quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Comentario ao romance MÃE PRETA, de Celeste Cortez, de Portugal

      Começo de maneira um tanto canhestra para apontar que há escritores, como é o caso de Celeste Cortez que se destacam pelo cuidado e pela delicadeza que despendem no trato da Língua Portuguesa, ensejando poética personalíssima. Neste aspeto, Mãe Preta, romance desta senhora de talento inegável, é exemplo acabado desta mesma delicadeza e deste mesmo cuidado. O romance, que cumula desenvolvimento de trama, circunscrito a experiência vivencial na/da realidade Africana, desenvolve tese bastante discutida, a da maternidade, eu diria, desconhecida, para não dizer equivocada.


         Lendo o romance de Celeste Cortez, lembrei-me de um filme – Imitação da vida - , 1959, dirigido por Douglas Sirk. Arrisco o palpite de que a história é bastante similar. No caso do filme, a questão “racial”, em ambiência norte-americana, trata de maneira peculiar o drama vivido pela moça que quer ascender socialmente e, para isso, tem de “esconder” a mãe, negra. No caso do romance, a meu ver mais instigante, a perspetiva é outra, a referida delicadeza da linguagem romanesca desenvolvida pela autora, revela o drama da menina que vai descobrindo a real origem.

       Claro está que existe um embate entre negros e brancos, desta feita, em terras africanas. Nesta ambiência, uma leitura plausível do romance de Celeste Cortez, é a da recuperação de certa memória “colonial” a desenhar perímetros existenciais novos. Somente este aspeto já seria suficiente para alocar Mãe Preta na galeria de romances que fazem uma releitura da História Portuguesa, abordando nuances da cultura que se desenvolve a partir do 25 de Abril. É bom repetir: esta é uma perspetiva de “leitura”

    O texto de Celeste Cortez faz da delicadeza e do cuidado, caraterísticas mais que pessoais de sua escrita. Só por isso, o que não é pouco, vale a pena a leitura.

                              José Luiz F.S.J. (Brasil) 

NICOLAU - A VIAGEM PELO MUNDO DA FANTASIA

 

                       VIRAM POR AÍ O NICOLAU? 

      O Nicolau, sim, esse, o que foi viajar pelo Mundo... pelo mundo da fantasia. 

       Viajar pelo mundo da fantasia, é preciso. E pode viajar-se lendo, sem sair do lugar. Mas como hoje estamos a falar do Nicolau, vamos aproveitar para AGRADECER, com todas as letras grandes, ao Agrupamento Escolar de Carregal do Sal, onde aconteceu uma coisa maravilhosa ao Nicolau. 

      Já foi há uns tempos, mas que importa? O que é preciso é agradecer, mas agradecer publicamente, assim, onde todos possam saber que, apesar de tanta coisa má que há no coração de algumas pessoas - infelizmente não são poucas -, ainda há e continuará a haver, quem agradeça. 

      A seguir ao agradecimento, o mais fácil é contar o que se passou. Pois... vamos a isso. Tenham calma, vou já contar, utilizando,  com a devida vénia, as palavras que foram escritas pelo próprio agrupamento. Palavras que foram copiadas por mim (abaixo)  para agradecer. Fico tão feliz com o que fizeram. O meu coração transborda de alegria desde que o soube. Os meus olhos encheram-se de umas gotinhas de água que cristalizaram ao canto dos olhos. Por vezes comparo-as a diamantes, é o que são, diamantes de amor que me ofereceram. E como são belos. 

      Agora é a vossa vez de lerem e dizerem: Valeu a pena termos esperado para ler a notícia. SIM, VALEU A PENA PARA TODOS NÓS. Obrigada por estarem aqui. Se gostou, deixe uma mensagem positiva, conforme a sua educação e eu lhe responderei logo que passe por aqui novamente. Mas desde já, obrigada, obrigada, obrigadaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa................................. 

A viagem do Nicolau pelo mundo da fantasia

 

Em abril de 2021, a professora bibliotecária apresentou a obra A viagem do Nicolau pelo mundo da fantasia, da autoria de Celeste Cortez, aos alunos da turma C, do 4.º ano, da Escola Básica Nuno Álvares, de Carregal do Sal. Seguidamente, elaborou uma versão reduzida desta obra, tendo as falas sido distribuídas pelos 15 alunos da turma.

Com a professora titular, os alunos treinaram a leitura das falas e recriaram a capa do livro (ilustração). Na biblioteca escolar, procedeu-se à gravação das falas, com recurso à ferramenta Audacity.

Uma assistente operacional procedeu à montagem do podcast, inserindo músicas e sons da natureza.

podcast foi enviado para o concurso "Conta-nos uma história".

MAIS UMA VEZ OS AGRADECIMENTOS DA AUTORA Celeste Cortez

EM BREVE a edição de A VIAGEM DO NICOLAU PELO MUNDO DA APRENDIZAGEM, desta vez bilingue português-inglês, tradução da autora. Ilustrações lindíssimas. Estejas atentos e reservem desde já, pedindo à autora através do email celeste.cortez@hotmail.com. Se tiverem o número de telemóvel dela, confirmem. 

