sábado, 27 de agosto de 2016

POEMAS QUE ÁFRICA GEROU - ORLANDO DE ALBUQUERQUE - I -


A poesia é a música da alma, e sobretudo de almas grandes e sentimentais.Voltaire


          Os poemas que serão publicados nesta rubrica "Poemas gerados em África", são provenientes de poetas que escreveram ou escrevem na língua lusófona, apenas nascidos ou que tenham passado por ÁFRICA, mas pela África lusófona. Poetas com poesia ali publicada ou que, residindo em qualquer outro país, pertença à diaspora africana.
Não incluímos nesta rubrica poemas de poetas lusófonos. Nesse caso teríamos que incluir TAMBÉM poemas de poetas de todos os países da lusofonia, quer fossem nativos de Portugal, na Europa, do Brasil na América do Sul, de Timor Leste na Ásia ou de Macau também na Ásia, da India (Goa, Damão e Diu), na India.
      Escolhemos propositadamente não dar o título "POETAS QUE ÁFRICA GEROU"... parecerá mais lógico, mas não é, uma vez que muitos dos poetas que vamos publicar, não nasceram em África, apenas de passagem por África ali fizeram e publicaram poemas.
         Tentaremos publicar uma pequena ou grande biografia do poeta e alguns poemas ou, em alguns casos, a sua bibliografia (nome e obras).

Um pequeno poema de ORLANDO DE ALBUQUERQUE,  poeta nascido em Moçambique que viveu também em Angola. Foi casado com a poeta angolana ALDA LARA, que faleceu (ela) em 1962..

Gotejam sangue as estrelas
(E a noite vai tão calma!...)  
Rasgue-se a noite só para vê-las
que a treva basta já na nossa alma.

Companheiro morto à beira do caminho,
que milhões de caminhantes já pisaram.
Tu não estarás jamais sozinho,
que contigo estão os que ficaram. 

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

MURAIS - II

MURAIS - PINTADOS EM EMPENAS LATERAIS DE PRÉDIOS DO BAIRRO DA TORRE EM CASCAIS, TORNANDO-OS NOTADOS, ALEGRES, MAIS BELOS
PARABÉNS AOS ARTISTAS. PARABÉNS A QUEM CONSEGUIU LEVAR A EFEITO ESTA BELEZA DE ARTE URBANA. - procure em "Murais" outras páginas neste blogue. Comente de qual gosta mais ao fundo da página. 





terça-feira, 23 de agosto de 2016

POETA - ANTÓNIO SALVADO

POETA -António Forte Salvado
 (comenda de Mérito Cultural)
António Salvado nasceu em Castelo Branco (Portugal) em 1936.
Poeta, ensaísta, crítico, antologiador, tradutor, diretor de publicações, tem colaboração poética em antologias, revistas e suplementos literários.
Obteve várias distinções de que se destaca a comenda da Ordem de Santiago da Espada atribuída em 2010 pelo conjunto da sua obra poética que se consolida em dezenas de títulos. Está traduzido em castelhano, francês, italiano, inglês, alemão, búlgaro e japonês.
Verteu para português, entre outros, os Poetas  Cláudio Rodriguez, Ricardo Paseyro, Alfredo Perez Alencart e António Colinas.
Os seus textos em prosa têm sido reunidos sob o título Leituras, com seis volumes editados. Licenciado em Letras tem dividido a sua vida profissional pelo ensino e pela museologia.

É Noite, Mãe
As folhas já começam a cobrir
o bosque, mãe, do teu outono puro...
São tantas as palavras deste amor
que presas os meus lábios retiveram
pra colocar na tua face, mãe!...

Continuamente o bosque se define
em lividez de pântanos agora,
e aviva sempre mais as desprendidas
folhas que tornam minha dor maior.
No chão do sangue que me deste, humilde
e triste, as beijo. Um dia pra contigo
terei sido cruel: a minha boca,
em cada latejar do vento pelos ramos,
procura, seca, o teu perdão imenso...

É noite, mãe: aguardo, olhos fechados,
que uma qualquer manhã me ressuscite!...

