quinta-feira, 27 de outubro de 2016

HOMENAGEM - JOÃO LOBO ANTUNES - PROFESSOR, ESCRITOR, HOMEM DA CIÊNCIA E DA CULTURA

Faleceu hoje (27-10-2016) em Lisboa, onde nasceu em 1944, o professor João Lobo Antunes, aos 72 anos de idade, vitimado por um cancro da pele. 
Faz doer que um homem inteligente, humanista, médico que fez o seu curso com o máximo da pontuação académica, depois neurocirurgião formado numa das melhores universidades mundiais, tenha falecido de cancro da pele e tão novo de idade, se pensarmos na idade que atualmente muita gente, por vezes sem grandes recursos às benesses da medicina, consegue viver. Faz doer também que se perca alguém com o seu saber, com a sua inteligência, alguém que tanto trabalhou em prol da ciência, em benefício dos outros. Perguntamo-nos: Mas porquê ele?  Por mais que demos voltas ao pensamento, não conseguimos perceber.   Portugal fica mais pobre e o mundo também, porque a sua inteligência brilhante enriquecia-nos. 
Mas a morte não escolhe nem idades, nem cérebros. Felizmente. 
     Tenho de me conformar, como todos os seus amigos, como todos os que com ele privaram, como toda a Nação Portuguesa, como todos os que reconhecem os seus valores além fronteira, em todos os continentes que tiveram a sorte de com ele privar . Também na literatura foi grande. Foi um homem da cultura. Recebeu o prémio Pessoa e outras condecorações.  
     Para todos, de um modo muito especial para a sua maravilhosa família esposa e 4 filhas, sentidos pêsames e que os Anjos as acompanhem nestas horas de maior dor.   
       Temos nas palavras da jornalista Maria João Avillez que conhecia e lidava com João Lobo Antunes desde a sua juventude, sendo praticamente da mesma idade, uma descrição do mesmo como médico, professor, escritor, homem da ciência, da cultura, da arte, literatura e filosofia. Um homem completo. Um homem privilegiado, como dizem. O príncipe da Renascença como ela lhe chama:
     ..."Para além porém de operar, tratar, investigar, ensinar, chefiar, também escreve: uma espécie de contraponto ao seu ofício, “quase uma continuação do que faz cirurgicamente, uma mistura de arte e técnica”. Mas há que parar nessa escrita, ela merece-nos isso, João Lobo Antunes escreve muito, escreve bem e escreve para vários instrumentos: a ciência, a cultura, a filosofia, a arte, a literatura. Escreve sobre o que o interpela mas o gesto é duplo: ao escrever põe ao serviço da universidade, das elites, dos políticos, dos jovens, o melhor de um estruturado pensamento sobre a vida, a morte, a natureza humana, as contradições do progresso, os limites da ciência. O espírito e a matéria. A estética e a ética.São já sete ou oito os livros publicados e mais de duas centenas os artigos que sobre tais temas elaborou: não me dizia ele que “sempre entendeu a ética como a história das suas inquietações”?E por se ocupar – e preocupar – com as áreas em que a ciência e a prática médica se intersectam com valores éticos e morais numa época em que as novas tecnologias parecem conferir aos homens um poder que eles não dominam, reuniu um dia num só volume vários escritos sobre esta temática. O título, “Inquietação Interminável” revela como permanece acesa a busca do enigma moral do seu ofício.
     Dizem-no um sobre-dotado, prefiro chamar-lhe um Príncipe da Renascença."

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

OS MIGRANTES, Poema de Celeste Cortez



A escritora Celeste Cortez discursando
na ALA - ACADEMIA DE LETRAS E ARTES 
Foto da internet 
Hoje o português ANTÓNIO GUTERRES foi aclamado como novo secretário-geral da ONU. Ele terá de resolver problemas bem graves, um dos quais o problema dos MIGRANTES. É responsável por assegurar a paz e segurança internacional. Segundo o dizer de Guterres e nossa convicção, os migrantes precisam de proteção contra traficantes, pelo que terá de haver uma resposta coerente da Europa à crise dos migrantes, disse Guterres no ano findo. 
A Educação dos refugiados é "questão de segurança" e as migrações devem tornar-se numa opção e não em atos de desespero. 
António Guterres, referiu que a globalização criou tremendas desigualdades pelo que terá de haver programas de recolocação muito melhor dos que os atuais, havendo necessidade de mais solidariedade entre os diferentes estados. 
Com os meus parabéns a ANTÓNIO GUTERRES e votos de muita capacidade e cooperação internacional para resolver estas graves necessidades, publico o meu poema , para que ninguém esqueça o que se tem passado e continua a passar-se... 
"QUE NÃO HAJA ESQUECER"

QUE NÃO HAJA ESQUECER ,  Celeste Cortez, protegido pelos direitos de autor. 
 
                            Os humanos, os culpados 
     Mais uma vez desiludiram a esperança
                    De um mundo melhor.


    Choremos de vergonha:
                    Pelos migrantes que sofreram, que foram torturados,
                    Os que ficaram pelos caminhos que iam percorrendo
                    E pelos mares sepultados

                     - Quem assistiu sereno, podendo algo fazer
                        para ajudar os migrantes?
                        Quem?
                        Quantos?
                        Quem foi comparsa?
                        Quem assistiu impávido:
                        À amargura da fome,
                        À tortura,
                        Ao sangue derramado
                        Ao desmoronar das esperanças dos migrantes
        Que fugindo da guerra
                        Queriam a paz nesta terra que é de todos?

        Revoltemo-nos pela impunidade
                        Dos que não tiraram a máscara da crueldade
        Dos culpados de tamanha desgraça
                        - Que tirem a máscara!
                          Que tirem a máscara!
              Perderam a batalha das atrocidades,
              Que se deem por vencidos.
 
          Quem venceu,
          Quem tem direito a uma coroa de louros a receber no pódio mais alto,
      Quem ascenderá a um lugar cimeiro na terra dos escolhidos
         Serão os migrantes que sofreram
    Os que foram torturados
    Os desgraçados
    Os que ficaram sepultados no mar

                      As lágrimas tardias dos traidores – se vierem –
                      Servirão para apagar as cinzas da sua memória de cobardes
                     Mas que não se apague a memória da humanidade
Pelas centenas de milhar,
Pelos milhões de almas
Que sofreram a miséria humana dos migrantes 

Nem um ramo de mil flores
Nem um cartão tarjado de luto com palavras de pesares
Nem o desespero do resto da humanidade
Poderá repor os que caíram
E faziam parte deste tempo que passa
Deste tempo de viver.

Que não se apague da memória da humanidade
Que não haja esquecer.

     Celeste Cortez 

                 Deixe os seus comentários ao poema acima, por favor. Escreva no final desta página com o respeito que ela merece.  Antecipadamente grata deixa um abraço de felicidade para todos os leitores. 
Foto da internet - barco de migrantes


Este poema já foi visto por quase uma centena de pessoas neste blogue, nesta publicação, mas não recebi ainda comentários. POR FAVOR: Se gostou de ler este poema, comente no final da página, onde está um desenho parecido com um lápis. Quem escreve gosta de conhecer a opinião dos seus leitores... é para eles que escreve, além de ser também uma satisfação para si. 

Se não gosta, pode dizê-lo sinceramente, sem ofender. 
Como eu faria se fosse um poema ou um escrito seu. 


                                             



                               





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