Assembleia Municipal, Jorge Saraiva, e o director do Agrupamento de Escolas, Hermínio Marques, constituindo estes a mesa de honra juntamente com Celeste Cortez.
Entre o público, também a vereadora Joana Lopes, o pároco José Fernando Silva e os presidentes das Juntas de Freguesia de Currelos, António Pinto, e de Oliveira do Conde, Acácio Bastos, testemunharam aquele momento de significativa importância para a valorização de saberes, o enriquecimento social e a melhoria da qualidade de vida dos seniores carregalenses, neste caso para os que querem continuar a aprender e a fortalecer-se culturalmente.
Na sua entusiasmante intervenção, Celeste Cortez fez notar que, ao residir em Cascais, maior prova de amor à sua terra não poderia ter dado do que ser mentora e integrar a comissão instaladora desta universidade sénior em Carregal do Sal. “Não há medida para a alegria que nos toca neste momento”, afirmou, dirigindo então “uma palavra sentida e de profundo agradecimento” a todos os que ajudaram a comissão e possibilitaram começar e seguir em frente com este projecto. Nesse agradecimento, destacou a Câmara Municipal, nas pessoas do presidente e do vice-presidente, este na qualidade de vereador da Cultura e da Educação, escusando-se de enumerar “tantos outros” com receio de qualquer esquecimento. Fez ainda referência a todos os que responderam ao apelo da comissão, citando, entre outros, a Fundação Lapa do Lobo, as Juntas de Freguesia, as empresas do concelho, os párocos, os órgãos de comunicação social locais, os professores e os alunos inscritos e os que virão a inscrever-se.
Ao terminar, Celeste Cortez transmitiu aos presentes “dois abraços calorosos” de que foi portadora, um da Universidade da Terceira Idade de Sintra (ACTIS), da qual faz parte, e outro da Academia de Artes e Letras (ALA), do Estoril, que, segundo disse, deseja fazer um protocolo de amizade com a USCSAL. A esses abraços juntou a oferta da colaboração possível daquelas instituições e desejos das maiores felicidades.
O enaltecimento deste projecto e a importância das universidades seniores estiveram na base da intervenção que Luís Fidalgo, na qualidade de vereador da Cultura, teve seguidamente. Descreveu um historial da criação destas universidades, salientou os seus benefícios e desejou sucesso e felicidades à USCSAL. Por fim, convidou Celeste Cortez a praxar os alunos e professores já existentes, o que foi feito através do toque na cabeça de cada um com um exemplar do livro “Carregalíadas”, da autoria de Hermínio Cunha Marques, editado pela Câmara Municipal, de que a mesma ali fez oferta.
Tal como sucedera na abertura da cerimónia, coube a Atílio Nunes, na qualidade de presidente do Município, proceder ao seu encerramento, altura em que fez oferta de uma placa da autarquia a Celeste Cortez, expressando o “grande prazer” de ter presidido a cerimónia de inauguração desta universidade e realçando que se tratou de um acontecimento que ficará para a história do concelho.
Depois da cerimónia, seguiu-se um lanche de confraternização, que incluiu a partilha de um bolo comemorativo da inauguração da USCSAL e brindes com champanhe, o que reforçou o ambiente festivo de tão importante acontecimento, começando já a fazer-se notar o fortalecimento de vínculos afectivos que estão associados à troca de saberes e ao renascer intelectual que a USCSAL pretende propiciar.
Dirigida a pessoas com idade igual ou superior a 50 anos, a USCSAL surge de um projecto lançado por uma comissão instaladora, da qual fazem parte, além de Celeste Cortez, Hermínia Fontes, Rosa Macedo, Inácio Lourenço e José Figueiredo. Vai funcionar nas instalações onde antes esteve o posto de atendimento ao cidadão (PAC), mas havendo o desejo de vir a instalar-se definitivamente no edifício da Escola Conde de Ferreira, assim que ficar desocupado com a entrada em funcionamento do novo Centro Educativo.
Até à Páscoa,  funciona de segunda a sexta-feira, com as disciplinas de Português, Francês, Inglês, História, Trabalhos Manuais, Direitos e Deveres do Munícipe, Comunicação Social, Informática, Saúde e Economia Doméstica, em horários diferenciados, prevendo-se maior oferta de disciplinas depois das férias da Páscoa. Além das aulas, serão desenvolvidas actividades recreativas e culturais, como visitas de estudo, passeios, palestras, exposições e espectáculos.
Lino Dias


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terça-feira, 26 de maio de 2015

POETA - ALMEIDA GARRETT (1799-1854)

POETA - ALMEIDA GARRETT 1799-1854

Este Inferno de Amar, 
Este inferno de amar - como eu amo! - 
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?

Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... - foi um sonho -
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?

Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... dava o sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? - Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei...

Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'


quarta-feira, 20 de maio de 2015

SANTO ANTÓNIO - O MEU! O TEU! O NOSSO!


    SANTO ANTÓNIO  


    O MEU! OTEU! O NOSSO!

Por Celeste Cortez - publicado na revista FENIX - 

ANTOLOGIA LOGOS Nº.14 - MAIO DE 2015 

(reprodução proibida nos termos da lei, a não ser com autorização por escrito da autora)

Santo António é conhecido em Portugal e Brasil por Santo António de Lisboa e em Itália por Santo António de Pádua. Regra geral ao nome dos santos católicos, acresce como que um sobrenome – o da cidade onde faleceu - onde por norma permanecem suas relíquias. Se eu tivesse o poder, creiam que obrigaria o envio das relíquias para sua terra natal – não terei razão? - terra de sua língua “mater”, Lisboa, onde existe um Museu em seu nome, ao lado da igreja que lhe é dedicada no lugar de seu nascimento, perto da Sé, onde Santo António é venerado nas romarias no adro da igreja. 
          Ao nascer foi-lhe dado o nome de Fernando e embora não se tenham encontrado certificados que o atestem, foi passando-palavra que era descendente de uma nobre família oriunda de França, rica, poderosa, de sobrenome Buillon, que traduzido para português daria Bulhões, família essa que sonhava para seu filho uma carreira na Magistratura. Será que nos dias de hoje, com casos de corrupção a nível mundial, com a Troika e outros problemas da sociedade do nosso tempo, seus pais teriam a mesma vontade de o ver magistrado? Parece-nos que não.

