quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

FLORBELA ESPANCA




Do Diário de Florbela Espanca - no último ano 
da sua vida. 



... "- É um encanto agora, quase todos os dias renovado, o meu passeio pela Boavista. Como as árvores se enfeitam, espreitando a Primavera! Polvilham-se de oiro as mimosas, ao crepúsculo riem, num riso diabólico, as peónias, vestem as magnólias os seus vestidos de baile: brancos, rosados, cor de lilás... saias compridas quase a roçar o chão."

LEITURA

Imponha a si mesmo uma meta: Ler pelo menos um livro por mês. Procure bons livros
Se não pode comprar, requisite em biblioteca pública, em gabinetes de leitura.
Organize um grupo de leitura, lendo o mesmo livro e discutindo depois o tema, a trama, os pontos que mais lhe agradaram, tudo o que possa contribuir para o seu conhecimento
AO FIM DE ALGUM TEMPO, VERÁ QUE NÃO PASSA SEM LEITURA





quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

António Sampaio da Nóvoa é o vencedor do Prémio Universidade de Coimbra 2014

PARABÉNS


Notícia da Net : Ao longo da sua carreira Sampaio da Nóvoa publicou cerca de 200 títulos, entre livros e artigos, tendo leccionado em importantes universidades portuguesas e estrangeiras. Foi ainda presidente do ISCHE - Associação Internacional de História da Educação e presidente do Conselho Consultivo da área de educação da Fundação Calouste Gulbenkian. 
Em 2005 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública". 
Desde a sua criação, o prémio UC, que comemora dez anos, distinguiu, entre outras personalidades, o músico e compositor António Pinho Vargas, a cientista Maria de Sousa, o artista plástico Julião Sarmento e o actor e encenador Luís Miguel Cintra.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

NATAL - ARY DOS SANTOS

Não deixemos que o Natal seja passado assim!
NATAL, ARY DOS SANTOS

Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e combóios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher.

Ary dos Santos

"Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser"








Caríssimo leitor:

O blogue passou a ter o fundo preto. 
Valeu a pena? 
Acha que está melhor? 
Aguardo os seus comentários. 

Um abraço da autora Celeste Cortez 

Dê uma olhada nos meus romances

"O Meu Pecado"

"Mãe Preta"

Vende-se em Portugal em algumas livrarias. 

Caso não consiga encontrar, por favor contacte a autora através do email: celeste.cortez@hotmail.com
envio à cobrança. 
A sala das pegas (foto da internet) 


AS PEGAS DE SINTRA, (lenda)
transformada em poema por
ALMEIDA GARRETT - 1799-1854


O escritor Almeida Garret, aproveitou a Lenda das Pegas de Sintra e escreveu este maravilhoso poema, supõe-se que a 22-07-1846. 
…….Almeida Garrett - nasceu em 1799 e faleceu em 1854. 


POR BEM


Gavião, gavião branco
Vai ferido e vão voando;
Mas não diz quem n'o feriu,
Gavião, gavião branco!

O gavião é calado,
Vai ferido e vai voando
Assim fora a negra pega
Que há-de sempre andar palrando.

A pega é negra e palreira,
O que sabe vai contando...
Muito palra a pega
Que sempre há-de estar palrando.

Mas quer Deus que os chocalheiros
Guardem, ás vezes, falando,
O segredo dos sisudos,
Que eles não guardam calando.

Era uma pega no paço
Que el-rei tomara, caçando;
Trazem-na as damas mimosa
Com a estar sempre afagando.

Nos
paços era de Sintra
Onde estava
el-rei poisando:
A
rainha e suas damas
No jardim andam folgando,

Entre açucena e rosas,
Entre os goivos trebelhando;
Umas regavam as flores
Outras as vão apanhando.

E a minha pega com eles
Sempre, sempre, palreando.
Vinha el-rei atrás de todos
Com Dona Mécia falando.

Era a mais formosa dama
Que andava naquele bando;
No ombro de Dona Mécia,
A pega vinha poisando.

E zelosa aprecia
Que os andava espreitando...
Colhera el-rei uma rosa,
A dona Mécia a ia dando,

Com um requebro nos olhos
Tão namorando e tão brando...
Inda bem, minha rainha,
Que adiante te vais andando!



