De: João Coelho dos Santos
Antes que adormeças, eu te digo
Que ser poeta foi, desde menino,
O meu destino!
Muito me afadiguei mas encontrei-te,
Entre alvoroços de contentamento,
Num certo dia em que fui beber
Á fonte dos desejos
E matei minha sede com teus beijos.
Escutei ecos de sinfonias e aleluias.
Na dúvida da origem e do final,
No embalar sereno do sonho,
No perfumado colo do amor,
Senti-me embriagado com néctares do Éden,
Contemplei os planetas e as estrelas
Em êxtase
Obedientes na abóbada celeste.
Meus versos andam, andam e não se cansam,
Falam de afetos e ternuras, de feridas e cicatrizes,
De morte e de vida, de paixão e de esperança,
De festa e de silêncio, de gritos de ecos distantes.
Tive uma ideia, breve, tão breve, que a perdi.
Quase me senti a mendigar no infinito.
Vi-te às portas do desconhecido.
Bailaram meus olhos no teu movimento
E disse-te: - até amanhã, amor.
Os impossíveis também se alcançam…
Do livro NA ESQUINA DA VIDA
Lançamento dia 25 de maio 2016
em Lisboa.
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