Preguiçosa acordou a manhã.
Corre a notícia de que morri.
Ouvi e li,
Sem ver a data do jornal,
Mas lá está – morri!
Não faz mal…
Morrer, tenho a certeza,
É o simples e esperado ocaso,
No dever e respeito à Natureza.
Corre a notícia de que morri.
Ouvi e li,
Sem ver a data do jornal,
Mas lá está – morri!
Não faz mal…
Morrer, tenho a certeza,
É o simples e esperado ocaso,
No dever e respeito à Natureza.
No interior da morte,
Não perdi o norte.
Despojada de elementos materiais,
Afinal bem banais,
Vou, bem arranjada,
Aprumada e asseada,
Com meu fato de enterro,
Pronta para a celestial festa.
Foi desta!
Não perdi o norte.
Despojada de elementos materiais,
Afinal bem banais,
Vou, bem arranjada,
Aprumada e asseada,
Com meu fato de enterro,
Pronta para a celestial festa.
Foi desta!
Durante a terrena vida, dia após dia,
Aprofundei a pura essência
Do encanto da poesia
E da surpreendente ciência.
Não me contentei com o existir.
Fragmentei o tempo, antes de partir.
Aprofundei a pura essência
Do encanto da poesia
E da surpreendente ciência.
Não me contentei com o existir.
Fragmentei o tempo, antes de partir.
Quase sem aviso, regressei ao Paraíso
Donde um dia saí, em missão na Terra.
Espalhei a paz, lutei contra a guerra.
Donde um dia saí, em missão na Terra.
Espalhei a paz, lutei contra a guerra.
No fim da longa estrada
Senti, enfim, alguma fadiga
De jubilosa jornada.
Não me faltou mão amiga!
No desfilar de sombras na aragem
Uma, lutuosa, me envolve.
Esquecida da saudade,
Qual animado saltimbanco,
Para radioso céu azul e branco
Parti sem bagagem
Na derradeira viagem.
Senti, enfim, alguma fadiga
De jubilosa jornada.
Não me faltou mão amiga!
No desfilar de sombras na aragem
Uma, lutuosa, me envolve.
Esquecida da saudade,
Qual animado saltimbanco,
Para radioso céu azul e branco
Parti sem bagagem
Na derradeira viagem.
Vou continuar a falar-vos, sem dor,
De Deus, de Paz, de Justiça e de Amor.
Não me choreis. Recordai-me com alegria!
Adeus, amigos, adeus! Até um dia!
De Deus, de Paz, de Justiça e de Amor.
Não me choreis. Recordai-me com alegria!
Adeus, amigos, adeus! Até um dia!
Inédito de João Coelho dos Santos - Do livro no prelo
"NA ESQUINA DA VIDA"
"NA ESQUINA DA VIDA"
E bonito este poema.
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