Pegou na rosa a donzela,
Disfarçada a está cheirando...
Senão quando a negra pega
Que lha tira e vai voando.

Deu um grito Dona Mécia...
E a rainha, voltando,
Deu com olhos em ambos...
Ambos se estão deleitando.

-"Foi por bem!" – lhe disse o rei,
Seu acordo recobrando:
-"Foi por bem!" – "Por bem!" Repete
A pega em torno voando.

- "Por bem, por bem!" grasna a tonta,
De má malícia cuidando
Co’a chocalheira da língua
Andar a caso enredando.

Mas quer Deus que os chocalheiros
Guardem às vezes falando
O segredo dos sisudos
Que eles não guardam calando. 


Riu-se a raínha da pega 
E ficou acreditando
que a inocência do caso
Nela se estava provando. 

Da pega mexeriqueira,
Do bem que fez, mal pensando
Nos eais paços de Sintra
A memória está durando.

Eis aqui, senhores, a história
Da pega que aí vês palrando,
Da rosa que tem no bico,
Da letra que está cercando. 




AS  PEGAS DO PALÁCIO DE SINTRA - Foto do Flickr. com a devida vénia

Estas pegas estão no tecto do Palácio Nacional de Sintra , Palácio da Vila, situado na Vila de Sintra (o  Palácio das Chaminés)
(não no Castelo de Sintra)





sábado, 18 de janeiro de 2014

POETA-DECLAMADOR ARY DOS SANTOS, EM SUA MEMÓRIA

Ary dos Santos, de seu nome completo José Carlos Ary dos Santos, era descendente de família de alta burguesia. Nasceu em 1937 – Faleceu a 18-01-1984.

 
Foi autor de mais de 600 poemas muitos dos quais foram musicados,
continuam atualizados. Grandes cantores o interpretaram.

Em sua memória, aqui fica o seu poema:
Era tarde.
Era declamado por ele, foi cantado por Carlos do Carmo




Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficamos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Se tu és a alegria ou se és a tristeza

Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza


Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos noturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foto de Tó Cortez - Direitos de Autor a não ser com autorização da autora deste blogue. 

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram

Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam

Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!




quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

SÓ SEI QUE NADA SEI...por Carlos Brandão de Almeida

Será que nos dias de hoje faz sentido falarmos de filósofos que viveram há mais de 2 500 anos? Fará realmente sentido reflectirmos sobre teorias geradas muito antes de Jesus Cristo pregar a sua doutrina?

No início deste conturbado século XXI quando o pensamento humano parece tudo ter abarcado, tudo ter questionado e ter presumivelmente achado soluções teóricas para todos os problemas do Universo, será que valerá mesmo a pena perdermos o nosso riquíssimo tempo com figuras míticas como Sócrates, Platão e outros? Eles nem sequer tinham computadores, nem telemóveis, nem satélites à sua mercê... Como poderiam esses seres desapetrechados discorrer sobre os mistérios da condição humana; sobre os comportamentos dos homens ou sobre a Mãe Natureza?
A resposta só pode ser encontrada relendo os seus textos, perscrutando o seu pensamento, verificando a consistência das suas teses.

E, ao lê-las, ao analisá-las, ficamos maravilhados com a actualidade das suas ideias, com a sensatez das suas propostas, com a abertura de espírito que revelavam.

Foto da internet 
Sócrates que foi sacrificado por mor das suas convicções, morreu envenenado com cicuta. Afirmou ele que vale mais sofrer uma injustiça do que praticá-la.

A estatura deste homem é intemporal, ultrapassou os séculos e até os milénios.

Fará então sentido falar destes ancestrais filósofos? Claro que sim. Quanto muito pela sua clarividência e pelo embrião de sapiência que nos legaram. E, também, pela verticalidade e postura de vida que cultivavam.

Sócrates uma vez mais ele, foi certa vez interpelado por Anito, um pseudo-sábio — provavelmente precursor dos muitos “Anitos” que hoje pululam pelo Mundo - sobre a valia dos seus conhecimentos. A essa questão respondeu Sócrates com a célebre frase: Só sei que nada sei...

