OS FOGOS E AS CHUVAS
Os fogos queimaram florestas, casas, estábulos, animais que pastavam nos
verdes prados ou que apanhavam umas ervas secas para se alimentarem. Morreram
carbonizadas pela ação do fogo pessoas e animais, cujo prazo de vida poderia
ser muito mais longo. O ser humano, o homem, por norma deseja prolongar a sua
vida. Mas o fogo que o homem inventou por necessidade para cozinhar, para se
aquecer, também pode ser devorador. E foi-o, mais uma vez, nos grandes fogos
que têm consumido a nossa floresta, ano após ano, e piorou neste ano de 2017,
tendo morrido mais de uma centenas de pessoas.
Veio a chuva que todos desejávamos! Chegou a água das chuvas porque
todos ansiávamos, para ajudar no combate aos incêndios, para matar a sede ao
homem, aos seus animais domésticos, ao gado, sendo também um potencial para a
economia do país. Mas chegou tarde, é pouca e às vezes faz estragos.
Parecendo um contrassenso dizer que a água da chuva é benéfica teremos
que dizer que pode ser catastrófica quando cai em lugares ou tempo impróprios.
Quando leva à sua frente tudo o que foi esturrado, incluindo dejetos de animais, pólvora, inseticidas,
cadáveres, etc, etc. que foram arrastados para os Rios - não só para o Tejo,
para todos os outros rios e ribeiras do nosso país onde houve fogos na
proximidade, para as minas de água, para os lugares de captação de águas que
depois bebemos. Ciclos da vida que nem sempre vêm por bem.
Celeste Cortez , no livro “Crónicas
das noites longas”
Celeste Cortez é autora de romances, poesia e literatura infantil.
Professora convidada de Universidades Seniores, onde leciona "Poesia" "Estudos Africanos" e "Jograis Poéticos"
Muitos estragos pela mao do homem - fogos, poluicao...
ResponderEliminarPena que a tao desejada chuva tambem nao tenha caido na altura certa.