quarta-feira, 29 de maio de 2013

PRÉMIO GLÓRIA DE SANT'ANNA PARA EDUARDO WHITE

          Foi atribuído ao poeta moçambicano EDUARDO WHITE, o prémio GLÓRIA DE SANT'ANNA, grande poeta e escritora portuguesa (1925/2009), com o livro "O Poeta Diarista e os Ascetas Desiluminados".

Foto da net
          EDUARDO WHITE, nasceu em Quelimane, Moçambique em 1963. É considerado um dos mais importantes poetas da actual literatura africana em língua portuguesa. Em 2001 foi considerado em Moçambique a figura literária do ano. Obra poética: Amar sobre o Índico (1984); Homoíne (1987); O País de Mim (1989); Poemas da ciência de voar e da engenharia de ser ave (1992); O desafio à tristeza (1996); Janela para oriente (1999); Dormir com Deus e um Navio na Língua (2001); O Homem a Sombra e a Flor e Algumas Cartas do Interior (2004); A Fuga e a Húmida Escrita do Amor (2009). (Extraído da wikipédia com a devida vénia).
         A EDUARDO WHITE, foi atribuído em Fevereiro do corrente ano, o prémio BCI de Literatura, pela sua obra "O livro dramático Liberto de Miséria" do qual foi feita peça teatral. Recebeu ainda outros prémios.  
           
  

terça-feira, 21 de maio de 2013

procura-se um amigo - Vinicius de Moraes

VINICIUS DE MORAES (Brasil 1913-1980)

PROCURA-SE UM AMIGO:

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Foto particular pertencente a Celeste Cortez

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

 

domingo, 12 de maio de 2013

DAVID MOURÃO FERREIRA - poema: A Secreta Viagem


Poeta DAVID MOURÃO FERREIRA
Lisboa 1927-Lisboa 1996

Foto premiada - Tó Cortez *
 A Secreta Viagem

No barco sem ninguém, anónimo e vazio,
ficámos nós os dois, parados, de mão dada...
Como podem só dois governar um navio?
Melhor é desistir e não fazermos nada!

Sem um gesto sequer, de súbito esculpidos,
tornamo-nos reais, e de madeira, à proa...
Que figuras de lenda! Olhos vagos, perdidos...
Por entre nossas mãos, o verde mar se escoa...

Aparentes senhores de um barco abandonado,
nós olhamos, sem ver, a longínqua miragem...
Aonde iremos ter? — Com frutos e pecado,
se justifica, enflora, a secreta viagem!

Agora sei que és tu quem me fora indicada.
O resto passa, passa... alheio aos meus sentidos.
— Desfeitos num rochedo ou salvos na enseada,
a eternidade é nossa, em madeira esculpidos!

David Mourão-Ferreira, in "A Secreta Viagem"

 
Numa tarde de temporal - Martigues-França-Abril 2013
Foto de Tó Cortez (tocortezfotografia Olhares)
Se utilizar estas fotos, mencione o autor.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

HAVIA UM TEMPO PARA TUDO


Foto TóCortez - (fotografia ToCortez OLHARES) 
Havia um tempo para tudo

 
 
