sexta-feira, 18 de setembro de 2015

POETA - MÁRIO QUINTANA


– Mário Quintana  (Brasil-Rio Grande do Sul  - Alegrete 1906-Porto Alegre 1994).


ORAÇÃO
Dai-me a alegria
Do poema de cada dia.
E que ao longo do caminho
Às almas eu distribua
Minha porção de poesia
Sem que ela diminua...
Poesia tanta e tão minha
Que por uma eucaristia
Possa eu fazê-la sua
"Eis minha carne e meu sangue!"
A minha carne e meu sangue
Em toda a ardente impureza
Deste humano coração...
Mas, á Coração Divino,
Deixai-me dar de meu vinho,
Deixai-me dar de meu pão!
Que mal faz uma canção?
Basta que tenha beleza...

           A melhor definição para Mario Quintana, foi feita por ele mesmo:  “Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Nasci no rigor do inverno, temperatura: 1 grau; e ainda por cima prematuramente, o que me deixava meio complexado, pois achava que não estava pronto. Até que um dia descobri que alguém tão completo como Winston Churchill nascera prematuro — o mesmo tendo acontecido a sir Isaac Newton! Excusez du peu… Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. 
Pelo contrário, sou tão orgulhoso que acho que nunca escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! Sou é caladão, introspectivo. Não sei porque sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros? Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. Talvez concorra para esse meu cuidado o fato de ter sido prático de farmácia durante cinco anos. Note-se que é o mesmo caso de Carlos Drummond de Andrade, de Alberto de Oliveira, de Erico Verissimo — que bem sabem (ou souberam) o que é a luta amorosa com as palavras”. 

                                                          oo OO oo

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sábado, 12 de setembro de 2015

EU ME CONFESSO - ARTIGO II

EU ME CONFESSO -  Escrever um livro: 

Continuação do artigo I 

Como ia dizendo, desde sempre escrevi os meus romances no computador, ou melhor, há uma exceção: O meu primeiro romance, que se perdeu na minha saída de Moçambique em 1975, não tinha ainda computador, escrevi-o durante quinze dias em que viajei de autocarro numa excursão entre Portugal/Espanha/França/Portugal. Continuei-o, nessa altura sim com caneta, em Moçambique. Como nunca pensei em publicar, também nunca o acabei definitivamente. Havia capítulos que precisavam ter o seu desfecho, outros que precisavam ser revistos. Não era porém um romance em embrião. Era mais do que isso, já um romance delineado e meio escrito.
           Nunca me habituei a 100% aos computadores pequeninos, vulgarmente chamados "lap-top", ou seja, o pequeno computador de colo. 
          


          Sempre gostei de ler e de estudar. Escrevi em jovem alguns artigos e alguma poesia, mas tinha receio e falta de confiança no meu trabalho. E nem sequer possuo uma revista sequer, de tantas que editei como DIRECTORA DA REVISTA PARA JOVENS DO SEXO FEMININO - "JUVENTUDE". Hoje tenho pena, sei que seria agradável ler e, talvez publicar, o que escrevi. 

Voltarei em breve para contar a história da minha vida de escritora. Volte também.
Peço desculpa de não ter conseguido retirar o sublinhado e as mudanças de letra, mas tenho problemas no sistema informático. 










          
NOBEL DA PAZ
A poesia é isto: sentimento, musicalidade, profundidade.

Só algum poeta privilegiado poderá dizer que todos os dias, sempre que quer, aparecem as palavras e faz o poema... provavelmente não está a dizer a verdade.  Mas poderá, isso sim, guardar as palavras que poderão fazer um poema... e ir acrescentando, juntar a outras palavras. E o poema fica feito.

Não precisa rimar, poesia não é isso. É certo que se formos pensar nos sonetos, (século XIII), há que rimar. Mas a poesia, o poema, não tem de rimar forçosamente e muito menos forçadamente.

