terça-feira, 15 de outubro de 2024

Ermelinda Duarte - Somos Livres [1975]

MARIA ERMELINDA OLIVEIRA DUARTE, nasceu em Lourenço Marques Moçambique e trabalha na R.T.P.
Ermelinda Duarte celebra as conquistas do 25 de Abril neste single, que inclui dois temas de sua autoria e com arranjos de José Cid. As duas músicas fizeram parte da peça «Lisboa 72/74». "Somos livres" é um dos hinos da Revolução de Abril, particularmente emotivo nos versos «Uma gaivota voava, voava, asas de vento, coração de mar. Como ela, somos livres, somos livres de voar.». ALINHAMENTO 00:00 Somos livres04:05 Joaquim da Silva Letras e música: Ermelinda Duarte Arranjos e Direcção Musical de José Cid «Qual a expressão de comunicabilidade em cada ser? Como ama a vida? Como protesta, ou aceita ou luta? A forma do grito ou da lágrima, dum alerta ou duma aclamação, varia no ser humano consoante a sua sensibilidade, cultura e participação voluntária no processo evolutivo ou não do mundo exterior. Ermelinda Duarte escolheu a arma da palavra dita ou cantada, feita poema, para sua forma de estar no mundo moderno, do teatro universitário (é formada em Germânicas) transitou para o teatro profissional. Integrada na companhia do Teatro Estúdio de Lisboa há anos, não é a primeira vez que os seus poemas e apontamentos musicais ilustram cenas e realçam momentos sensíveis dos textos representados. Na peça de Luzia Maria Martins «Lisboa 72/74» estreada depois de 25 de Abril, a palavra, o poema, o grito, a arma, floriram na verdade adulta da liberdade alcançada. Eles aí estão em forma de canções. Eis Ermelinda Duarte, actriz culta, jovem, de opções firmes no caminho encetado, de voz igual a si mesma, de expressão definida entre o «sim» da vontade e o «não» à representação... Sem palco.» Etelvina Lopes de Almeida (texto que acompanhou a edição do single em vinil, 1975)
Biografia nasceu a 6-10-1946 em Lourenço Marques - Moçambique. Vem  para Lisboa com doze anos, estuda no Liceu e depois na Faculdade licencia-se em Filologia Germânica. É no Grupo Cénico da Faculdade de Letras que tem as suas primeiras experiências teatrais como "O Avejão", de Raul Brandão, e "O Anfitrião", de António José da Silva, fazendo ainda o espetáculo com entremezes de Cervantes que marcou a estreia como encenador de Luís Miguel Cintra, no Grupo de Teatro do Ateneu Cooperativo.Em 1969, ingressa na Companhia Teatro Estúdio de Lisboa, sediada no T. Vasco Santana, onde interpreta alguns dos mais notáveis espetáculos da companhia dirigida por Luzia Maria Martins de que são exemplo "As Mãos de Abraão Zacut", de Luís Sttau Monteiro (1969), "Vítor ou as Crianças no Poder", de Roger Vitrac (1970) ou "A Cozinha", de Arnold Wesker (1971). É de 1971 a sua estreia no cinema.Em 1975, passa para o Adoque e para uma zona de teatro nos antípodas do praticado no TEL, a revista. Quando o Adoque interrompeu a sua atividade, em 1982, Ermelinda Duarte afastou-se dos palcos e não tornou. Dedicou-se, desde então, sobretudo à dobragem. É viuva do actor António Montez, que faleceu em 2014. A filha de ambos, Helena Montez, também é actriz . 

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

ROMANCE "O MEU PECADO"

 

                                                “O MEU PECADO" (ª)      


                                         COMENTÁRIOS  DE LEITORES (FÃ CLUB)     


                                                                                                     

Olá Celeste,

Bastante tempo depois de ter lido "Mãe Preta", de que tanto gostei, acompanhou-me no início desta semana o seu "O MEU PECADO". Gostei mesmo muito do livro, principalmente porque se apresenta perante nós de forma inesperada e se impõe sem ser à força e de maneira muito natural. Fui adiando a leitura por sua culpa... depois de me ter dito que o "Mãe Preta" era muito melhor; que representava uma evolução relativamente a este, etc. Como gostei tanto do outro, (Mãe Preta*) tive o cuidado de criar um lapso de tempo para não deturpar as duas realidades. Mas agora, peguei nele e devo dizer-lhe que gostei muito do que li. Não só pela história, que novamente nos remete para uma realidade africana que me motiva muito mas que eu, infelizmente, não conheço pessoalmente, mas sobretudo pela forma cruzada como optou por desenvolver a narrativa. Acho que funciona muito bem e que cumpre o objectivo de nos envolver na história e nos personagens. Fico à espera do próximo!

ESCRITOR João Anibal Henriques (ou João Aníbal da Veiga Henriques): Historiador e Geólogo,  Foi Vereador na Câmara Municipal de Cascais; Secretário Geral da Academia de Letras e Artes de Portugal – Livros editados: “História Rural Cascalense”, “O Plano Director Municipal de Cascais”, “A Montanha”, “O Estoril e a Paróquia de Santo António”, “Uma Intervenção Psicopedagógica nas Minas da Panasqueira”, “Assumir o Fim-do-Mundo”, “Levantamento Exaustivo do Património Cascalense”, “A Saúde de Cascais”, “Comércio & Turismo”, “Turismo do Estoril”, “História da Pedagogia” e “Cascais – Estratégia de Futuro”.