            Agradeço a Deus, aos meus familiares, aos meus amigos e confrades pelo apoio. 
            Bem haja a todos pelo carinho comprando os livros que consegui publicar, dando-me assim  a possibilidade de continuar a publicar.   

 


terça-feira, 15 de outubro de 2024

Ermelinda Duarte - Somos Livres [1975]

MARIA ERMELINDA OLIVEIRA DUARTE, nasceu em Lourenço Marques Moçambique e trabalha na R.T.P.
Ermelinda Duarte celebra as conquistas do 25 de Abril neste single, que inclui dois temas de sua autoria e com arranjos de José Cid. As duas músicas fizeram parte da peça «Lisboa 72/74». "Somos livres" é um dos hinos da Revolução de Abril, particularmente emotivo nos versos «Uma gaivota voava, voava, asas de vento, coração de mar. Como ela, somos livres, somos livres de voar.». ALINHAMENTO 00:00 Somos livres04:05 Joaquim da Silva Letras e música: Ermelinda Duarte Arranjos e Direcção Musical de José Cid «Qual a expressão de comunicabilidade em cada ser? Como ama a vida? Como protesta, ou aceita ou luta? A forma do grito ou da lágrima, dum alerta ou duma aclamação, varia no ser humano consoante a sua sensibilidade, cultura e participação voluntária no processo evolutivo ou não do mundo exterior. Ermelinda Duarte escolheu a arma da palavra dita ou cantada, feita poema, para sua forma de estar no mundo moderno, do teatro universitário (é formada em Germânicas) transitou para o teatro profissional. Integrada na companhia do Teatro Estúdio de Lisboa há anos, não é a primeira vez que os seus poemas e apontamentos musicais ilustram cenas e realçam momentos sensíveis dos textos representados. Na peça de Luzia Maria Martins «Lisboa 72/74» estreada depois de 25 de Abril, a palavra, o poema, o grito, a arma, floriram na verdade adulta da liberdade alcançada. Eles aí estão em forma de canções. Eis Ermelinda Duarte, actriz culta, jovem, de opções firmes no caminho encetado, de voz igual a si mesma, de expressão definida entre o «sim» da vontade e o «não» à representação... Sem palco.» Etelvina Lopes de Almeida (texto que acompanhou a edição do single em vinil, 1975)
Biografia nasceu a 6-10-1946 em Lourenço Marques - Moçambique. Vem  para Lisboa com doze anos, estuda no Liceu e depois na Faculdade licencia-se em Filologia Germânica. É no Grupo Cénico da Faculdade de Letras que tem as suas primeiras experiências teatrais como "O Avejão", de Raul Brandão, e "O Anfitrião", de António José da Silva, fazendo ainda o espetáculo com entremezes de Cervantes que marcou a estreia como encenador de Luís Miguel Cintra, no Grupo de Teatro do Ateneu Cooperativo.Em 1969, ingressa na Companhia Teatro Estúdio de Lisboa, sediada no T. Vasco Santana, onde interpreta alguns dos mais notáveis espetáculos da companhia dirigida por Luzia Maria Martins de que são exemplo "As Mãos de Abraão Zacut", de Luís Sttau Monteiro (1969), "Vítor ou as Crianças no Poder", de Roger Vitrac (1970) ou "A Cozinha", de Arnold Wesker (1971). É de 1971 a sua estreia no cinema.Em 1975, passa para o Adoque e para uma zona de teatro nos antípodas do praticado no TEL, a revista. Quando o Adoque interrompeu a sua atividade, em 1982, Ermelinda Duarte afastou-se dos palcos e não tornou. Dedicou-se, desde então, sobretudo à dobragem. É viuva do actor António Montez, que faleceu em 2014. A filha de ambos, Helena Montez, também é actriz . 

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

ROMANCE "O MEU PECADO"

 

                                                “O MEU PECADO" (ª)      


                                         COMENTÁRIOS  DE LEITORES (FÃ CLUB)     


                                                                                                     

Olá Celeste,

Bastante tempo depois de ter lido "Mãe Preta", de que tanto gostei, acompanhou-me no início desta semana o seu "O MEU PECADO". Gostei mesmo muito do livro, principalmente porque se apresenta perante nós de forma inesperada e se impõe sem ser à força e de maneira muito natural. Fui adiando a leitura por sua culpa... depois de me ter dito que o "Mãe Preta" era muito melhor; que representava uma evolução relativamente a este, etc. Como gostei tanto do outro, (Mãe Preta*) tive o cuidado de criar um lapso de tempo para não deturpar as duas realidades. Mas agora, peguei nele e devo dizer-lhe que gostei muito do que li. Não só pela história, que novamente nos remete para uma realidade africana que me motiva muito mas que eu, infelizmente, não conheço pessoalmente, mas sobretudo pela forma cruzada como optou por desenvolver a narrativa. Acho que funciona muito bem e que cumpre o objectivo de nos envolver na história e nos personagens. Fico à espera do próximo!

