Busto de Afonso Lopes Vieira, em Lisboa |
Três gotas d' água
E como a água escasseia, temos necessidade de a poupar.
Três irmãs, três gotas d' água
Que o infinito condensa,
Sua mãe nuvem do céu
Lá daquela altura imensa
Desprendeu...
A flor morria à míngua d'água mas sentindo a gota, ficou viçosa e a cor reavivou |
Vem uma cai sobre a flor
Que à míngua d'água morria
E mal a gota sentia
Voltava-lhe o viço e a cor...
A gota de água que caiu perto do ninho, o passarinho bebeu-a |
Caiu outra ao pé dum ninho
Que o passarinho bebeu...
Mas, a terceira no mar tombando
A gota de água triste dizia que nas ondas arrogantes desapareceria, mas a onda do mar, com gratidão, achou que aquela gotinha a fez maior |
Nestas ondas arrogantes
Desapareço mesquinha;
Responde a onda marinha
Já sou maior que era dantes...
Há quanto tempo não via…!
ResponderEliminarLindo. Ha mais de setenta anos encantou minha infancia. Recordar é viver.
ResponderEliminarAprendi na escola e já não lembrava de tudo
ResponderEliminarMuito lindo
Recebi há pouco uma foto recente com duas amigas e, por sermos 3, lembrei-me deste poema que aprendi em garotinha e vim pesquisar o autor para confirmar se estava certa. Há pequenas diferenças entre este e a forma como o tinha aprendido "lá daquela altura imensa as desprendeu" - "volta-lhe o viço e a cor" - "e um passarinho a bebeu" - "murmura chorando". Vou tentar a encontrar a versão original. Este poema sempre me encantou pela forma de construção. Grata por lembrarem Afonso Lopes Vieira. Em jovem, ouvi falar muito dele através de uma senhora que foi minha colega de emprego e que era afilhada do poeta. 🍀
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