António Salvado, in "Difícil Passagem" 

Perder

Perder é começar. A minha vida 
foi movimento em cerne opaco e frígido... 
E quando sei que este momento eterno 
em mim percorre sulcos, veias, sonhos, 
outro momento abraça-me o porvir — 
e desconheço a margem onde navegar, 
onde aportar o peso do caminho. 

Perder é começar. Por isso a ténue sombra 
desenha no sigilo os abismais instantes 
onde existiu, uma vez, qualquer destino exacto. 

António Salvado, in "Na Margem das Horas" 

Amizade

Uma criança muito suja atira pedras a um cão. O cão não foge. Esquiva-se e vem até junto da criança para lhe lamber o rosto.
Há, depois um abraço apertado, de compreensão e de amizade. E lado a lado, com a mãozinha muito suja no pescoço felpudo, lá vão pela rua estreita, em direção ao sol.
António Salvado, in “Cicatriz”.

A SUA OBRA: Poesia
A Flor e a Noite, 1955; 
Recôndito, 1959; 
Na Margem das Horas, 1960; 
Narciso, 1961; 
Difícil Passagem, 1962; 
Equador Sul, 1963; 
Anunciação, 1964; 
Cicatriz, 1965; 
Jardim do Paço, 1967, 
Tropos, 1969; 
Estranha Condição, 1977; 
Interior à Luz, 1982; 
Face Atlântica, 1986; 
Amada vida, 1987; 
Des Codificações, 1987,
Matéria de Inquietação, 1988; 
Soneto em Lembrança de João Roiz de Castelo Branco, 1989; 
Utere Felix, 1990; 
Nausicaa, 1991;
 O Prodígio, 1992;
Dis versos,  1993; 
O Corpo do Coração, 1994, 
Estórias na Arte, 1995; Certificado de Presença, 1996, Castalia, 1996; O Gosto de Escrever, 1997; O Extenso Continente, 1998; Rosas de Pesto, 1998; A Plana Luz do Dia, 199&; Os Dias, 2000; Largas Vias, 2000; Quadras (in)populares e Sábios epigramas, 2001; Flor álea, 2001; A dor, 2002; Águas do Sono, 2003; Pausas do Aedo, 2003; A Quinta Raça, 2003; Rochas, 2003; Coisas Marinhas e Terrenas, 2003;Entre Pedras o Verde, 2004; Palavras Perdudas seguidas de oito encómios, 2004; Se na Alma Houver, 2004; Ravinas, 2004;Malva, 2004; Quase Pautas, 2005; Recapitulação, 2005; Modulações, 2005; Os Distantes Acenos, 2006, Afloramentos, 2007; No Fundo da Página, 2008, Essa História, 2008, Odes, 2009, Outono, 2009, A Ilha de Psara, 2011, Repor a Luz, 2011.
Poesia reunida e reeditada em
Pequena Antologia, 1986; ANTOlogia , 1985; AntoLOGIA II, 1993; ANtoloGIa II, 1993; Obra I (1955-1975), 1997; Obra II (1975-1995), 1997; Obra III (1995-1999), 1999; Sinais de Deus na minha poesia, 2005; Na Eira da Beira, 2005
Principais antologias organizadas
Antologia das Mulheres-Poetas Portuguesas, 1961; Anunciação e Natal na Poesia Portuguesa, 1968; A Paixão de Cristo na Poesia Portuguesa, 1969; A Virgem Maria na Poesia Portuguesa, 1970;Antologia da Poesia Feminina Portuguesa, 1972; Orações dos primeiros cristãos, 1972; Oração e Poesia de Natal, 1985; Escritores Nascidos no Distrito de Castelo Branco, 2001.

  • "Poesia: o extenso continente."

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

JOGOS OLÍMPICOS E OS ATLETAS PORTUGUESES

JOGOS OLÍMPICOS E OS ATLETAS PORTUGUESES:


          Os nossos atletas podem não ter ganho medalhas, mas terem conseguido ir aos JOGOS OLÍMPICOS não é por merecimento? 
Falharam? É verdade. Mas quantas vezes falhamos na vida, às vezes em coisas que nos pareciam fáceis de realizar? 