Se não queria ser magistrado poderia ser Bispo, ter-lhe-iam dito os pais querendo convencê-lo. Um moço de quinze anos poderia deixar-se convencer facilmente, mas isso não sucedeu com ele, já tinha a sua personalidade. Depois de muito rezar e refletir, entrou num Mosteiro em Lisboa, para ser Frade. Mais tarde pediu para ser transferido para o Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, onde se formou em filosofia e teologia, e foi ordenado sacerdote aos vinte e cinco anos de idade. 
Pelo desejo ardente de ser missionário e por ter ficado impressionado pelos Missionários Franciscanos com quem lidou em Coimbra, e mais impressionado quando o corpo de frades mortos ao serviço da sua missão, retornaram a Coimbra sendo ali venerados como mártires, mudou o nome de Frei Fernando para Frei António, seguindo a vida de Franciscano - Irmandade religiosa fundada por S. Francisco de Assis que se venera em Assis, Itália 
Frei António, com otimas qualidades de orador, embarca para falar de Jesus Cristo pelas praças. Vai para África, mais concretamente Marrocos. É mesmo! Marrocos é África, embora em comparação por exemplo com Angola que é na África Ocidental e Moçambique na África Oriental, Marrocos nos pareça pertinho de Lisboa, nestes últimos anos em que todo mundo fala de globalização. Quem vai a Marrocos nem se despede, só diz: Tchau, vou até Marrocos fazer umas compritas, conhecem aqueles chinelos marroquinos, vou trazer-vos um par de oferta, volto daqui a dois dias. Ou já nem oferecem os chinelos marroquinos, que a vida com a crise, está pela hora da morte.
Aqui ao meu lado há alguém a bichanar ao meu ouvido que nessa altura Santo António ainda não era santo, para ser santo teria de ter sido canonizado pelo Papa e isso não tinha sucedido. Acham que ainda não é altura de lhe chamar Santo? Enganam-se. Conta-se, seja lenda ou verdade, que o menino Fernando enquanto rezava na Catedral de Lisboa, afugentou o demónio traçando o sinal da cruz no chão. E se ele não fosse Santo ou não estivesse talhado para o ser, como teria convencido aos quinze anos, seus pais, dizendo que queria ir para um Mosteiro? Estamos no ano 1210, e não no século XXI! E teria um castigo com um valente raspanete: Espere aí meu menino, aqui quem manda são os papás. O menino fica fechado no seu quarto a olhar para a parede, durante duas horas, nem pense saltar pela janela. E cuidadinho, deixe o seu telemóvel ligado para o caso de querermos comunicar consigo. Pode escrever no seu computador sim, mas está proibido de ir visitar ia seus amigos no facebook. 
Desculpem leitores, já me esquecia que nessa altura nem telefone havia, quanto mais telemóvel e tecnologias que apareceram na nossa época! Estava embalada na escrita. Vou colocar travões na caneta.
Voltando a falar de Marrocos não havia lá cristãos, sim mouros, por isso a preocupação de Santo António era convertê-los, mas entretanto ficou muito doente. E não foi o cansaço e o enjoo do avião ou do comboio na ida, porque nem caminho de ferro havia para Marrocos, nem para outro qualquer lugar próximo ou longínquo. Quanto a avião, os leitores sabem quando começaram a voar.
           Foi mandado regressar a Lisboa, mas a vida, o destino, sei lá, prega-nos partidas, a nós e, pelos vistos, aos santos também: O navio - teria um mau comandante? - Foi levado pelos ventos contrários e foi parar à longínqua Sicília, na Itália. Reza a história que Frei António era um homem de saúde frágil como sabemos. Com sua generosidade para o sofrimento, aguentou, que remédio, a viagem de navio. Navio? Não, não é desses que está a pensar leitor. Não é navio de cruzeiro, com alguns andares, que tem piscina para dar uns mergulhos, empregados simpáticos – as vezes até bonitoes – que servem aos passageiros uma quantidade de iguarias de todo o mundo, onde o camareiro faz a cama pondo nosso pijama de seda amarrado com amor à gravata do marido! Era sim um pequeno barquito que balouçava, balouçava, qual casca de noz esperando ventos favoráveis para o barco andar. Santo António, foi aguentando, sofrendo e rezando por quem precisava. 
          Regressemos ao assunto, o meu Santo António. Diga, diga leitor, sou toda ouvidos. Fale um pouco mais alto se faz favor: Ah! Compreendi: Para todos ficarmos felizes deverei dizer sempre “o nosso Santo António”. Sua sugestão foi aceite. Voltemos a falar da vida do “nosso Santo António”, isto sem sermos "cuscas" que é muito feio e prejudicial. E o nosso Santo não aprovaria.
No dia de Pentecostes de 1221, encontra-se com São Francisco de Assis, o pobrezinho - aquele que falava com os lobos e fez um sermão aos passarinhos. O nosso Santo António uns anitos mais tarde, fez um poético sermão aos peixes. Como seria bom que houvesse santos no nosso mundo que falassem com os lobos dos políticos que comem tanto, que amassem os passarinhos-meninos que às vezes não têm comida e brincam na rua sozinhos, que fizessem sermões poéticos aos peixes-meninos-malandros que na escola batem nos seus companheiros! 
Graças à sua inteligência e aos estudos, Santo António foi um homem cultissimo. Na sua ânsia de pregar o Evangelho de Cristo, esteve na França, na Itália, deu quase a volta ao Mundo, não em oitenta dias como Júlio Verne porque, como disse - quantas vezes já falei nisto? - sua saúde frágil não dava para andar tão depressa. O certo é que se conta que correu a cidade de Rimini, na Itália, rezando e meditando, na esperança de lhe aparecerem os hereges para lhes pregar um sermão. Mas os hereges não se dignaram aparecer. Então o nosso Santo António – como disse atrás, os italianos dizem que o Santo é deles, mas é portuguesinho da silva, não é? – Também já disse isto uma dúzia de vezes para que conste e nunca mais seja esquecido. Como ia a dizer, no ponto em que o rio Marecchia desagua no mar Adriático, Santo António chama o seu auditório: Venham vocês, peixes, ouvir a palavra de Deus, já que os homens “petulantes” não se dignam ouvi-la”! 
Em que tom de voz é que o Santo teria pronunciado a palavra “petulantes”? Ele teria uma voz harmoniosa como seu estatuto de futuro santo exigia. Os peixinhos já cá não estão para nos dizer, sabemos no entanto que apareceram à tona da água, às centenas, aos milhares, ordenados, palpitantes, a escutar a palavra de exortação. Quanto aos homens, também já cá não estão para nos contarem, mas diz-nos a história que o fenómeno dos peixes, muito quietinhos ao cimo da água, deu origem à curiosidade dos homens, seguiu-se a maravilha e o entusiasmo, o arrependimento e o regresso à Igreja dos tais petulantes, que, espero, tenham deixado de o ser. Petulantes? Há tantos por cá neste nosso tempo, que talvez os que se foram tenham deixado sua semente. Santo António não nos livrou deles. Uma questão de livre arbítrio? Ó bondoso Santo António!
Viveu o nosso Santo durante quase dois anos em Montepaolo (Monte Paulo), como o nome indica eram mesmo montes. E a travesseira onde dormia era uma pedra que se encontra na Basílica em Pádua. Eu vi-a, sim, vi a pedra que era a almofada do nosso Santo António. Com uma almofada daquelas, podem imaginar o colchão... Era o chão, eram outras pedras. 
Santo António veio a falecer aos 36 anos. Há registos que dizem que foi aos 40 anos de idade. Não faleceu em Pádua como se diz, mas em Arcella, próximo de Camposampiero. O povo, “o popolo”, a multidão, levou-o a sepultar na Igreja de Nossa Senhora. Desde 1263 os seus restos mortais estão em Pádua, (Padova para os Italianos). 
A Catedral é muito grande e muito bonita, digna de Nosso Santo António. Quando programar a sua viagem a Itália, tenho a certeza que não deixará de visitar Pádua para conversar com ele, orando e pedindo pela paz de todos nós, pela paz do mundo.