  (ª) Romance da autora Celeste Cortez , de Portugal. 1ª. e 2ª. edição em português. Em breve edição em espanhol. 


 

 

GRANDES HOMENS QUE FAZEM PARTE DA HISTÓRIA DE CASCAIS E DE PORTUGAL

              Homenagem a José Dias Valente e Helena Quina || 20 Setembro || 17h30 |                                  | JF de Cascais


Convite Homenagem Dias Valente e Helena Quina.jpeg




Caros Amigos e Confrades,


A História mostra-nos que a vida é feita de ciclos que, ao sabor das vicissitudes da história particular de cada um, 

se repetem inexoravelmente, dando corpo e forma à História maior de todos nós.


Aqui e ali, por determinação do destino e dos acasos que o compõem, alguns ousam destacar-se da medianidade,

 oferecendo a todos os outros a genialidade do seu pensamento, a coragem da sua determinação e a capacidade

 incomum de com o contributo da sua própria vida contribuírem decisivamente para que vida da comunidade avance

, ganhando novas perspectivas de felicidade.


Foi o que aconteceu no Monte Estoril em 1936 quando, por um acaso fortuito que o destino impôs, o meu avô (avô do 

Dr. João Anibal Henriques),  convidou o seu amigo de há muitos anos, o Dr. José Dias Valente, para vir fundar 

e dirigir o Colégio João de Deus, nascido para homenagear o seu Mestre Comum e também amigo João de 

Deus Ramos, depois do desaire que determinou o encerramento do Bairro Escolar do Monte Estoril que este 

dirigia numa sociedade com João Soares.


José Dias Valente chegou aos Estoris com o capital que permitiu a criação do Colégio João de Deus mas trouxe 

consigo igualmente a genialidade do seu pensamento, a mestria pedagógica que ousava professar e sobretudo 

os traços de um humanismo que o faziam brilhar.


Fez a diferença na vida de milhares de alunos que até 1973 ali se fizeram homens e que marcaram eles próprios os desígnios da Portugalidade. Como o comprova, aliás, a identidade arreigada e sentida que os antigos alunos, tantas décadas depois de saírem do João de Deus, conseguem preservar.


Em 1973, já depois da morte do meu avô e abatido por problemas de saúde e pela idade, José Dias Valente 

decidiu encerrar o Colégio João de Deus. Na festa de despedida, que os antigos alunos organizaram no antigo 

Hotel Estoril-Sol, recebeu da pintora Helena Quina, mulher do antigo médico do colégio e ilustre estorilense 

Dr. Mário Quina, um magnífico retrato seu que desde aí ficou exposto com grande destaque na sua sala de jantar.


51 anos depois, no próximo dia 20 de Setembro, às 17h30, a União das Freguesias de Cascais e Estoril e 

a Associação dos Antigos Alunos do Colégio João de Deus vão homenagear o Dr. José Dias Valente e a 

Pintora Helena Quina descerrando solenemente esse retrato na Galeria Permanente da Junta de Freguesia de 

Cascais. Lá estarão os familiares e amigos de ambos os homenageados, as entidades oficiais do município 

de Cascais e os seus antigos alunos, de forma a garantir que o exemplo de vida, a genialidade e a capacidade 

pedagógica e artística dos homenageados se perpectue nas memórias destes estoris que tanto lhes devem. 

De maneira a sublinhar a importância que efectivamente ainda têm nos alicerces da Identidade de Cascais.


Tenho, desta maneira, a grata oportunidade de vir replicar junto de vós este convite para que estejam connosco 

no dia 20 de Setembro, às 17h30 na sede da Junta de Freguesia de Cascais, no Largo Cidade de Vitória, 

em Cascais (atrás do edifício da lota), e para que connosco evoquem as suas memórias e também a de todos

 aqueles que os acompanharam no feito extraordinário de terem conseguido furar os ciclos da vida e de se 

terem destacado mudando positivamente a vida dos que tiveram a sorte de passar pelo Colégio João de Deus.


Em Cascais no estio sereno de 2024…


João Aníbal Henriques


José Dias Valente, Helena Quina e Maria da Luz Dias Valente.jpg

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

ROMANCE "O MEU PECADO"

 



                                               COMENTÁRIOS DE LEITORES - FÃ CLUBE (ª)

                                                                  
 

          Celeste, Li já MÃE PRETA. Estou terminando de ler O MEU PECADO. Gostei imenso de ambos (do segundo, até onde cheguei). O vocabulário de Mãe Preta, muito bem explicado no glossário, o seu texto agradaria a Machado de Assis e sua cobrança pela “cor local”... A trama e o drama da protagonista são tocantes.