 
Ouve-se com alguma frequência eleger o passado como uma época de melhor qualidade de vida.
Antigamente assim... Noutros tempos assado... invoca-se, saudosamente.
Será que os tempos passados foram melhores que o tempo presente? Os nostálgicos são afirmativos.
Mas há também quem, de boa memória, se recorde das grandes dificuldades por que passaram os nossos avós, pais e até alguns de nós. Insuficiências várias, injustiças dolorosas, atraso cultural, vidas duramente vividas, tudo isso existiu e não deixou saudades.
Então, afinal, em que é que ficamos? Antes ou agora?
 um tempo para tudo,
Um tempo para todas as coisas sob os céus;
Um tempo para nascer e um tempo para morrer;
Um tempo para plantar
e um tempo para colher o que foi plantado.
(Eclesiastes, III, 1-2)
Julgo que dificilmente alguém poderá dar uma resposta honestamente conclusiva.
Nos tempos actuais, graças ao acelerado progresso e ao notável desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da consciência social, regista-se uma franca melhoria da maneira como se vive. É inegável que o Homem vive mais tempo, tem mais conforto, melhor acesso ao ensino, mais meios curativos, desloca--se com maior rapidez, em suma, pode viver melhor. E vive melhor?
Então e a droga? E a sida? E o álcool? E a poluição? E os extermínios? E a má qualidade dos alimentos? E o aumento da criminalidade? E o stress? E o ruído? E África? Pois é... Realmente uns tantos vivem muito melhor, mas outros tantos vivem muito pior.
O que eu sinceramente entendo que piorou relativamente ao passado, não foram as condições de vida, mas sim o modo como se vive.
No Eclesiastes ensina-se que há um tempo para tudo. Hoje vive-se sem tempo para nada, a não ser para ter, possuir, ser dono ou para alcançar sucesso a qualquer preço e outras obsessões equiparadas. Para isso trabalha-se freneticamente, atropela-se vergonhosamente, corrompe-se escandalosamente.
Já não há “um tempo para todas as coisas sob os céus”. Um tempo para a meditação, um tempo para a amizade, um tempo para amar, um tempo para o convívio fraterno, um tempo para o deslumbramento da Natureza, para o passeio com os filhos, para o pic-nic aos domingos, para a calma leitura de um livro...
É a era do acelera, da velocidade, da ultrapassagem, da pouca urbanidade, do desrespeito, da finta, do “Chico esperto”, da falta de palavra, do embuste, da vigarice, etc. e tal.
Deixou de haver um tempo para plantar e, por isso, de haver um tempo para colher o que foi plantado. É mais fácil comprar o que os outros semearam. -.
Por este andar e na vertigem da ligeireza deixará de haver um tempo para nascer., mas haverá certamente um tempo para morrer … angustiado!
Não sou saudosista. Mas confesso-me um nostálgico dessa maneira serena, ponderada, cordata e calma como se vivia naqueles tempos em que havia um tempo para tudo.
                                               Carlos Brandão de Almeida
 Este artigo e a foto podem ser reproduzidos, desde que mencionados os seus autores.
 
Blogue: Letras à solta - celestecortez.blogspot.com
 
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

HOMENAGEM PÓSTUMA AO POETA NUNO GUIMARÃES, FALECIDO A 01-05-2013

HOMENAGEM AO POETA NUNO GUIMARÃES, FALECIDO A 1-05-2013, NA LITUANIA.
 
Nuno Guimarães era orador de português numa Universidade da Lituânia. Nasceu em Lourenço Marques (hoje Maputo) em Março de 1960. Veio estudar aos 10 anos para Portugal. Tem diversos livros de poesia publicados. Representou Portugal no Festival de Poesia.

Pela Escrita
Através dela somos divididos
E somos portadores da divisão.

Por ela aprendemos um país
Apreendido.

Dela passamos para nós:
Tornamo-nos, assim, subvertidos.

Por ela quebramos os limites
Do conhecimento.

Má consciência nas palavras.
E nos actos.

Do acto à escrita, intensidade:
A escrita é o acto mais atento. (autor Nuno Guimarães).  

