DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS
LUIS VAZ DE CAMÕES - Em Coimbra teve influência de leituras de grandes poetas PETRARCA *** e outros petrasquistas**** e, com a emoção começou a cantar as “doces e claras águas do Mondego
Doces
águas e claras do Mondego,
Doce
repouso de minha lembrança,
Onde a
comprida e pérfida esperança
Longo
tempo após si me trouxe cego;
De vós me
aparto, mas, porém, não nego
Que inda
a longa memória, que me alcança,
Não deixa
de vós fazer mudança,
Mas
quanto mais me alongo mais me achego.
Bem
pudera a Fortuna este instrumento
D’alma, levar por terra nova e estranha,
Oferecido
ao mar remoto ao vento;
Mas alma,
que de cá vos acompanha,
Nas asas
do ligeiro pensamento,
Para vós,
águas, voa, e em vós se banha.
Luís Vaz de Camões tinha de ter conhecimentos extraordinários em
História Universal, geografia, astrologia, mitologia clássica, literaturas
antigas e modernas, poesia culta e popular, que aproveitou com a mais perfeita
exactidão, para escrever Os Lusíadas.
Envolvia-se em amores com damas da nobreza e
possivelmente plebeias, levava vida
boémia e turbulenta. Vibra na presença
gentil das damas, entre as quais a infanta D. Maria, filha de D.Manuel I. Diz-se
que, por conta de um amor frustrado, se
autoexilou em África, Marrocos, alistado
como militar, onde perdeu um olho em batalha. Estudos dizem que certa dama teria zombado chamando-lhe
“cara sem olhos” . O poeta converteu a amargura em galanteio:
“Sem
olhos vi o mal claro
Que dos
olhos se seguiu:
Pois “cara sem olhos” viu
Olhos que
lhe custam caro.
De olhos
não faço menção,
Pois
quereis que olhos não sejam;
Vendo-vos,
olhos sobejam,
Não vos
vendo, olhos não são.”
.
1553-1567
Ásia – Goa – Não gosta do elemento humano: terra mãe de vilões ruins, e
madrasta de homens honrados, diz em carta. Enfrentou adversidades, foi preso várias vezes, combateu bravamente ao lado das forças
portuguesas e escreveu a sua obra mais conhecida, a epopeia
nacionalista “Os Lusíadas” (talvez em 1556)
De
volta à pátria, associa-se em negócios ao capitão de Sofala – Moçambique, mas
Diogo do Couto encontra-o “a comer de
amigos”, que lhe pagam a viagem para o seu regresso a Portugal, onde chega em 1570.
Tinha
uma batalha especial a vencer, quem tanto tinha combatido. Vencidas as
dificuldades, a obra censurada pelo espírito compreensivo e muito culto de Frei
Bartolomeu Ferreira, foi publicada em 1572. Luis de Camões recebeu uma pequena
pensão do rei Dom
Sebastião pelos
serviços prestados à Coroa, mas nos seus anos finais parece ter enfrentado
dificuldades para se manter. Queixou-se várias vezes de alegadas injustiças que
sofrera e da escassa atenção que a sua obra recebia.
Datas de acontecimentos da vida de Luis Vaz de Camões:
POETA - LUÍS VAZ DE CAMÕES
–nasceu em 1524 ou 1525 (século
XVI), talvez em Lisboa.
Desde muito novo esteve em Coimbra, até 1542.
1548: Desterro no Ribatejo; alista-se no Ultramar. –
1549: Embarca para Ceuta; perde o olho direito numa escaramuça
contra os Mouros. 1551: Regressa a Lisboa.
1552 - Caiu em desgraça numa desordem em
que se envolveu com a espada, contra o encarregado dos arreios do monarca,
(Cavalariça Real) e ficou preso até
Março de 1553. Há estudos que dizem que na prisão parece ter tido acesso a
maiores conhecimentos intelectuais.
1553 - Ao receber “Carta de
perdão”, o Poeta resolveu ir para a Índia em serviço de El-Rei.
1554: Parte de Goa em perseguição a navios mercantes mouros,
sob o comando de Fernando de Meneses. –
1556: É nomeado provedor-mor em Macau; naufraga nas Costas
do Camboja. - 1562: É preso por dívidas não pagas; é libertado pelo vice-rei
Conde de Redondo e distinguido seu protegido. –
1567: Segue para Moçambique. –
1570: Regressa a Lisboa na nau Santa Clara. –
1572: Sai a primeira edição d’Os Lusíadas. –
Bom dia de Portugal!
ResponderEliminar