Será que nos dias de hoje faz sentido falarmos de filósofos que viveram há
mais de 2 500 anos? Fará realmente sentido reflectirmos sobre teorias geradas
muito antes de Jesus Cristo pregar a sua doutrina?
No início deste conturbado século XXI quando o pensamento humano parece
tudo ter abarcado, tudo ter questionado e ter presumivelmente achado soluções
teóricas para todos os problemas do Universo, será que valerá mesmo a pena
perdermos o nosso riquíssimo tempo com figuras míticas como Sócrates, Platão e
outros? Eles nem sequer tinham computadores, nem telemóveis, nem satélites à
sua mercê... Como poderiam esses seres desapetrechados discorrer sobre os
mistérios da condição humana; sobre os comportamentos dos homens ou sobre a Mãe
Natureza?
A resposta só pode ser encontrada relendo os seus textos, perscrutando o
seu pensamento, verificando a consistência das suas teses.
E, ao lê-las, ao analisá-las, ficamos maravilhados com a actualidade das
suas ideias, com a sensatez das suas propostas, com a abertura de espírito que
revelavam.
A estatura deste homem é intemporal, ultrapassou os séculos e até os
milénios.
Fará então sentido falar destes ancestrais filósofos? Claro que sim. Quanto
muito pela sua clarividência e pelo embrião de sapiência que nos legaram. E,
também, pela verticalidade e postura de vida que cultivavam.
Sócrates uma vez mais ele, foi certa vez interpelado por Anito, um pseudo-sábio
— provavelmente precursor dos muitos “Anitos” que hoje pululam pelo Mundo -
sobre a valia dos seus conhecimentos. A essa questão respondeu Sócrates com a
célebre frase: Só sei que nada sei...
O Homem na sua trídimensão de indivíduo, de cidadão e de ser espiritual
precisa de ser feliz, aspira por justiça e anseia por mais saber. Necessita
pois de pensadores com visão humanista séria e generosa projectada no futuro.
Assim o foram os filósofos antes da era cristã.
Carlos
Brandão de Almeida
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