segunda-feira, 18 de maio de 2015

POEMA - SER MILITAR

Ser Militar, poema do meu amigo Viçoso Caetano (J.M.)

É ser nobre, é ser valente,
Filho de rico ou de pobre
Não interessa que gente!
Interessa a chama ardente,
Que arde no peito heróico,
Que, à bravura dá guarida,
No sacrifício da vida,
Se a tal chega o gesto heróico.

É ser respeito, Aprumo,
Disciplina, Coerência,
Decisão, Inteligência,
É saber traçar o rumo.

Ser militar, afinal,
É ser orgulho, é ser raça,
Quando se veste uma farda
E a Pátria é Portugal.
Viçoso Caetano

O Poeta de Fornos de Algodres

sábado, 16 de maio de 2015

Energia da Agua - Poema


ENERGIA DA AGUA
poema de PROSA
Antonio Pais da Rosa
Água!...
Água que cais, que surges,
Entre os penhascos,
Entre serras ou montanhas disformes,
Que passas, que rolas,
Que corres docemente,
Na tua marcha triunfal,
Entre trilhos e leitos virgens,
Informes, majestosos,
Por ti traçados e cavados
Com quase divino encanto.


És um fluido, um sopro, místico, sagrado,
Oriundo das entranhas da serra,
Que sorris entre penhascos esquivos e,
Entorpecidos na viragem dos tempos,
Um canto sofrido dos deuses,
O acordar ou ressurgimento,
De algo místico, encantado,
Que brota do nada,
Do interior da terra desconhecida,
Estranha e bela,
Pleno de poder e grandeza,
Para servir de elo
Entre a alegria e a tristeza,
O sucesso e o desespero,
A vida e a morte.


Tua força, tua energia,
Contínua, se multiplica,
Criando e transformando-se
Noutras formas de energia,
De valor incalculável,
Para a humanidade que serves
E pretendes preservar,
Enriquecendo-a, acarinhando-a,
Como só tu o sabes fazer,
Quando ditosa e mansa.