O Homem na sua trídimensão de indivíduo, de cidadão e de ser espiritual precisa de ser feliz, aspira por justiça e anseia por mais saber. Necessita pois de pensadores com visão humanista séria e generosa projectada no futuro. Assim o foram os filósofos antes da era cristã.

                                                    Carlos Brandão de Almeida

POETA VIRGÍLIO DE LEMOS (Moç.(Ibo) 1929 - Paris, Dez.2013)

Foto da internet 


VIRGILIO DE LEMOS 

 IBO-Moçambique 1929 - PARIS Dez.2013)

Como Fernando Pessoa também escreveu poesia sob heterónimos: Lee-Li Yang, Bruno dos Reis, Duarte Galvão. Utilizou Duarte Galvão na sua poesia reivindicativa, política. Usou Lee-Li Yang na poesia erótica e Bruno dos Reis, a sua poesia geracional.
Foto da internet

Na sua poesia tão cheia de sentimento e simplicidade, não precisou de alongamentos. Suas palavras profundas lembram poesia Haicai de Bashõ ou a nova e extraordinária, por ser tão densa, poesia aldravista.

livre
passeio
prisioneiros versos e
náusea

entre-invisíveis
muros
eu
e invisíveis mortos.
(Virgilio de Lemos 1999)


 

domingo, 12 de janeiro de 2014

FERNANDO PESSOA (Alvaro de Campos)

Sintra - (imagem da net)

 AO VOLANTE DO CHEVROLET PELA ESTRADA DE SINTRA

 Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
 Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,
 Sozinho guio, guio quase devagar, e um pouco
 Me parece, ou me forço um pouco para que me pareça,
 Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,
 Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter,
 Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir?
 Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa, 
 Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
 Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem conseqüência,
 Sempre, sempre, sempre,
 Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma, 
 Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida...
 Maleável aos meus movimentos subconscientes do volante,
 Galga sob mim comigo o automóvel que me emprestaram.
 Sorrio do símbolo, ao pensar nele, e ao virar à direita.
 Em quantas coisas que me emprestaram eu sigo no mundo
 Quantas coisas que me emprestaram guio como minhas!
 Quanto me emprestaram, ai de mim!, eu próprio sou!
 À esquerda o casebre — sim, o casebre — à beira da estrada 
 À direita o campo aberto, com a lua ao longe.  
 O automóvel, que parecia há pouco dar-me liberdade, 
 É agora uma coisa onde estou fechado
 Que só posso conduzir se nele estiver fechado, 
 Que só domino se me incluir nele, se ele me incluir a mim.
 À esquerda lá para trás o casebre modesto, mais que modesto.
 A vida ali deve ser feliz, só porque não é a minha.
 Se alguém me viu da janela do casebre, sonhará: Aquele é que é feliz.
 Talvez à criança espreitando pelos vidros da janela do andar que está em cima
 Fiquei (com o automóvel emprestado) como um sonho, uma fada real.  
 Talvez à rapariga que olhou, ouvindo o motor, pela janela da cozinha
 No pavimento térreo,
 Sou qualquer coisa do príncipe de todo o coração de rapariga,
 E ela me olhará de esguelha, pelos vidros, até à curva em que me perdi.  
 Deixarei sonhos atrás de mim, ou é o automóvel que os deixa?
 Eu, guiador do automóvel emprestado, ou o automóvel emprestado que eu guio?
 Na estrada de Sintra ao luar, na tristeza, ante os campos e a noite,
 Guiando o Chevrolet emprestado desconsoladamente,
 Perco-me na estrada futura, sumo-me na distância que alcanço,
 E, num desejo terrível, súbido, violento, inconcebível,
 Acelero...
 Mas o meu coração ficou no monte de pedras, de que me desviei ao vê-lo sem vê-lo,
 À porta do casebre,
 O meu coração vazio,
 O meu coração insatisfeito,
 O meu coração mais humano do que eu, mais exato que a vida.
 Na estrada de Sintra, perto da meia-noite, ao luar, ao votante,
 Na estrada de Sintra, que cansaço da própria imaginação,
 Na estrada de Sintra, cada vez mais perto de Sintra,
 Na estrada de Sintra, cada vez menos perto de mim...

