segunda-feira, 26 de agosto de 2024

PALAVRAS QUE VALEM A PENA.

                                                                      

          Um dia comentei umas palavras no facebook, de um jovem moçambicano, por serem palavras acertadas, capaz de encher o coração de quem aprecia palavras bem escritas. Pelo perfil sabia que era um jovem fora do seu país, à procura de aprender mais.

         Começou a tratar-me de "mãe". Que na verdade sou, até avó e até já ultrapassei a fasquia, sou bisavó, com muito orgulho dos 6 bisnetos que tenho. Que coisas lindas! Dizem que sou jovem para bisavó! Por certo ter uma família - embora vivendo em diversos países - mas que nos acarinham todos os dias com os seus telefonemas e mensagens, ajudam a sentirmo-nos jovens e felizes. 

          Resolvi enviar ao jovem moçambicano, um dos meus romances, o primeiro que publiquei, que nasceu com o nome de O MEU PECADO, o pecado de todos os que se sentiram culpados de certo acontecimento que mudou a vida de duas pessoas que se amavam. O romance situa-se, na primeira fase em Moçambique, onde vivi 25 anos, nem menos um dia, e finaliza em Portugal muitos anos depois, quando Ritinha procura o homem da sua vida e Raquel o pai que deveria ter, como as outras meninas. 

         E quase uma vez por semana, às vezes mais, o Jone comentava no Messenger, capítulo por capítulo, a sua apreciação. Quantas vezes tentando desculpar uma pessoa faltosa, outras vezes mostrando-se revoltado com os que procediam muito, muito mal! O Jone mostrou um sentido de justiça a toda a prova. E a prova é que está no estrangeiro a fazer um curso que honra a sua consciência e irá ajudar o seu país, pelo menos a sua comunidade, para os lados do Norte Moçambicano. 

         Depois, durante uns meses, falharam os comentários. Falhou a escrita entre o Jone e a autora deste blogue, autora não só daquele romance... E eu e meu marido, já habituados à leitura dos seus comentários, receei que algo lhe tivesse sucedido. Tentei indagar. E eis que as notícias voltaram, dizendo-me que naqueles 3 meses tinha estado a estudar arduamente para fazer o seu exame à Universidade. Num país estrangeiro, numa língua que teve de aprender. E passou com boas médias. Não regateei os meus parabéns, com aplausos. 

         Não posso deixar de dizer que um dia recebi dele palavras que me fizeram chorar, chorar de alegria, pelo carinho, pela apreciação da minha escrita.  Estes elogios finais - será que os mereço? -, mas não posso deixar de os agradecer de todo o coração!

Continuamos as nossas conversas epistolares, através do facebook e agora por email, para lhe dar coragem. Quem estuda tão longe do seu país, Moçambique, por certo precisa de coragem e incitamento para prosseguir os estudos. Anteontem enviei-lhe o romance "Mãe Preta", desejando que o aprecie tanto quanto apreciou O Meu Pecado.

Obrigada Jone S. E. pelas palavras especiais com que brindou a minha escrita. Obrigada por me chamar mãe, porque só é mãe quem acarinha.

            Celeste Cortez (c)  

 

domingo, 11 de agosto de 2024

JOGOS OLÍMPICOS

 

foto Celeste Cortez (c) direitos reservados. 

Em próxima reportagem, além dos parabéns aos atletas portugueses, a todos os que participaram nos Jogos Olímpicos, quer tenham trazido medalhas ou não, irei alongar-me um pouco mais. Por hoje direi que adorei cada minuto dos jogos.

Eu e meu marido, (a minha idade não conta, ele já fez 91 este ano), está combinado que, como este ano os jogos olímpicos apanharam-nos desprevenidos, com falta de treinos, mas daqui a 4 anos lá estaremos, a participar, em conjunto, pelo menos em duas modalidade: maratona e ginástica sincronizada. Sim aquela na piscina em que mergulhamos de cabeça para baixo – claro, de nariz tapado -, e fazemos exercícios lindíssimos com as pernas fora de água. Não são difíceis! São agora! É mesmo só levantar as pernas e exibirmos a nossa esbelta figura, ginasticada. Vão ser em Los Angeles, calha bem, lá estarão, na bancada, para nos apoiar, a nossa neta Nadine e o marido, e o nosso bisneto e bisneta, que agora têm 8 e quase 6 anos, respetivamente. Não quer dizer que a família espalhada por todo o mundo não esteja lá também, acredito que eles o façam, para nos aplaudirem, principalmente quando nos entregarem as medalhas de ouro! Serão 4 medalhas para Portugal, duas de cada um de nós. 

E também fica prometido que, daqui a 15 anos, estaremos nós – eu e meu marido, nessa altura ele terá 106 anos apenas  – a aplaudir os nossos seis bisnetos nas suas provas olímpicas. Isso mesmo, seis, porque os bisnetos da parte do Robbie e do Nicholas, como ainda hão-de nascer, iremos aplaudi-los, onde quer que sejam as Olimpíadas,  daqui a 20 anos.

E vocês queridos amigos, quer estejam lá no lugar dos Jogos Olímpicos, ou cá, não nos regatearão os vossos aplausos. Nem deixarão de aplaudir os nossos bisnetos na altura deles, assim como nós aplaudiremos os vossos. Fica combinado?

Por agora, um grande abraço a todos… não nos podemos atrasar, os próximos jogos olímpicos são já daqui a 4 anos… vamos a correr vestir os aparatos necessários, não há tempo a perder, 
são horas de começar os treinos.   

Texto de Celeste Cortez - 11-08-2024 - (c) direitos reservados. 

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