Sabes, também, como ninguém,
Limpar e purificar o corpo humano,
Oferecendo-lhe pureza, saúde e,
Bem estar já que, sem ti,
No decorrer dos tempos,
Tudo iria definhar e consumir-se,
Com a tua ausência.


Mas, a tua presença,
É a nossa esperança
Que, no de correr dos tempos,
Das eras ou épocas que se aproximam,
Saibas ofereças com destemor ,
Um futuro sólido, próspero,
Brilhante e acolhedor,
Que possa dar mais vida à nossa vida,
Mais cor às flores
E poesia aos campos,
Enobrecendo-os e enriquecendo-os
De fragrâncias delicadas e únicas,
Que só tu és capaz de motivar,
Quando da tua passagem 
Amena e suave.


Mas, lá longe, bem lá longe,
A um salto do meu pensamento,
Vejo-te a seguir, em silêncio,
Num avanço continuo,
Rumo às tuas reservas,
Aos pontos finais do teu ser e estar,
Aos rios e oceanos,
Com um sabor diferente, distinto,
Para de novo criares vida,
Sustentares vidas
E assistires ao desenvolvimento
De novas e permanentes energias,
Através da tua existência,
Distinta, magnífica
E eternamente desejada.


Ó kalunga salgado
Quantas águas levas do puto
Para terras de makalas amigos,
Nessas paragens de Angola,
Sempre ardentes e inesquecíveis
Que deixavam nguetas pancos
Para toda a sua vida,
Ao recordarem,
Amarrados à saudade,
Caçulos e matacos das garinas,
Embrolhados em seus panos,
Cheios de cor, calor, vida e luz.


Sim a saudade não mata, mas destroi.
De novo vejo correr,
Dos meus olhos transpirados,
Aquele precioso líquido, a água,
Em forma de lágrima,
Que me supri-me e acarinha
O meu viver, me conforta a alma,
Ao acariciar minha face sofrida,
Meu pensamento bem molestado
E minha mente, hoje um turbilhão,
De ideias tétricas, inflamadas,
Em permanente ou contínua evolução,
De carater bem destrutivo,
No amargo do tempo passado e presente,
Sempre desconhecidos e inexoráveis...

                                               15 MAIO 2015
                                                PROSA
foto da net

sexta-feira, 15 de maio de 2015

DIA DA ESPIGA - 5ª. FEIRA DA ASCENSÃO

HOJE, DIA 14 DE MAIO DE 2015 - É QUINTA FEIRA. MAS UMA QUINTA FEIRA ESPECIAL . NOS TEMPOS IDOS ERA  QUINTA FEIRA DA ASCENSÃO.


A história do Cristianismo diz que 40 dias após a Ressurreição, Cristo apareceu pela última vez aos discípulos antes da sua subida aos Céus. Por isso ficou a denominar-se 5ª. feira da Ascensão.

   O ramo da espiga é composto por "espiga", "malmequer","oliveira",
"papoila","videira" e "alecrim" 


No passado, era dia feriado. As pessoas que viviam perto do campo, levantavam-se cedo para apanharem espigas e flores campestre, folhas de oliveira, alecrim, para fazerem ramos. Uns para si outros para oferta. Eram guardados até à quinta-feira da Ascensão do ano seguinte.
- E porquê?
- Para que não faltasse naquela casa tudo o que a composição do ramo significava: pão, ouro e prata, amor e vida, azeite, luz e paz, vinho e alegria, saúde e força. Aqui fica a simbologia por detrás das plantas que formam o ramo da espiga:                                 


  • Espiga pão;
  • Malmequer – ouro e prata; 
  • Papoila – amor e vida; 
  • Oliveira – azeite , luz e paz; 
  • Videira – vinho e alegria;
  •  Alecrim – saúde e força.

Aos meus leitores um abraço cheio de alecrim, oliveira, malmequeres, espigas e folhas de oliveira, embrulhado em folhas de videira. 


