SETENTA *poema de -
João Coelho dos Santos
Há
quanto tempo lancei sementes de sonhos
À espera
de colher flores matizadas,
Na
certeza de que profunda era
A raiz
da minha paixão!
Sei que
no silêncio dormem visões longínquas,
Ocultas,
distantes, perdidas, envoltas em tranças
De oiro,
em tua coroa de princesa primavera.
Fui
seduzido por tua magia, num bissexto dia,
E então,
contigo sonhei a vez primeira.
O sonho
só é irrealizável
Quando a
inércia vence o sonhador;
Por
isso, se concretiza dia-a-dia
No polir
de arestas do cristal.
Muitas
vezes procurei envolver-me
Num
silêncio azul,
Meditando
que lisas são as águas do lago.
No
despertar do dia, na sua matinal glória.
Sei que
nunca te deixarei. E tu o sabes também…
Na hora
presente vivo uma hora de outrora
E outra
de agora.
Como
quem esquece, aprendi
Que este
amor não esmorece.
Estou
tão certo de mim!
Nem
fadas, nem gnomos
Vivem em
tal mundo de encanto!
No
extremo das nossas mágoas há sempre
Uma
janela aberta de ar e de luz
A
receber o amanhã, a esperança.
Minha
princesa, minha rainha,
Rainha-mãe,
rainha-avó!
As
pessoas são o que são, raramente se mudam,
Quase
sempre se revelam.
Por
vezes parecem morrer alguns sonhos,
Ilusões,
devaneios…
Quando
assim parecer ser, sossega, não desesperes,
E faz
como quando em bebé punhas o dedo na boca
E dele
fazias
Improvisada
e inseparável, a tua magnífica chupeta.
Como
então, agora brincas nos teus setenta!
Gu-gu,
da-da, gu-gu, da-da…
* A Angélica, minha mulher
do livro 70 - SETENTA - 70
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