A história de Fanny Owen - Um trágico triângulo amoroso

Na Vila Alice viveu-se uma história romântica com um fim infeliz, concretamente um triângulo amoroso entre Fanny Owen, José Augusto Magalhães e o famoso escritor Camilo Castelo Branco.
Decorria o ano de 1849 e o dia era 7 de Junho, vésperas da famosa romaria do Senhor da Pedra, em Miramar. Esta foi uma data memorável para Camilo e José Augusto Magalhães, já que foi neste dia que se restabeleceu a sua amizade. Durante um passeio a cavalo, passaram em frente da casa onde habitava o coronel escocês Hugo Owen. Este casou com D. Maria Rita, em 1820, com quem tivera 2 filhos e duas filhas, Hugo, Henrique, Fanny e Maria Rita.
Depois de alguns encontros em bailes entre os dois amigos e as duas irmãs Owen, José Augusto fica apaixonado pelas duas. O seu coração inicialmente pende mais por Maria, mas depois de um último encontro ficou sem saber qual delas mais amava, daí que, em 1870, decide ir morar para Vilar do Paraíso, passando a visitar as irmãs Owen em sua casa, a “Vila Alice”.

 Camilo segue as pisadas do seu amigo e, em 1851, vai também morar para Vilar do Paraíso. Aluga então uma casa vizinha de José Augusto, onde vai viver cerca de 1 mês. Aqui, ele dedicou-se a escrever sobre as pessoas e as paisagens de Vilar do Paraíso. Camilo terá, provavelmente, alugado casa em Vilar do Paraíso não só para acompanhar o amigo, mas também porque também ele sentia algo pelas irmãs, e daí que ambos visitavam a casa das Owen frequentemente.
José Augusto ficou, entretanto, noivo de Maria, mas o seu coração começara a pender mais para Fanny, o que também aconteceu com Camilo.
Camilo começou, depois de chegar, a escrever cartas inocentes a Fanny, o que perturbou José Augusto. Quando Fanny começa a responder às cartas e poemas de Camilo Castelo Branco, José Augusto reage violentamente, ameaçando, ainda que indirectamente, Camilo, que se muda quase de imediato de volta para o Porto.
Fanny, por altura dos seus 22 anos, deixou de resistir ao charme e à obsessão amorosa de José Augusto, relação que tinha a oposição da família. Esta oposição vai fazer com que na noite de 11 de Julho de 1853, Fanny fuja com José Augusto, com destino à Quinta de Soeime. O escândalo instalou-se em casa dos Owen. Chegou a falar-se que iam marchar tropas para a Quinta do Lodeiro, por onde o casal foragido havia passado. Nessa altura, são lançados boatos de que um espanhol, de nome Fuentes, possuía cartas da jovem Fanny quando já era cortejada por José Augusto.
O ciúme e a obsessão de José Augusto transformam este “rapto” num drama, que acabará com a morte de ambos no ano de 1854.
Fanny e José augusto casam-se a 5 de Setembro de 1853, por procuração (equivalente a registo civil hoje em dia).
José Augusto e Fanny, em "Francisca"(1981, M. de Oliveira)
O Dr. Joaquim José Ferreira, médico assistente de Fanny, afirmou que Fanny morreria virgem, o que levou a pensar que José Augusto nunca foi nem um bom amante nem um bom marido. Uma razão que explique este comportamento é o estado psíquico anormal de José Augusto. Este sofreria ainda de ciúmes, já que estava convencido que Fanny havia estado com outro homem antes dele.
 Camilo foi apontado por muitos como o principal catalisador do infortúnio que se abateu sobre o casal, já que alegadamente foi o escritor que fez vir a lume e chegar às mãos de José Augusto as cartas que Francisca supostamente terá escrito ao espanhol.

Baseado na Monografia "S.Pedro de Vilar do Paraíso". 
LEILÃO DE JARDIM,
de Cecília Meireles

Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é o meu leilão.)
Cecília Meireles

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

A BELEZA DA LUZ


NA NOITE DE 10 DE SETEMBRO, UM DOS MUROS DO FORTE "cidadela", ded Cascais, estava assim iluminado. Hoje dia 11, começa a 4ª. exibição da "LUMINA", QUE FICARÁ ATÉ AO DIA 13 DO CORRENTE MÊS. 






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