quarta-feira, 1 de maio de 2013

FILHOS DO 25 DE ABRIL, um artigo de Pedro Bidarra

Ver o artigo intitulado FILHOS DO 25 DE ABRIL, neste blogue, é o artigo qUltimamente cada vez escrevo menos no blogue, não por falta de conversa mas por falta de vista. Desde que fui operada no ano findo, as coisas não têm corrido da melhor maneira. Assim para alimentar a vossa vinda ao blogue, que agradeço, não posso deixar de publicar alguma coisa. E por isso copio. Copio com a devida vénia a quem escreveu, esperando que ele me desculpe a sem cerimónia. Ele, eu e todos os leitores, sabemos que não é plagiato. Porque plagiato é copiar ocultando o nome do autor. E aqui, o nome do autor está escrito no final da página. Nem sempre se está de acordo, eu tento escrever com a nova ortografia, não me parece que haja volta a dar-lhe. Se houver, avisem-me. Quando meu pai era pequeno, escrevia "assucar" e "pharmácia" e ele teve de se habituar a escrever "açucar" e "farmácia". A autora do blogue: http://celestecortez.blogspot.com/  
"Filhos do 25 de Abril
26/04/2013 | 00:02 | Dinheiro Vivo
A geração que fez o 25 de Abril era filha do outro regime. Era filha da ditadura, da falta de liberdade, da pobre e permanente austeridade e da 4.ª classe antiga.
Tinha crescido na contenção, na disciplina, na poupança e a saber (os que à escola tinham acesso) Português e Matemática.
A minha geração era adolescente no 25 de Abril, o que sendo bom para a adolescência foi mau para a geração.
Enquanto os mais velhos conheceram dois mundos – os que hoje são avós e saem à rua para comemorar ou ficam em casa a maldizer o dia em que lhes aconteceu uma revolução – nós nascemos logo num mundo de farra e de festa, num mundo de sexo, drogas e rock & roll, num mundo de aulas sem faltas e de hooliganismo juvenil em tudo semelhante ao das claques futebolísticas mas sob cores ideológicas e partidárias. O hedonismo foi-nos decretado como filosofia ainda não tínhamos nem barba nem mamas.
A grande descoberta da minha geração foi a opinião: a opinião como princípio e fim de tudo. Não a informação, o saber, os factos, os números. Não o fazer, o construir, o trabalhar, o ajudar. A opinião foi o deus da minha geração. Veio com a liberdade, e ainda bem, mas foi entregue por decreto a adolescentes e logo misturada com laxismo, falta de disciplina, irresponsabilidade e passagens administrativas.
Eu acho que minha geração é a geração do “eu acho”. É a que tem controlado o poder desde Durão Barroso. É a geração deste primeiro-ministro, deste ministro das Finanças e do anterior primeiro-ministro. E dos principais directores dos media. E do Bloco de Esquerda e do CDS. E dos empresários do parecer – que não do fazer.
É uma geração que apenas teve sonhos de desfrute ao contrário da outra que sonhou com a liberdade, o desenvolvimento e a cidadania. É uma geração sem biblioteca, nem sala de aula mas com muita RGA e café. É uma geração de amigos e conhecidos e compinchas e companheiros de copos e de praia. É a geração da adolescência sem fim. Eu sei do que falo porque faço parte desta geração.
Uma geração feita para as artes, para a escrita, para a conversa, para a música e para a viagem. É uma geração de diletantes, de amadores e amantes. Foi feita para ser nova para sempre e por isso esgotou-se quando a juventude acabou. Deu bons músicos, bons actores, bons desportistas, bons artistas. E drogaditos. Mas não deu nenhum bom político, nem nenhum grande empresário. Talvez porque o hedonismo e a diletância, coisas boas para a escrita e para as artes, não sejam os melhores valores para actividades que necessitam disciplina, trabalho, cultura e honestidade; valores, de algum modo, pouco pertinentes durante aqueles anos de festa.
Eu não confio na minha geração nem para se governar a ela própria quanto mais para governar o país. O pior é que temo pela que se segue. Uma geração que tem mais gente formada, mais gente educada mas que tem como exemplos paternos Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates, Passos Coelho, António J. Seguro, João Semedo e companhia. A geração que aí vem teve-nos como professores. Vai ser preciso um milagre. Ou então teremos que ressuscitar os velhos. Um milagre, lá está.
Pedro Bidarra
Publicitário, psicossociólogo e autor
Escreve à sexta-feira
Escreve de acordo com a antiga ortografia "
Que me desculpe o Sr. Dr. (quem não for doutor em Portugal e nos países lusófonos que levante o dedo!) Como não vi dedos levantados, presumi que a pessoa que escreveu este artigo é doutor. Pelo sim pelo não, deixem-me procurar na net. Já volto. Desculpem, esperem só um bocadinho...
Regressei. Claro Dr. Pedro Bidarra. Acertei. Doutor. Se eu tivesse lido com mais atenção, teria visto no final que o senhor, além de publicitário é psicossociólogo e autor. E também com formação em música diz a net. Também em alguns comentários li que é o Dr. House da Publicidade! Engraçado! Nem calculam quanto escreve, tem tanta coisa publicada! Mas no artigo que transcrevi acima diz que  "Escreve à sexta-feira"! Eu que escrevo todos os dias, ninguém sabe quem eu sou, este senhor que só "escreve às sextas-feiras" é mais conhecido que o Lux. Só para recordar... o luxe é o sabão que está no mercado pelo menos desde que eu era pequenina, lavava-me com ele. Cheirava tão bem. E não é engraçado que ainda existe o luxe, continuo a lavar-me com ele e continua a cheirar bem?  Mas voltando ao Senhor Dr. Pedro Bidarra, apesar de escrever só "às sextas-feiras", de ter tantos artigos, tem um artigo assim intitulado: "Escrever é triste". Escrever é triste? Que estranho, quando escrevo fico tão empolgada, cheia de genica que vou ficando ao computador quase até de madrugada!...  Mas são opiniões. O que seria se todos tivéssemos a mesma?
Voltando à vaca fria, não era o que queria dizer: voltando a falar do Senhor Dr. Pedro Bidarra, que toda a gente parece conhecer e só eu não, prometo que irei andar com mais atenção para não suceder que mais um sábio parta (claro para o outro mundo) sem que eu o conheça! E fico sempre com tanta pena.  
Autora: Celeste Cortez

