BEIRA - MOÇAMBIQUE (do outro lado do mar, no Oceano Indico)
Em 1955 ou 1956, ainda muito jovem, entrei para o orfeão do Padre Amantino Ferreira, e para o grupo de danças regionais ensaiado por Artur de Campos (meu pai), no Grupo Eduardo Brazão, na Beira (em frente à escola Eduardo Vilaça e Catedral. Só a rua separava a agremiação cultural, a escola e a Catedral! Na Avenida da República.
Desse tempo era a canção "O mar no fundo", que o Orfeão do Grupo Eduardo Brazão cantava. A 4 vozes, muito bem ensaiada pelo Padre Amantino. Eu era ainda bem novinha, pela primeira vez cantei, vestida de branco, no meu primeiro vestido comprido.
- Que bem que lhe fica, menina - dizia a modista. E minha mãe aplaudia com os olhos. E com um sorriso maroto também. Provavelmente pensando - a quem o diz ela, a quem o diz, senhora. Então não fica tudo bem à minha menina? Ela é tão jeitosinha.
O que não ficará bem a uma menininha tão novinha? Pensaria eu se tivesse idade para saber destas coisas. Mas não sabia. Juro que nunca reparei se era ou não jeitosa. Seria menos jeitosa do que minha mãe pensava, mais do que as invejosas (se as houvesse!) desejavam, e q.b. para quem gostasse de mim.
Q.b.? Mas isto não se usa só em culinária? Este q.b. de "quanto baste" está aqui a mais. Só se usa para especiarias, açucar e coisas assim.
Mas que o vestido era bonito, isso era. Branco, tecido tafetá, com laços também de cor branca, "lavrados" no tecido. Suponho que o tecido foi comprado no Dayaram ou no Ramchand, aquele em frente à Pastelaria Scala, este em frente aos Correios. Lembram-se? E o feitio? Ah, realmente um primor.
Amanhã ou outro dia conto mais. Conto tudo. Por agora, vou à procura da canção... "O mar no fundo". E quando a encontrar, venho aqui (ao blogue, não necessáriamente a esta página que já vai longa) falar-vos de pessoas daquele tempo, da nossa Beira, gente que muitos conhecerão - e não sei por onde andam. Talvez - quem sabe? - vocês conheçam. Se conhecerem, digam-me. Digam que estão bem, é isso que quero saber, que estão bem. Que estão todos bem. Até lá, fico abraçada às saudades... do tempo que vai e não volta.
Um abraço com amizade, Celeste Almeida de Campos ( Cortez Silvestre pelo casamento).
Desse tempo era a canção "O mar no fundo", que o Orfeão do Grupo Eduardo Brazão cantava. A 4 vozes, muito bem ensaiada pelo Padre Amantino. Eu era ainda bem novinha, pela primeira vez cantei, vestida de branco, no meu primeiro vestido comprido.
- Que bem que lhe fica, menina - dizia a modista. E minha mãe aplaudia com os olhos. E com um sorriso maroto também. Provavelmente pensando - a quem o diz ela, a quem o diz, senhora. Então não fica tudo bem à minha menina? Ela é tão jeitosinha.
O que não ficará bem a uma menininha tão novinha? Pensaria eu se tivesse idade para saber destas coisas. Mas não sabia. Juro que nunca reparei se era ou não jeitosa. Seria menos jeitosa do que minha mãe pensava, mais do que as invejosas (se as houvesse!) desejavam, e q.b. para quem gostasse de mim.
Q.b.? Mas isto não se usa só em culinária? Este q.b. de "quanto baste" está aqui a mais. Só se usa para especiarias, açucar e coisas assim.
Mas que o vestido era bonito, isso era. Branco, tecido tafetá, com laços também de cor branca, "lavrados" no tecido. Suponho que o tecido foi comprado no Dayaram ou no Ramchand, aquele em frente à Pastelaria Scala, este em frente aos Correios. Lembram-se? E o feitio? Ah, realmente um primor.
Amanhã ou outro dia conto mais. Conto tudo. Por agora, vou à procura da canção... "O mar no fundo". E quando a encontrar, venho aqui (ao blogue, não necessáriamente a esta página que já vai longa) falar-vos de pessoas daquele tempo, da nossa Beira, gente que muitos conhecerão - e não sei por onde andam. Talvez - quem sabe? - vocês conheçam. Se conhecerem, digam-me. Digam que estão bem, é isso que quero saber, que estão bem. Que estão todos bem. Até lá, fico abraçada às saudades... do tempo que vai e não volta.
Um abraço com amizade, Celeste Almeida de Campos ( Cortez Silvestre pelo casamento).
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