domingo, 19 de abril de 2015

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha...


 Poema de Florbela Espanca


Se tu viesses ver-me hoje à tardinha


SONETO: Se tu viesses ver-me hoje à tardinha

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...

E os meus braços se estendem para ti...


3 dicas para perceber melhor qualquer leitura:

Leia devagar. Leia em voz alta. Leia e pense ao mesmo tempo.

PARA INTERPRETAR MAIS FACILMENTE OS DOIS TERCETOS, FAÇA A SEGUINTE interpretação: 

Se tu viesses:
 quando:
- a minha boca traça as linhas dulcíssimas dum beijo;

quando: 
a minha boca é de seda vermelha e canta e ri;

e é: (a boca é)
como um cravo ao sol quando os olhos se cerram de desejo;

e quando: os meus braços se estendem para ti. 



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