Se copiar palavras minhas, deste blogue ou seja de onde for, sabe que terá de dizer o nome da autora. É de lei. Temos de respeitar a lei, os direitos de autor.  

FILHOS DO 25 DE ABRIL, um artigo de Pedro Bidarra

Ultimamente cada vez escrevo menos no blogue, não por falta de conversa mas por falta de vista. Desde que fui operada no ano findo, as coisas não têm corrido da melhor maneira. Assim para alimentar a vossa vinda ao blogue, que agradeço, não posso deixar de publicar alguma coisa. E por isso, HOJE,  copio. Copio com a devida vénia a quem escreveu, esperando que ele me desculpe a sem cerimónia. Ele, eu e todos os leitores, sabemos que não é plagiato. Porque plagiato é copiar ocultando o nome do autor. E aqui, o nome do autor está escrito no final da página. Nem sempre se está de acordo, eu tento escrever com a nova ortografia, não me parece que haja volta a dar-lhe. Se houver, avisem-me. Quando meu pai era pequeno, escrevia "assucar" e "pharmácia" e ele teve de se habituar a escrever "açucar" e "farmácia". A autora do blogue: http://celestecortez.blogspot.com/  

"Filhos do 25 de Abril
26/04/2013 | 00:02 | Dinheiro Vivo
A geração que fez o 25 de Abril era filha do outro regime. Era filha da ditadura, da falta de liberdade, da pobre e permanente austeridade e da 4.ª classe antiga.
Tinha crescido na contenção, na disciplina, na poupança e a saber (os que à escola tinham acesso) Português e Matemática.
A minha geração era adolescente no 25 de Abril, o que sendo bom para a adolescência foi mau para a geração.
Enquanto os mais velhos conheceram dois mundos – os que hoje são avós e saem à rua para comemorar ou ficam em casa a maldizer o dia em que lhes aconteceu uma revolução – nós nascemos logo num mundo de farra e de festa, num mundo de sexo, drogas e rock & roll, num mundo de aulas sem faltas e de hooliganismo juvenil em tudo semelhante ao das claques futebolísticas mas sob cores ideológicas e partidárias. O hedonismo foi-nos decretado como filosofia ainda não tínhamos nem barba nem mamas.
A grande descoberta da minha geração foi a opinião: a opinião como princípio e fim de tudo. Não a informação, o saber, os factos, os números. Não o fazer, o construir, o trabalhar, o ajudar. A opinião foi o deus da minha geração. Veio com a liberdade, e ainda bem, mas foi entregue por decreto a adolescentes e logo misturada com laxismo, falta de disciplina, irresponsabilidade e passagens administrativas.
Eu acho que minha geração é a geração do “eu acho”. É a que tem controlado o poder desde Durão Barroso. É a geração deste primeiro-ministro, deste ministro das Finanças e do anterior primeiro-ministro. E dos principais directores dos media. E do Bloco de Esquerda e do CDS. E dos empresários do parecer – que não do fazer.
É uma geração que apenas teve sonhos de desfrute ao contrário da outra que sonhou com a liberdade, o desenvolvimento e a cidadania. É uma geração sem biblioteca, nem sala de aula mas com muita RGA e café. É uma geração de amigos e conhecidos e compinchas e companheiros de copos e de praia. É a geração da adolescência sem fim. Eu sei do que falo porque faço parte desta geração.
