SONETO: Se tu viesses ver-me hoje à tardinha
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
3 dicas para perceber melhor qualquer leitura:
Leia devagar. Leia em voz alta. Leia e pense ao mesmo tempo.
PARA INTERPRETAR MAIS FACILMENTE OS DOIS TERCETOS, FAÇA A SEGUINTE interpretação:
Se tu viesses:
quando:
- a minha boca traça as linhas dulcíssimas dum beijo;
quando:
a minha boca é de seda vermelha e canta e ri;
e é: (a boca é)
como um cravo ao sol quando os olhos se cerram de desejo;
e quando: os meus braços se estendem para ti.
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