quarta-feira, 13 de março de 2019


VIAGEM DE COMBOIO COM MULHERES DE TODAS AS ÉPOCAS(artigo de Celeste Cortez, já publicado em Antologia e dito no dia da Mulher na Actis em 2013. No meu livro a publicar “M.E.” . E porque a minha neta KARINA faz anos hoje, dia 8 de Março, vou inclui-la neste artigo, aproveitando para falar das minhas filhas e das outras netas.   
Cada mulher é um ser diferente, mas todas contribuíram e contribuem, para a História da Humanidade. Vamos aqui recordar algumas abrangendo todas as mulheres universalmente, embora pelo pouco tempo que disponho, mencione mais a mulher de PORTUGAL. 
Deixando para trás civilizações, iria começar por falar a partir da era cristã, lembrando MARIA, Mãe de Jesus Cristo, mas fiquei perplexa e perguntei-me: Quem és tu mulher, para falares sobre Maria, quando há mais de dois mil anos escritores e poetas, gente rica e gente humilde, dela têm escrito e falado? E se falar na Rainha Santa Isabel de Portugal, lembrando a lenda que diz que levava esmolas para os pobres no seu regaço? Quantas rainhas ou plebeias o fizeram e o fazem ainda nos nossos dias? Não esmolas de amor visíveis, mas de amor que se reparte sem que a mão direita veja o que a mão esquerda distribui.
Como gosto de poesia e escrevo alguma, lembrei-me de Florbela Espanca, Natércia Freire, Fernanda de Castro, Marta Mesquita da Câmara, Natália Correia,  e não ficaria por aqui  se … 
Embalada pela beleza da poesia não embarcasse no comboio da mulher, onde numa carruagem se fez teatro com Palmira Bastos, Amélia Rei Colaço, Beatriz Costa, e filmes com a linda atriz Milú e tantas outras.
Apurei o ouvido. Não me enganei, ouvi cantar: a Severa, Amália Rodrigues, Dulce Pontes, Mariza e tantas outras que cantando, ajudaram ou ajudam a colocar bem alto o nome deste nosso belo Portugal, país plantado num canteirinho florido à beira mar, como se de uma tela pintada pelas mãos diáfanas das nossas pintoras Maluda (1934-1999) ou Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), se tratasse.
Entro noutra carruagem: Mesas decoradas com Sabedoria, Paixão, Amor, Desespero, Emoção, tudo o que é necessário para o Conhecimento, estão dispostos livros das nossas escritoras: Agustina Bessa Luís, Alice Vieira, Maria Velho da Costa, Maria Teresa Horta, Lídia Jorge, Maria Helena Sacadura Cabral e tantas que seria impossível mencionar.
E não precisei de passar para outra carruagem porque mesmo nesta ouvi tocar melodias que me encheram o ouvido. É que há mulheres, tanto em Portugal como no mundo inteiro, que compõem partituras musicais e outras são cantoras e regentes de orquestra.
Ouço hinos angelicais, o doce nome de Madre Teresa de Calcutá, uma das líderes espirituais mais reconhecidas e amadas em todo o mundo, pelo seu trabalho a favor dos pobres, dos doentes, dos seres que eram despejados nas valetas.
           – Quantas Madres Teresas de Calcutá por esse mundo fora? 
- Quantas mais serão precisas para dar uma morte digna a todos os sem abrigo?
O comboio da mulher levou-me a correr o mundo. Sem me apear, passei por todas as mulheres, de ontem e de hoje, que não podemos deixar no esquecimento. A dona de casa, a operária, a empregada, a patroa, a aviadora, a fundadora de instituições, a professora seja das primeiras letras, passando por outras até chegar às universitárias, as minhas filhas SAMI,  BÉZINHA e LUÍSA, mulheres de grande valor nos cargos que ocupam e como esposas e mães extraordinárias. A minha neta KARINA engenheira química que trabalha em petróleos, a NADINE, mãe de um rapaz e uma menina (vivas a este dia BISNETA ELENA), ocupando um lugar de engª. Bio-tecnológica em grande empresa, no estrangeiro, a Tânia que dá aulas de motricidade humana numa escola de curriculum português, com 600 alunos, no estrangeiro, a Sara, mulher do meu neto Michael, já com um filho e à espera de uma menina, professora de português num país longínquo e desempenhando um lugar importante por turnos na Clínica Médica que a minha filha, sua sogra, dirige. Enfim mulheres de valor, sem elas o mundo não funcionaria do mesmo modo. 
Emocionei-me ao pensar na mulher que mal sai do sono da noite, corre na maratona da vida, para aprontar o pequeno-almoço para o marido e filhos. Tem de levar os filhotes à escola e numa corrida contra relógio chegar a tempo ao emprego. Desempenha as tarefas com eficiência. Tem um cérebro de génio para pensar nas compras que irá fazer para as refeições dos que ama e que irá preparar no seu regresso. E - quantas vezes - esses “se esquecem” de num abraço lhe agradecer, como se ela fosse uma peça sempre impecável da tecnologia mais avançada.
Não podemos deixar passar este dia dedicado à mulher, sem um pensamento doce de GRATIDÃO para as mulheres que ajudaram a moldar a nossa mente, o nosso coração:
As nossas mães estejam onde estiverem.
A todas as mulheres, incluindo as aqui presentes e a todas as que não estão aqui, dignas de referência, porque carregaram dentro de si o ser humano de que é composta a humanidade. E também em louvor de todas as mulheres que estão dando à luz e a todas as que estão nascendo neste momento, por esse mundo fora:Juntemos as nossas mãos numa calorosa salva de palmas.
Celeste Cortez (Portugal) escritora
Blogue: Letras à solta - http://celestecortez,blogspot.com/


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