E se os nossos atletas não recebem grandes incentivos financeiros, se muitos que foram ao Jogos Olímpicos  treinam a expensas suas e de seus pais, nenhum português tem o direito de criticar a sua fraca performance nos JO. Momentos maus todos temos. 
E se comparássemos os nossos atletas, as condições em que treinam, incluindo a que referi, com os atletas estrangeiros que treinam com todas as mordomias, alguns deles nem sequer estudam ou trabalham, só treinam, treinam, treinam...
Acham que algum dos nossos atletas foi aos Jogos Olímpicos apenas para passear, para visitar o Rio de Janeiro? Eles foram cientes das dificuldades mas cheios de garra para vencer. Eles esforçaram-se, eles deram tudo o que puderam por eles, pelos seus clubes, pelo nosso PORTUGAL. 
VIVAM OS ATLETAS PORTUGUESES QUE FORAM AOS JOGOS OLÍMPICOS.

  Segundo dados estatísticos e outros referidos na Wikipédia e no Sapo Desporto, que compilei com a devida vénia:

Ano 1912 - Olimpíadas de Estocolmo - Portugal entrou pela primeira vez nas Olimpíadas.

Ano 1924 - Olimpíadas de Paris - MEDALHA DE BRONZE, em Equitação.

Ano 1952 - Olimpíadas de Helsínquia - Pela primeira vez entraram atletas femininas, tendo continuado a partir dessa data com representantes femininos e masculinos.

Ano 1989 - Olimpíadas de Los Angeles - Onde Portugal ganhou a PRIMEIRA MEDALHA DE OURO, na Maratona com Carlos Lopes.

Ano 1996 - Olimpíadas de Atlanta - Portugal teve presente 107 representantes.

Ano 2016 - Olimpíadas do Rio de Janeiro - Portugal tem 92 atletas. Vai ter representantes em 16 das 28 modalidades. É no atletismo que temos mais representantes.

Portugal conquistou até agora, 4 Medalhas de OURO - Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Nelson Évora; 8 Medalhas de PRATA; e 11 medalhas de BRONZE.



quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Murais - RIO DE JANEIRO CONTINUA LINDO...


visualização de parte do grande mural
Nesta peça especial para os Jogos Olímpicos 2016 do Rio de Janeiro, Kobra trabalhou durante dois meses, usando 100 litros de tinta branca, 400 litros de tinta colorida e 3.500 latas de tinta spray
Tanta beleza nos é dada através da transmissão dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O artista brasileiro EDUARDO KOBRA, também ajudou a que isso se tornasse realidade.

Como dizem os jornais brasileiros, arte de rua não é um esporte olímpico, se fosse, o artista Eduardo Kobra certamente ganharia a medalha de ouro quando apresentasse o seu mural – talvez o maior do mundo pelos seus 2.787 metros quadrados, se assim for confirmado pelo Guiness Book of Records – (mural feito por um só homem),  que pintou para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016.
A obra tem o título de “Etnias”, representando cinco rostos, um de cada continente. “Estes são os povos indígenas do mundo”, disse Kobra ao site oficial das Olimpíadas Rio 2016. “A ideia por trás disso é que somos todos um. Estamos vivendo um momento muito confuso com muitos conflitos. Eu queria mostrar que todos estamos unidos, somos todos conectados”.
Segundo as notícias, Kobra, de 40 anos, é de São Paulo e começou como artista graffiti, mas, pela sua excecional qualidade de artista, passou a pintar murais, sendo já famoso internacionalmente.


.




RIO DE JANEIRO É LINDO... mas com este mural - e outros espalhados por ali - ficou ainda mais lindo, se é possível. 

Espero que gostem. Fico esperando os vossos comentários amigos. 

domingo, 7 de agosto de 2016

A PENA E O TINTEIRO, Marquesa de Alorna

A Pena e o Tinteiro



Uma pena, presumida
De escrever grandes sentenças,
Falava das suas obras
Tão sublimes como extensas.



- "Sem mim, - disse ela ao tinteiro -
Pouca figura farias:
Cheio de um licor imundo,
Sem mim, triste, que serias?"



O tinteiro inspirado
Vazou logo a tinta fora,
E voltou-se para a pena,
Dizendo-lhe: - "Escreve agora!"



Assim responde aos ingratos
Muitas vezes a razão:
Muita gente há como a pena,
Como o tinteiro outros são.

Marquesa de Alorna

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...