ESCRITOR João Anibal Henriques (ou João Aníbal da Veiga Henriques): Historiador e Geólogo,  Foi Vereador na Câmara Municipal de Cascais; Secretário Geral da Academia de Letras e Artes de Portugal – Livros editados: “História Rural Cascalense”, “O Plano Director Municipal de Cascais”, “A Montanha”, “O Estoril e a Paróquia de Santo António”, “Uma Intervenção Psicopedagógica nas Minas da Panasqueira”, “Assumir o Fim-do-Mundo”, “Levantamento Exaustivo do Património Cascalense”, “A Saúde de Cascais”, “Comércio & Turismo”, “Turismo do Estoril”, “História da Pedagogia” e “Cascais – Estratégia de Futuro”.


  (ª) Romance da autora Celeste Cortez , de Portugal. 1ª. e 2ª. edição em português. Em breve edição em espanhol. 


 

 

GRANDES HOMENS QUE FAZEM PARTE DA HISTÓRIA DE CASCAIS E DE PORTUGAL

              Homenagem a José Dias Valente e Helena Quina || 20 Setembro || 17h30 |                                  | JF de Cascais


Convite Homenagem Dias Valente e Helena Quina.jpeg




Caros Amigos e Confrades,


A História mostra-nos que a vida é feita de ciclos que, ao sabor das vicissitudes da história particular de cada um, 

se repetem inexoravelmente, dando corpo e forma à História maior de todos nós.


Aqui e ali, por determinação do destino e dos acasos que o compõem, alguns ousam destacar-se da medianidade,

 oferecendo a todos os outros a genialidade do seu pensamento, a coragem da sua determinação e a capacidade

 incomum de com o contributo da sua própria vida contribuírem decisivamente para que vida da comunidade avance

, ganhando novas perspectivas de felicidade.


Foi o que aconteceu no Monte Estoril em 1936 quando, por um acaso fortuito que o destino impôs, o meu avô (avô do 

Dr. João Anibal Henriques),  convidou o seu amigo de há muitos anos, o Dr. José Dias Valente, para vir fundar 

e dirigir o Colégio João de Deus, nascido para homenagear o seu Mestre Comum e também amigo João de 

Deus Ramos, depois do desaire que determinou o encerramento do Bairro Escolar do Monte Estoril que este 

dirigia numa sociedade com João Soares.


José Dias Valente chegou aos Estoris com o capital que permitiu a criação do Colégio João de Deus mas trouxe 

consigo igualmente a genialidade do seu pensamento, a mestria pedagógica que ousava professar e sobretudo 

os traços de um humanismo que o faziam brilhar.


Fez a diferença na vida de milhares de alunos que até 1973 ali se fizeram homens e que marcaram eles próprios os desígnios da Portugalidade. Como o comprova, aliás, a identidade arreigada e sentida que os antigos alunos, tantas décadas depois de saírem do João de Deus, conseguem preservar.


Em 1973, já depois da morte do meu avô e abatido por problemas de saúde e pela idade, José Dias Valente 

decidiu encerrar o Colégio João de Deus. Na festa de despedida, que os antigos alunos organizaram no antigo 

Hotel Estoril-Sol, recebeu da pintora Helena Quina, mulher do antigo médico do colégio e ilustre estorilense 

Dr. Mário Quina, um magnífico retrato seu que desde aí ficou exposto com grande destaque na sua sala de jantar.


51 anos depois, no próximo dia 20 de Setembro, às 17h30, a União das Freguesias de Cascais e Estoril e 

a Associação dos Antigos Alunos do Colégio João de Deus vão homenagear o Dr. José Dias Valente e a 

Pintora Helena Quina descerrando solenemente esse retrato na Galeria Permanente da Junta de Freguesia de 

Cascais. Lá estarão os familiares e amigos de ambos os homenageados, as entidades oficiais do município 

de Cascais e os seus antigos alunos, de forma a garantir que o exemplo de vida, a genialidade e a capacidade 

pedagógica e artística dos homenageados se perpectue nas memórias destes estoris que tanto lhes devem. 

De maneira a sublinhar a importância que efectivamente ainda têm nos alicerces da Identidade de Cascais.


Tenho, desta maneira, a grata oportunidade de vir replicar junto de vós este convite para que estejam connosco 

no dia 20 de Setembro, às 17h30 na sede da Junta de Freguesia de Cascais, no Largo Cidade de Vitória, 

em Cascais (atrás do edifício da lota), e para que connosco evoquem as suas memórias e também a de todos

 aqueles que os acompanharam no feito extraordinário de terem conseguido furar os ciclos da vida e de se 

terem destacado mudando positivamente a vida dos que tiveram a sorte de passar pelo Colégio João de Deus.


Em Cascais no estio sereno de 2024…


João Aníbal Henriques


José Dias Valente, Helena Quina e Maria da Luz Dias Valente.jpg
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