VIAGEM DE
COMBOIO COM MULHERES DE TODAS AS ÉPOCAS(artigo de Celeste Cortez, já publicado
em Antologia e dito no dia da Mulher na Actis em 2013. No meu livro a publicar
“M.E.” . E porque a minha neta KARINA faz anos hoje, dia 8 de Março, vou
inclui-la neste artigo, aproveitando para falar das minhas filhas e das outras
netas.
Cada
mulher é um ser diferente, mas todas contribuíram e contribuem, para a História
da Humanidade. Vamos aqui recordar algumas abrangendo todas as mulheres
universalmente, embora pelo pouco tempo que disponho, mencione mais a mulher de
PORTUGAL.
Deixando
para trás civilizações, iria começar por falar a partir da era cristã,
lembrando MARIA, Mãe de Jesus Cristo, mas fiquei perplexa e perguntei-me: Quem
és tu mulher, para falares sobre Maria, quando há mais de dois mil anos
escritores e poetas, gente rica e gente humilde, dela têm escrito e falado? E
se falar na Rainha Santa Isabel de Portugal, lembrando a lenda que diz que
levava esmolas para os pobres no seu regaço? Quantas rainhas ou plebeias o
fizeram e o fazem ainda nos nossos dias? Não esmolas de amor visíveis, mas de
amor que se reparte sem que a mão direita veja o que a mão esquerda distribui.
Como
gosto de poesia e escrevo alguma, lembrei-me de Florbela Espanca, Natércia
Freire, Fernanda de Castro, Marta Mesquita da Câmara, Natália Correia, e não ficaria por aqui se …
Embalada
pela beleza da poesia não embarcasse no comboio da mulher, onde numa carruagem
se fez teatro com Palmira Bastos, Amélia Rei Colaço, Beatriz Costa, e filmes
com a linda atriz Milú e tantas outras.
Apurei
o ouvido. Não me enganei, ouvi cantar: a Severa, Amália Rodrigues, Dulce
Pontes, Mariza e tantas outras que cantando, ajudaram ou ajudam a colocar bem
alto o nome deste nosso belo Portugal, país plantado num canteirinho florido à
beira mar, como se de uma tela pintada pelas mãos diáfanas das nossas pintoras
Maluda (1934-1999) ou Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), se tratasse.
Entro
noutra carruagem: Mesas decoradas com Sabedoria, Paixão, Amor, Desespero,
Emoção, tudo o que é necessário para o Conhecimento, estão dispostos livros das
nossas escritoras: Agustina Bessa Luís, Alice Vieira, Maria Velho da Costa,
Maria Teresa Horta, Lídia Jorge, Maria Helena Sacadura Cabral e tantas que
seria impossível mencionar.
E
não precisei de passar para outra carruagem porque mesmo nesta ouvi tocar
melodias que me encheram o ouvido. É que há mulheres, tanto em Portugal como no
mundo inteiro, que compõem partituras musicais e outras são cantoras e regentes
de orquestra.
Ouço
hinos angelicais, o doce nome de Madre Teresa de Calcutá, uma das líderes
espirituais mais reconhecidas e amadas em todo o mundo, pelo seu trabalho a
favor dos pobres, dos doentes, dos seres que eram despejados nas valetas.
– Quantas Madres Teresas de Calcutá
por esse mundo fora?
-
Quantas mais serão precisas para dar uma morte digna a todos os sem abrigo?
O
comboio da mulher levou-me a correr o mundo. Sem me apear, passei por todas as
mulheres, de ontem e de hoje, que não podemos deixar no esquecimento. A dona de
casa, a operária, a empregada, a patroa, a aviadora, a fundadora de
instituições, a professora seja das primeiras letras, passando por outras até
chegar às universitárias, as minhas filhas SAMI, BÉZINHA e LUÍSA, mulheres de grande valor nos
cargos que ocupam e como esposas e mães extraordinárias. A minha neta KARINA
engenheira química que trabalha em petróleos, a NADINE, mãe de um rapaz e uma
menina (vivas a este dia BISNETA ELENA), ocupando um lugar de engª. Bio-tecnológica
em grande empresa, no estrangeiro, a Tânia que dá aulas de motricidade humana
numa escola de curriculum português, com 600 alunos, no estrangeiro, a Sara,
mulher do meu neto Michael, já com um filho e à espera de uma menina,
professora de português num país longínquo e desempenhando um lugar importante
por turnos na Clínica Médica que a minha filha, sua sogra, dirige. Enfim
mulheres de valor, sem elas o mundo não funcionaria do mesmo modo.
Emocionei-me
ao pensar na mulher que mal sai do sono da noite, corre na maratona da vida,
para aprontar o pequeno-almoço para o marido e filhos. Tem de levar os filhotes
à escola e numa corrida contra relógio chegar a tempo ao emprego. Desempenha as
tarefas com eficiência. Tem um cérebro de génio para pensar nas compras que irá
fazer para as refeições dos que ama e que irá preparar no seu regresso. E -
quantas vezes - esses “se esquecem” de num abraço lhe agradecer, como se ela
fosse uma peça sempre impecável da tecnologia mais avançada.
Não
podemos deixar passar este dia dedicado à mulher, sem um pensamento doce de
GRATIDÃO para as mulheres que ajudaram a moldar a nossa mente, o nosso coração:
As nossas mães estejam
onde estiverem.
A
todas as mulheres, incluindo as aqui presentes e a todas as que não estão aqui,
dignas de referência, porque carregaram dentro de si o ser humano de que é
composta a humanidade. E também em louvor de todas as mulheres que estão dando
à luz e a todas as que estão nascendo neste momento, por esse mundo fora:Juntemos as nossas mãos numa calorosa salva
de palmas.
Celeste
Cortez (Portugal) escritora
Blogue: Letras à
solta - http://celestecortez,blogspot.com/
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