SONETO DE Cleômenes Campos , Estado de Sergipe 1895 – S.Paulo 1968,(Brasil) fundador da Academia Sergipana de Letras em 1929.
NATAL DO MENINO POBRE .
Mãe, sentada num caixão de pinho,
Canta, embalando a rede devagar:
— «Dorme, meu anjo; dorme, meu anjinho.
São Nicolau não deve demorar».
O menino adormece de mansinho.
E um velho bom, de barbas cor de luar,
Surge-lhe, em sonho, no quintal vizinho.
Com carros de ouro para lhe ofertar . . .
Mas de manhã, quando se vê sozinho.
Sem seus brinquedos, põe-se a soluçar.
E a mãe, em voz de choro, com carinho:
— «A água, meu filho, corre para o mar;
Se tu nem tens sapatos, meu filhinho.
Como o santo de ti se
vai lembrar ?!...
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