por Carlos Brandão de Almeida para o blogue: http://celestecortez.blogspot.com
Ano Novo, vida nova. Ando a ouvir dizer isto há um ror de anos. Todos os anos a frase se repete. Porquê? Boa pergunta! É no início do ano, quando ele ainda está em embrião, que se costumam fazer projectos, dos mais acertados aos mais disparatados. Mas, com toda a honestidade, importa confessar que, ao recapitularmos as realizações que nos propusemos concretizar ao longo de cada ano, concluímos que nem todas foram cumpridas. Pior: uma grande parte delas finou-se pelo caminho. Mas essa é a lei da vida! E até é desejável que assim seja. Porquê? Perguntarão os mais acelerados. Pois porque, por certo, fomos excessivamente ambiciosos ao projectá-las. Se tivéssemos concretizado todos os projectos provavelmente isso ter-se-ia ficado a dever a pouca ambição nossa ou a uma indesejável acomodação á rotina instalada. Estaríamos então virtualmente realizados, meio caminho andado para a estagnação pessoal. Felizmente o que acontece é que a vida de cada um de nós é constituída por uma série infinita de aspirações. Estabelecem-se metas, dão-se-lhes as necessárias prioridades, vão-se cumprindo umas, ajustam-se outras e, realisticamente, vão-se eliminando ainda outras tantas. E, tal como o piloto do navio que constantemente ajusta a rota, para dar margem às alterações dos ventos e das correntes, também a máquina humana tem de saber ajustar a rota que traçou e manter um nunca acabar de opções. A nossa esperança é que cada projecto contribua para levar a barca humana a bom porto, no dia-a-dia da vida. E, quando chegar a vez de encostar ao cais, que saibamos sentir o prazer da viagem, com um mínimo de choques e raspões e com a consciência tranquila, certos de que procurámos contribuir para deixar o mundo melhor do que o encontrámos. Não fiquemos pois desgostosos e frustrados por não darmos término a qualquer projecto do início do ano. Podemos renová-lo amanhã, no princípio de um novo dia, ou da próxima semana, ou do próximo mês... Se dermos o necessário tempo de incubação a cada projecto que traçarmos e desfrutarmos a viagem, enquanto ela dura, provavelmente veremos os nossos objectivos alcançados. Assim, ficaremos livres para estabelecer novas metas, ainda mais ambiciosas. A esse processo chama-se crescimento. E coitado de quem pense que já cresceu tudo e que já sabe tudo! E a gente fala para o ano, valeu? |
Carlos Brandão de Almeida
E verdade! Tantos planos feitos no principio do ano que vao por agua abaixo uns meses, semanas ou dias depois...
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