quinta-feira, 8 de agosto de 2019

RESPOSTA A UM LEITOR, pela autora do romance O MEU PECADO


 6-8-2019: ACABO DE RECEBER UM 
EMAIL QUE ME DÁ CONTA 
DE UM COMENTÁRIO DE 
UM LEITOR. AQUI FICA O 
MEU AGRADECIMENTO: 


"Cara amiga Celeste,

Para lhe dizer que recebi os livros pela minha prima Isabel. Mas também para lhe dizer que, mal acabei de ler o "Meu Pecado", fiz um post no facebook sobre as minhas impressões. Infelizmente, não tive qualquer manifestação da sua parte, o que me preocupa. Reproduzo, abaixo, o que disse:


"DE QUANTOS "PECADOS" SE PINTARAM MOÇAMBIQUE, ANGOLA E GUINÉ-BISSAU?


A autora prometeu em Válega, Ovar, Portugal, e passadas algumas semanas cumpria a promessa, enviando-mo, de Lisboa. Chama-se 'O MEU PECADO', um romance cujo enredo começa em Moçambique, mais concretamente em Chimoio, então Vila Pery, escalando a Beira, Lourenço Marques/Maputo e Lisboa, e terminando num solar do Carregal do Sal, Viseu, Beira Alta. Toca em tema sensível, na verdade um drama - o pesado fardo social que carrega uma mãe solteira, e os traumas que ensombram uma filha de pai incógnito.

Se o drama e o trauma decorrem entre português (ex-militar em Moçambique, mas que podia ser em Angola ou Guiné-Bissau, onde ocorreram as guerras fratricidas) e uma portuguesa, não posso adivinhar quão emocionante seria se a talentosa Celeste Cortez resolvesse, um dia, escrever sobre esses mesmos dramas e traumas causados por ex-militares (e não só) no então chamado "Ultramar" nas mulheres africanas e nos filhos que resultaram das uniões porventura fugazes, como aconteceu no romance de que vos falo. Se calhar é isso a que se propõe num outro livro que dela recebi - "MÃE PRETA". -, a ler a seguir. Termino parafraseando a minha amiga Celeste, que Deus me deu a conhecer em casa de Glória de Sant'Anna, em Válega: "...as lágrimas gostam de cair aos pares".
É difícil não vê-las (ou senti-las) a cair, lendo 'O MEU PECADO'. E cada lágrima terá as suas razões e que só Deus as conhece por inteiro!
Parabéns, Celeste!



Só estou à espera que a minha mulher, Guida, acabe de ler a "Mãe Preta" para o atacar. Se tão criativa quanto o foi no "Meu Pecado", redobrarei os aplausos. Bem haja.
Luís L."

RESPOSTA AO LUÍS: - Só agora através do seu email este comentário me chega às mãos. Agradeço a amabilidade em me dar a sua opinião sobre a história que escrevi, que não passou de ficção mas poderia ter sido verdade nos tempos da guerra colonial.  
Como pode verificar, só escrevo ficção, o que é tremendamente mais difícil do que escrever factos reais. O autor tem de inventar e sempre com a preocupação de oferecer uma boa história ao leitor. Certo que escrever sobre factos, teria de averiguar e, escrever O MEU PECADO, só me passou pela ideia quando já vivia na África do Sul, muito depois da guerra colonial ter acabado. A inspiração não deixou de estar comigo e como diz, proporcionei-lhe - e a quantos outros leitores - um bom entretenimento. A vida também precisa que nos sentemos a ler e que os assuntos nos façam meditar, que nos ajude a imaginar diferentemente do que acabámos de ler, que nos complete. Para que serve a leitura? Ler é viajar sem sair do lugar, não é verdade? Ler levamos a viajar, a descobrir situações novas, ler por vezes dá-nos respostas a angústias, a problemas que não teríamos resolvido por nós próprios, ajuda-nos a suportar a nossa cruz porque lemos que a heroína, por exemplo, teve uma cruz mais pesada e/ou ajuda-nos a rir de situações agradáveis. E na vida precisamos de rir.  
Espero que o romance MÃE PRETA não o desiluda. Embora não seja sobre as mulheres africanas que foram usadas por militares portugueses, creia que é um tema muito interessante, também ficção.  
MÃE PRETA, esse sim, imaginei-o em Janeiro de 1974, meses antes do 25 de Abril... 
Com um abraço e desejos de boas leituras, sempre, A autora Celeste Cortez.  

2 comentários:


  1. Obrigada Sami. Agora quero entrar na minha página do face e remete-me para uma que em tempos não cheguei a concretizar. Lembra-me pessoas que "talvez conheças"... Beijos

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