Uma geração feita para as artes, para a escrita, para a conversa, para a música e para a viagem. É uma geração de diletantes, de amadores e amantes. Foi feita para ser nova para sempre e por isso esgotou-se quando a juventude acabou. Deu bons músicos, bons actores, bons desportistas, bons artistas. E drogaditos. Mas não deu nenhum bom político, nem nenhum grande empresário. Talvez porque o hedonismo e a diletância, coisas boas para a escrita e para as artes, não sejam os melhores valores para actividades que necessitam disciplina, trabalho, cultura e honestidade; valores, de algum modo, pouco pertinentes durante aqueles anos de festa.
Eu não confio na minha geração nem para se governar a ela própria quanto mais para governar o país. O pior é que temo pela que se segue. Uma geração que tem mais gente formada, mais gente educada mas que tem como exemplos paternos Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates, Passos Coelho, António J. Seguro, João Semedo e companhia. A geração que aí vem teve-os como professores. Vai ser preciso um milagre. Ou então teremos que ressuscitar os velhos. Um milagre, lá está.
Pedro Bidarra
Publicitário, psicossociólogo e autor
Escreve à sexta-feira
Escreve de acordo com a antiga ortografia "
Que me desculpe o Sr. Dr. (quem não for doutor em Portugal e nos países lusófonos que levante o dedo!) Como não vi dedos levantados, presumi que a pessoa que escreveu este artigo é doutor. Pelo sim pelo não, deixem-me procurar na net. Já volto. Desculpem, esperem só um bocadinho...
Regressei. Claro Dr. Pedro Bidarra. Acertei. Doutor. Se eu tivesse lido com mais atenção, teria visto no final que o senhor, além de publicitário é psicossociólogo e autor. E também com formação em música diz a net. Também em alguns comentários li que é o Dr. House da Publicidade! Engraçado! Nem calculam quanto escreve, tem tanta coisa publicada! Mas no artigo que transcrevi acima diz que  "Escreve à sexta-feira"! Eu que escrevo todos os dias, ninguém sabe quem eu sou, este senhor que só "escreve às sextas-feiras" é mais conhecido que o Lux. Só para recordar... o luxe é o sabão que está no mercado pelo menos desde que eu era pequenina, lavava-me com ele. Cheirava tão bem. E não é engraçado que ainda existe o luxe, continuo a lavar-me com ele e continua a cheirar bem?  Mas voltando ao Senhor Dr. Pedro Bidarra, apesar de escrever só "às sextas-feiras", de ter tantos artigos, tem um artigo assim intitulado: "Escrever é triste". Escrever é triste? Que estranho, quando escrevo fico tão empolgada, cheia de genica que vou ficando ao computador quase até de madrugada!...  Mas são opiniões. O que seria se todos tivéssemos a mesma?
Voltando à vaca fria, não era o que queria dizer: voltando a falar do Senhor Dr. Pedro Bidarra, que toda a gente parece conhecer e só eu não, prometo que irei andar com mais atenção para não suceder que mais um sábio parta (claro para o outro mundo) sem que eu o conheça! E fico sempre com tanta pena.  
Autora: Celeste Cortez

Se copiar palavras minhas, deste blogue ou seja de onde for, sabe que terá de dizer o nome da autora. É de lei. Temos de respeitar a lei, os direitos de autor.  
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