Celeste Cortez, autora dos romances O Meu Pecado, Mãe Preta e N. de P., e dos livros de poesia Cântico de Palavrasw, L. de E., de livros infanto-juvenis Nicolau viaja para o país da fantasia.  

quarta-feira, 13 de maio de 2015

HOJE É O NOSSO ANIVERSÁRIO DE CASAMENTO

13-05-2015

 Percorrer o mesmo caminho, olhando na mesma direcção, não deixando de ter cada um a sua individualidade, a sua personalidade, o seu modo de ver e agir, é isto o casamento, é assim que vejo o casamento. 


Nas aulas que dou nas Universidades Sénior, também me dedicaram alguns poemas e um deles foi musicado e cantado, muito bem cantado por uma aluna minha, também ela mãe e avó. Foram homenagens inesperadas, ninguém tinha máquina fotográfica para gravar estes belos momentos ded amiza<de e camaradagem dos meus alunos e alunas. 

        Hoje, já lá vão muitos anos, escolhemos o dia 13 de Maio para casarmos. 
     Depois de tantos anos, 3 filhas, 6 netos (alguns já casados), olhando para trás podemos dizer que valeu a pena. 

     A vida não foi sempre um mar de rosas. Houve momentos altos, médios, baixos, como em todos os casamentos, mas o caminho percorrido a dois valeu a pena.

Achei o poema abaixo muito interessante para ser publicado nesta página, no dia do aniversário do nosso casamento. É da autoria de Sidney Morais, copiei com toda a vénia do blogue Recanto das Letras: Vou copiar com  devida vénia, para deixar aqui para todos:
  
E pondo Deus em ação aquilo que pretendia
Nocauteou o nosso Adão dando início à cirurgia
E Deus cerrou-lhe a costela pondo carne no lugar
E assim fez a princesa esperando ele acordar
O corte da cirurgia já tinha cicatrizado
Então Deus trouxe a varoa e entregando-a a Adão
Ouviu um brado de glória e a seguinte exclamação
“Ela é carne da minha carne, ela é osso do meu osso”
E Adão foi prá galera e fez aquele alvoroço
A partir daquele dia o homem bem mais ocupado
Deixou para trás muito bicho sem nome catalogado
E até hoje rola um papo machista e bem corriqueiro
Que o homem é mais importante porque foi feito primeiro
Algumas mulheres se irritam e afirmam de arma em punho
Que a vida da obra prima vem sempre após o rascunho
Mas há também homens que falam e há quem acredite
Que Deus fez Adão primeiro para Eva não dar palpite




Para ser feliz não importa quem veio antes ou depois
Porque Deus fez tudo perfeito e discorde quem quiser
Mas o melhor da mulher é o homem e o melhor do homem a mulher





..." A princípio lhes parece que não foi conveniente
Unir dois 

sos, de fato bem diferentes. Mas nós que somos cristãos e temos boa memória

Conhecemos muito bem como surgiu essa história
Adão andava ocupado trabalhando com capricho
Se esforçando o dia inteiro pensando em nome de bicho
Que todo animal macho tinha uma fêmea do lado
E o Senhor demais atento sondando-lhe o coração
Sentiu que era preciso dar um fim à solidão e disse:
                     “Adão, filho querido, não quero te ver tão só.
                       uma jóia de primeira, da costela e não do pó”

.





Os meus agradecimentos. E Deus abençoe com muita inspiração o poeta.Como foram homenagens inesperadas, ninguém tinha máquina fotográfica para fotografar os belos momentos de amizade e camaradagem dos meus alunos e alunas.  
Um abraço às minhas leitoras e meus leitores, prometendo estar aqui no 
próximo ano, se Deus nos conceder vida e saúde.     

O POEMA DO CASAMENTO, de Sidney Morais 
Existem certas pessoas carentes de entendimento
Que acham que não foi Deus que criou o casamento
Era tigre, porco, tatu, macaco, alce, leão
Adão andava inspirado e foi mesmo abençoado
 com tanta imaginação
E é possível que o sujeito também tenha reparado
 Far-lhe-ei uma companheira,
Quando o varão despertou daquele sono pesado
Mas isso é irrelevante para o sucesso da vida a dois. 




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