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

HOMENAGEM A UM POETA VIVO - JORGE VIEGAS (MOÇAMBIQUE-1947)

Poeta JORGE VIEGAS 
É de um poeta vivo que vamos falar. Ele é JORGE VIEGAS, de seu nome completo Jorge Alberto Viegas, natural da linda cidade de Quelimane, em Moçambique. O Jorge foi funcionário de fazenda, tendo desempenhado as funções de Director de Fazenda em Nampula após a independência do país. Reside em Portugal, na outra margem do Tejo. Tem a seu cargo a parte adminiistrativa da ALAC - África, Literatura, Arte e Cultura, Lda.
O Jorge Viegas - Conheci-o de nome, de algumas publicações suas na imprensa moçambicana quando ambos residíamos naquele belo país que se chama Moçambique. Um dia, anos e anos mais tarde, casualmente conheci um Jorge Viegas quando fui trabalhar como voluntária num jornal regional "O Nova Morada" na Quinta do Conde. O nome não me é estranho, disse para mim própria, mas na realidade quem era este Jorge Viegas? De onde conhecia o nome? Provavelmente confusão com outro nome que um dia li em Moçambique, porque o POETA JORGE VIEGAS, que li na imprensa Moçambicana, não estaria em Portugal, muito menos num lugar tão pouco badalado como a Quinta do Conde. Um grande poeta devia sempre viver em lugares bem famosos, lugar que se harmonizasse com o seu estatuto pessoal, porque ser poeta, não era para todos, pensei. E não voltei a pensar. Para quê?
Vim a conhecer também a esposa, simpática, de quem fiquei a gostar muito. Mais nada.
E uns tempos mais tarde, uns anos mais tarde é o que quero dizer, encontrei-me novamente com o Jorge Viegas, numa sessão de poesia. E nessa altura, a ouvi-lo declamar as suas poesias, fiquei de tal maneira embasbacada com a sua capacidade, não só poetica mas também de declamador que apenas abri a boca para dizer entusiasmada "Maravilhoso" e as minhas mãos uniram-se num grande aplauso ao Jorge e à sua poesia.
De vez em quando pensava: Havia em Moçambique um poeta com este nome. Mas a poesia dele era pura poesia moçambicana, como se a poesia fosse pertença de um país e não de toda a gente que a ama, que a admira. Este Jorge Viegas dizia poesia de muitos autores e praticamente pouca dele. Dizia tão bem poesia de José Régio, como de Camilo Pessanha, como de ... e ficava-me a ouvir a sua voz nos poemas maravilhosos que escolhia para declamar.
Na ALA - Academia de Letras e Artes de Portugal,em 2011,
numa interpretação do poema de Fernanda de Castro
"Se os poetas dessem as mãos"
Eu coordenava e coordeno eventos de Música e Poesia. De Poesia e Música e Teatro por vezes, porque a poesia é a palavra para ser dita em todos os tons e nuances, para ser musicada, para sr fantasiada no teatro. Poesia é brincar com palavras, como disseram vários poetas e refiro aqui um talvez menos famoso que outros que poderia mencionar, Jo´se Paulo Paes (Brasil 1926-1998).
Em 2011 - Pelo livro que tem na mão, Jorge Viegas lendo o poema
"Muana"(premiado pela Actis) que inicia o romance
de minha autoria "Mãe Preta"
Mas vamos enrolar o fio na meada: A falar de Jorge Viegas, um dia convidei-o para dizer e declamar (porque há diferentes maneiras de pronunciar o poema, mas disso tratarei noutro artigo um dia destes). E ao ouvi-lo dizer um poema seu, catrapuz... não, não cheguei a dar uma queda assim tão aparatosa que fizesse "catrapuz"! Mas pensei para comigo: Não tens vergonha Celeste de não teres reconhecido um POETA, um GRANDE POETA? Passar e falar com o Jorge Viegas, embora sempre com muita consideração, mas não o reconhecer como aquele tal poeta, nem sei o que diga... 
Por isso aqui estou para me penitenciar e deixar-vos a identificação poética do POETA JORGE VIEGAS:
Em Sesimbra, no dia do lançamento do romance "Mãe Preta", Jorge Viegas
vendo-se a vice-presidente da Câmara/Vereadora da Cultura Drª. Felícia Costa,
a autora  Celeste Cortez e a
grande declamadora Elsa de Noronha (filha do poeta Rui de Noronha) 
- Entrou com poemas seus no "No reino de Caliban". Publicou em Moçambique o livro de poemas "Os milagres (1966. Em Portugal "O Núcleo tenaz" (1982); "Novelo de Chamas" (1989). Tem outros poemas seus incluídos nas seguints antologias: "No Reino de Caliban III" (1985, "Só poetas africanos" (1989), "Nunca é mais sábado" (2004) e "Poets of Mozambique")2006). Poderá ter mais que eu desconheça, podendo actualizar mais tarde.
Analisando a sua personagem, se tenho o direito de o fazer, aqui deixo o que penso, sem contudo julgar saber tudo o que seria preciso para dele falar. Os poetas são fingidores mas tenho a certeza, a certezinha que o Jorge Viegas é das pessoas mais verdadeiras que conheço. Na sua simplicidade, julga mesmo que não existe ou que se existe, não tem valor. Mas tem, o Jorge tem imenso valor. Nele não há vaidade.  