          O que mais me chama a atenção é a fluidez de sua ficção, a linguagem leve e transparente não deixa de construir o entrecho denso e multifacetado – como no caso da discussão filosófica da “diferença”, no questionário a que é submetida a protagonista, no trecho que você destaca – a delicadeza da visão de Lina é mais que tocante. Pena é que o gênero humano tenha seguido trilha de diminuição de valores como esta sensibilidade.

        Já a saga do protagonista de O MEU PECADO é contagiante. Aliás, sua ficção prende pela delicadeza e franqueza. Os duelos verbais não fazem sombra na verdade das palavras que brotam da boca das personagens que você cria.

          Penso que a literatura guarda uma herança irrecorrível que muita gente, infelizmente, teima em que querer execrar: a escrita. Esse mérito, entre todos os demais, seus romances têm. Numa palavra: gostei.

          Ainda que minha opinião pessoal seja apenas mais uma – e, confesso, com o passar do tempo tenho ficado mais chato, o quê, de certa forma, me faz sentir-me como um dinossauro, portanto, muito longe do que poderia ser uma “unanimidade” – e valha muito pouco, não perco oportunidade de expressá-la, quanto mais quando é para tecer elogios mais que merecidos. Obrigado por sua confiança, delicadeza e amizade. Já no aguardo de mais um volume, deixo meus cumprimentos.

 

Livros do escritor e professor catedrático (agora jubilado, aposentado da Universidade de Ouro Preto-Brasil)  -  José Luiz Foureaux de Sousa Júnior:

 

Literatura e Homoerotismo”- “Você ou a certeza da proximidade das coisas”;-  “Makanceva” (romance) - “As cartas não mentem;(estudo da correspondência entre o poeta António Nobre e Alberto de Oliveira,   publicado pela Universidade de Coimbra)”


(ª) O    s comentários escritos fazem parte do PORTEFÓLIO dos livros, em posse da autora Celeste Cortez, de Portugal. 

 

                                                                      

 

 

Letras à solta: Análise da obra "Mãe Preta" de Celeste Cortez, pel...

Letras à solta: Análise da obra "Mãe Preta" de Celeste Cortez, pel...

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

PALAVRAS QUE VALEM A PENA.

                                                                      

          Um dia comentei umas palavras no facebook, de um jovem moçambicano, por serem palavras acertadas, capaz de encher o coração de quem aprecia palavras bem escritas. Pelo perfil sabia que era um jovem fora do seu país, à procura de aprender mais.

         Começou a tratar-me de "mãe". Que na verdade sou, até avó e até já ultrapassei a fasquia, sou bisavó, com muito orgulho dos 6 bisnetos que tenho. Que coisas lindas! Dizem que sou jovem para bisavó! Por certo ter uma família - embora vivendo em diversos países - mas que nos acarinham todos os dias com os seus telefonemas e mensagens, ajudam a sentirmo-nos jovens e felizes. 

          Resolvi enviar ao jovem moçambicano, um dos meus romances, o primeiro que publiquei, que nasceu com o nome de O MEU PECADO, o pecado de todos os que se sentiram culpados de certo acontecimento que mudou a vida de duas pessoas que se amavam. O romance situa-se, na primeira fase em Moçambique, onde vivi 25 anos, nem menos um dia, e finaliza em Portugal muitos anos depois, quando Ritinha procura o homem da sua vida e Raquel o pai que deveria ter, como as outras meninas. 

         E quase uma vez por semana, às vezes mais, o Jone comentava no Messenger, capítulo por capítulo, a sua apreciação. Quantas vezes tentando desculpar uma pessoa faltosa, outras vezes mostrando-se revoltado com os que procediam muito, muito mal! O Jone mostrou um sentido de justiça a toda a prova. E a prova é que está no estrangeiro a fazer um curso que honra a sua consciência e irá ajudar o seu país, pelo menos a sua comunidade, para os lados do Norte Moçambicano. 

         Depois, durante uns meses, falharam os comentários. Falhou a escrita entre o Jone e a autora deste blogue, autora não só daquele romance... E eu e meu marido, já habituados à leitura dos seus comentários, receei que algo lhe tivesse sucedido. Tentei indagar. E eis que as notícias voltaram, dizendo-me que naqueles 3 meses tinha estado a estudar arduamente para fazer o seu exame à Universidade. Num país estrangeiro, numa língua que teve de aprender. E passou com boas médias. Não regateei os meus parabéns, com aplausos. 

         Não posso deixar de dizer que um dia recebi dele palavras que me fizeram chorar, chorar de alegria, pelo carinho, pela apreciação da minha escrita.  Estes elogios finais - será que os mereço? -, mas não posso deixar de os agradecer de todo o coração!

Continuamos as nossas conversas epistolares, através do facebook e agora por email, para lhe dar coragem. Quem estuda tão longe do seu país, Moçambique, por certo precisa de coragem e incitamento para prosseguir os estudos. Anteontem enviei-lhe o romance "Mãe Preta", desejando que o aprecie tanto quanto apreciou O Meu Pecado.

Obrigada Jone S. E. pelas palavras especiais com que brindou a minha escrita. Obrigada por me chamar mãe, porque só é mãe quem acarinha.

            Celeste Cortez (c)  

 

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