O DIA DOS NAMORADOS - 14 DE FEVEREIRO
O dia dos namorados foi uma comemoração que se importou. E veio para ficar. Algumas vezes pensei - quando tiver tempo - escreverei sobre o nosso Santo António de Lisboa, que celebramos a 13 de Junho. Esse sim, deve ser o nosso dia, o dia dos portugueses para celebrar O DIA DOS NAMORADOS. Afinal, o nosso Santo António tem fama de casamenteiro. Até muitas noivas portuguesas escolhem esse dia para o seu casamento!
Mas eis que recentemente, li a revista TEMPO LIVRE, - do INATEL - (com quem faço férias sempre muito agradáveis) e encontro um trecho da escritora ALICE VIEIRA sobre o mesmo assunto. Para ela, O DIA DOS NAMORADOS, deveria ser no DIA DE SANTO ANTÓNIO.
Estava tudo dito. O meu tempo também é pouco para tanto que tenho para escrever... e o artigo ficou-se pelas intenções.
Não escrevi artigo novo. Deixo aqui um artigo, de minha autoria, que foi publicado no ano 2005, no jornalzinho do Centro de Dia de Algueirão - Mem Martins. Pediram-me para escrever e fui escrevendo uns artigos pequenos - tinham de ser pequenos como pequeno é o jornal. Para o mês de Fevereiro, ( que saíu a 25, depois do dia dos namorados,) escrevi:
RECORDAÇÕES DO PASSADO - O DIA DOS NAMORADOS. (não esquecer que estava a escrever para pessoas que estavam num lar e centro de dia, tinha de as divertir com uma história como se tivesse sido passada na juventude delas e não na minha. No meu tempo na Beira, não se namorava à janela)
.....Quem é que no dia dos namorados, não gostará de receber um ramo de flores, uma prendinha, uma quadra que rime com a palavra AMOR?
Não me recordo de nos meus tempos de jovem, haver dia especial para os namorados. Mas não se deixava de namorar. Uns namoros talvez à janela, outros nos bailaricos, outros já indo a casa dos papás, sabendo de antemão, que de vez em quando, podiam contar que em cima deles caíria um olhar de lado, um olhar vigilante.
Posso garantir-vos que não namorei à janela. Gostava muito do único rapaz com quem namorei, não queria que ele apanhasse uma dor de pescoço. Gostava tanto dele que até com ele casei. E passados que são quase X anos, ainda somos namorados.
Voltando ao DIA DOS NAMORADOS: Se no nosso tempo não havia dia dos namorados, não se recebia a prendinha, uma flor ou uns versos que rimavam com a palavra amor? Bom, as prendas são sempre agradáveis de receber, quando são oferecidas por quem nos tem amor, seja ou não no dia dos namorados. Até uma florzinha silvestre, apanhada no terreno baldio mais próximo, é um gesto de amor. E quanto aos versos, quem for capaz de os fazer, em qualquer dia os pode oferecer. Não acham?
O meu namorado, que conservo com carinho e amor, não me ofereceu versos no tempo do nosso namoro. Não tinha veia de poeta. Que pena!
Em todo o nosso namoro de quase três anos, lembro-me apenas de numa Páscoa me ter oferecido um presente. Foi um cãozinho lindo, de porcelana, de olhos meigos, como meigos eram - e são - os olhos do meu amor.
E um cãozinho porquê? Será que ele pensou que os meus olhos também eram meigos como os do cãozinho e, que os cabelos pintados de loiro do cãozinho, eram de um brilho tão lindo e tão loirinhos (na altura sem pintura) dos meus cabelos? Nunca lho perguntei, e neste momento o meu namorado de toda a vida - e espero que até à morte - não está perto de mim enquanto estou a escrever estas RECORDAÇÕES DO PASSADO.
Acreditem que uma das primeiras coisas que lhe perguntarei quando ele regressar da casa de uma das nossas filhas, será, sobre a razão de me ter oferecido um cãozinho de porcelana.
Neste momento parei a imaginar as respostas a esta pergunta. Mas, vá Celeste, não sejas tão sentimental. Será que ele tem uma resposta diferente da que imaginei?
Se ele me responder que o cãozito foi a prenda mais baratinha que encontrou? Aí, eu penso que afinal para ele eu não valia assim tanto... Mas se ele acrescentar que andou à procura de um presentinho bonitinho que não fosse "carito" porque queria poupar para nos casarmos? Aí sim, eu sorrio-lhe e olhos meigos nos meigos olhos, os dois agradeceremos a Deus estarmos juntos por tantos anos, com tanto amor, carinho e paixão, mesmo que só neste ano de 2005 o meu namorado de toda a vida tenha despertado para a poesia, e me tenha oferecido NO DIA DOS NAMORADOS, um livro de poemas de Eugénio de Andrade, com uma folha A/4 cheia de quadras que rimam com a palavra AMOR.
Ah! Esquecia-me de dizer: Passados que são tantos anos de namoro e casamento, e com as viagens que fizemos, com as mudanças de países e de casas, o cãozinho partiu-se. Mas o nosso amor não se partiu nem se partirá jamais, enquanto os dois tivermos inteligência, porque é preciso inteligência - dos dois - para o sucesso de um longo casamento.
Gostaria que o dia dos namorados, para casados e solteiros, fosse todos os dias. Mas também sei que todos os casais - depois de casados - ficam tão ocupados com a vida, que passa a haver pouco tempo para o namoro. É pena. É assim que se estragam os casamentos, os relacionamentos.
Aqueles que têm o namorado - marido/esposa, não se esqueça de todos os dias lhe agradecer por o ter a seu lado, fazendo-lhe companhia. E todos os dias será DIA DOS NAMORADOS.
Texto de Celeste Cortez (aka Celeste Almeida de Campos Cortez Silvestre (21.02.2005)
Adorei o texto que a Celeste escreveu, sou um pouco mais nova mas revejo-me um pouco na nestas palavras...Recordo que o primeiro presente que o meu unico namorado e depois marido,me deu ,escondi-o religiosamente para os meus pais não verem,pois também não aprovavam o nosso namoro!Muita saúde para a snra para nos deliciar com a sua escrita. Um grande beijo e muito obrigada!!!Anita Marques
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