Deixo escrito uns poemas dele, para se deliciarem. Sei que gostarão. Em breve, noutras páginas, publicarei mais.  



CIRCULO DE SOMBRA  - Soneto dedicado ao grande poeta RUI KNOPFLI

A minha alma é um círculo de sombra.
Os meus poemas são a pálida mensagem
dum homem melancólico. Se sou poeta,
decerto não o sou do tempo presente.

Escrevo poemas de amor, e os meus poemas
não conduzem os povos à contestação.
Gosto de passear nas ruas a antiga liberdade
que eu sei haver nos poetas que mais amo.

Uma liberdade que não conduz a nada,
uma liberdade que não explica nada.
Leio velhos filósofos de antigamente,

e velhos poetas, mais velhos ainda.
De quando em vez, monólogos em surdina.
A minha alma é um círculo de sombra.   (Página 51 do livro ?)

Na ALA - JORGE VIEGAS interpretando um poema seu
OS RETRATOS

Os retratos, as delídas imagens de outrora
Revivídas, ao pausado virar de cada folha.
A íntima comoção, o enlevo de quem olha,
E nitidamente vê refluir, nos espaços de agora,

Os velhos tempos de antigamente. Na neblina
De memória, o passado se confunde com o presente,
Adivinha-se o futuro claramente,
E a vida inTeira nos cabe na retina. (26-6-973 (Pág.64 do livro ?)
Na ALA - ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE PORTUGAL, interpretando um poema seu. 

















LÍRICAS

Hoje, eu vou escrever um pequeno poema humilde.
Não será um poema devastador.
Será um pequeno poema humilde,
Para que caiba na tua mão fechada, meu amor.

No céu limpo e sereno, aves negras adejam.
O teu corpo tem a luminosidade
duma concha molhada, quando emerges
da brancura das ondas que espumejam.

Meu amor. Minha solidão crescente
Meu poema sempre por acabar.
Minha largura mais vasta do que o mar.
Minha clareza mais que o Sol nascente.
Minha incerta voz adolescente.

Na asa do vento, eu sei que chegarás
tão profunda e tão doce como a música,
tão certa e inadiável como a morte,
e nenhuma palavra te definirá.            (Pág.34 do livro ?).

O artigo é grande, mas JORGE VIEGAS como homem e como poeta é maior, podem crer. Devia ser mais conhecido. Temos tanto autor que valem muito menos e são mais famosos. É pena.
Deixo aqui um agradecimento ao Jorge pela colaboração que nunca me negou nos eventos que dirijo, que coordeno, embora suponha que não lerá este artigo porque, a sua utilização das novas tecnologias baseia-se ao telemóvel. 


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

HOMENAGEM -ELENA SENDLER


O coração bondoso de
Irena Sendler:( [em polonês] Irena Sendlerowa apelido de solteira Krzyżanowska;) (15 de fevereiro de 1910 - 12 de maio de 2008), também conhecida como "o anjo do Gueto de Varsóvia," foi uma ativista dos direitos humanos durante a Segunda Guerra Mundial, tendo contribuido para salvar mais de 2.500 vidas ao levar alimentos, roupas e medicamentos às pessoas barricadas no gueto, com risco da própria vida. Faleceu com  98 anos de idade.  
Durante a 2ª Guerra Mundial, Irena conseguiu uma autorização para trabalhar no Gueto de Varsóvia, como especialista de canalizações.
Mas os seus planos iam mais além... Sabia quais eram os planos dos nazistas relativamente aos judeus (sendo alemã!)
Irena trazia crianças escondidas no fundo da sua caixa de ferramentas e levava um saco de serapilheira na parte de trás da sua camioneta (para crianças de maior tamanho). Também levava na parte de trás da camioneta um cão a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do Gueto.
Claro que os soldados não queriam nada com o cão e o ladrar deste encobriria qualquer ruído que os meninos pudessem fazer.
Enquanto conseguiu manter este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2500 crianças.
Por fim os nazis apanharam-na e partiram-lhe ambas as pernas, braços e prenderam-na brutalmente.
Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do Gueto, que guardava num frasco de vidro enterrado debaixo de uma árvore no seu jardim.
Depois de terminada a guerra tentou localizar os pais que tivessem sobrevivido e reunir a família. A maioria tinha sido levada para as câmaras de gás. Para aqueles que tinham perdido os pais ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adoptivos.
No ano passado foi proposta para receber o Prémio Nobel da Paz... mas não foi seleccionada. Quem o recebeu foi Al Gore por uns artigos sobre o Aquecimento Global.(rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs)

Não permitamos que alguma vez esta Senhora seja esquecida!! 
Estou transportando o meu grão de areia, reenviando esta mensagem. Espero que faças o mesmo.
Passaram já mais de 60 anos, desde que terminou a 2ª Guerra Mundial na Europa. Este e-mail está a se reenviado como uma cadeia comemorativa, em memória dos 6 milhões de judeus, 20 milhões de russos, 10 milhões de cristãos e 1.900 sacerdotes católicos que foram assassinados, massacrados, violados, mortos à fome e humilhados, com os povos da Alemanha e Rússia olhando para o outro lado enquanto Hitler e Staline governavam os seus países.
Agora, mais do que nunca, com o Irão e outros proclamando que O Holocausto é um mito, é imperativo assegurar que o Mundo nunca esqueça.
A intenção deste e-mail é chegar a 40 milhões de pessoas em todo o mundo.Une-te a nós e sê mais um elo desta cadeia comemorativa e ajuda a distribuí-la por todo o mundo..
Obrigada..

sábado, 4 de janeiro de 2014

PREMIOS, PREMIOS

PRÉMIOS! PRÉMIOS! PRÉMIOS! PRÉMIOS! PRÉMIOS! 



Quero oferecer prémios aos leitores deste blogue. 

Os prémios serão livros, romances da minha autoria. 

Serão sorteados por quem entrar nos concursos. 

Por favor esteja atento e responda. Responda deixando o comentário ao fundo da página, onde diz COMENTÁRIOS.

O desafio é:

1 - Vá lendo os artigos que tenho publicado. Já são quase 600.

2 -  Vá tomando nota do nome do artigo que por qualquer motivo mais o interessou.

3 -  A partir do dia 6 de Janeiro de 2014, em qualquer um dos artigos recentes, artigo que seja publicado neste blogue entre o dia 24 de Dezembro e o dia 6 de Janeiro, deixe um comentário sobre um artigo do blogue que mais o tenha interessado, desde a sua publicação. 

- Não se esqueça de colocar o seu nome e o seu endereço de email. 

- Entre os concorrentes que tiverem votado no "artigo" que tiver mais votos será sorteado um romance da autora. 

Pode sempre escolher o livro que mais lhe interessar. 

Os portes, se for para Portugal, serão de minha conta. Se for para o estrangeiro, as despesas de envio através dos CTT. (correios), serão repartidas. 






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