quinta-feira, 27 de agosto de 2015

EU ME CONFESSO, (artigo I) Celeste Cortez

Caro leitor: Sabe que tem ao seu dispôr, neste blog, um tradutor? Olhe para a DIREITA  desta página e escolha a tradução que lhe interessar. 



      Eu, CELESTE CORTEZ

      me confesso 

      

             Parte I do artigo "EU ME CONFESSO". 

            Continuarei publicando o título "eu me confesso", mostrando-me como sou, com os meus defeitos e qualidades. Tudo o que escrevo sai da minha alma, do meu coração. É a minha maneira de ser, autêntica. 


 O tema de hoje: "COMO ESCREVO UM LIVRO"

          Não uso caneta ou lápis, ou raramente o faço, a não ser para fazer a revisão do livro.

Também só utilizo caneta quando vou viajar de carro, com motorista,  e me surge uma ideia para 

acrescentar a um dos livros que ando a escrever, ou uma ideia para um poema. Não se admirem, 

eu escrevo ao mesmo tempo alguns livros: Prosa, romance, crónica, literatura infantil ou poesia. 

Sei que é má ideia, mas sou assim. 

          Na leitura sou precisamente a mesma coisa, leio três e quatro livros ao mesmo tempo: 

Parte de um, bocadinhos de outro, revisão de 

outro, primeiro capítulo de outro, último 

capítulo de outro ainda. A trabalhar, sempre fiz 

mais do que uma tarefa ao mesmo tempo. Por 

vezes quatro ou mais, por exemplo quando 

trabalhei no Nedbank na África do Sul,  estava 

a lançar documentos contabilisticos, atendia ao 

mesmo tempo um telefonema que viesse e na mente tinha outro assunto pendente e, ainda, 

cantarolava para mim,  lembrando-me da letra e da música. 

Também gosto de escrever dois livros de criança ao mesmo tempo, enquanto interrompo para 

escrever poesia, para emendar um poema, responder a emails, fazer um artigo para publicar no 

blog. Gosto de escrever "blogue", é mais português de Portugal, mas não é errado escrever blog. 

                    Prometo voltar. Voltem também para ler a continuação deste artigo.

                    Um abraço a todos, Celeste Cortez 


Caro leitor: Ao ler este artigo, comente-o. Tem para isso ao seu dispor, no fim do artigo. neste blog, um espaço para isso.

Entre todos os que comentarem, que deixarem o seu comentário no lugar apropriado, será sorte4ado um dos romances, ou um livro de poesia, ou uma das antologias onde a autora tenha entrado.  
Ao recebê-lo, poderá ainda habilitar-se a outro livro se tirar uma foto com o livro que lhe calhou e publicar no facebook conforme referido no destacado abaixo:  


O feliz contemplado, ao receber o 

romance ou o livro que lhe calhar por sorteio, terá de tirar uma foto sua com ele, publicando-a no 

facebook, com o título: "Eu li este 

romance. E você, já leu?" 



      

ESCRITOR ASCENCIO DE FREITAS (1926/2015) EM JEITO DE HOMENAGEM E AGRADECIMENTO

   
 Só li eu livro seu, que tenho em casa, mas ouvi-o muitas vezes em conferências. Se não for no nosso tempo será com a geração vindoura, a sua obra será reconhecida e amada. Paz à sua alma.
     Um dia, o Ascêncio quis-me ajudar, mas não tinha como. Reconhecida, agradeci-lhe. Hoje, no momento em que acabo de saber da sua morte, daqui lhe envio mais um abraço com toda a gratidão pelo seu gesto tão humano.          


  • Adicionar legenda

terça-feira, 18 de agosto de 2015

QUERIA QUE OS PORTUGUESES, Agostinho Lopes da Silva

Queria que os Portugueses
Queria que os portugueses
tivessem senso de humor
e não vissem como génio
todo aquele que é doutor

sobretudo se é o próprio
que se afirma como tal
só porque sabendo ler
o que lê entende mal

todos os que são formados
deviam ter que fazer
exame de analfabeto
para provar que sabem ler

teriam sido capazes
de constituir cultura
por tudo que a vida ensina
e mais do que livro dura

e tem certeza de sol
mesmo que a noite se instale
visto que ser-se o que se é
muito mais que saber vale

até para aproveitar-se
das dúvidas da razão
que a si própria se devia
olhar pura opinião

que hoje é uma manhã outra
e talvez depois terceira
sendo que o mundo sucede
sempre de nova maneira

alfabetizar cuidado
não me ponham tudo em culto
dos que não citar francês
consideram puro insulto

se a nação analfabeta
derrubou filosofia
e no jeito aristotélico
o que certo parecia

deixem-na ser o que seja
em todo o tempo futuro
talvez encontre sozinha
o mais além que procuro.


Agostinho da Silva, in 'Poemas'

POETA – FILÓSOFO, ENSAISTA – AGOSTINHO DA SILVA  (1906-1994)

terça-feira, 11 de agosto de 2015

POETA - MÁRIO CESARINY (1923-2006)

POETA MÁRIO CESARINY   (Lisboa 1923 - Lisboa 2006)


Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício

Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós

e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição

Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor

E há palavras noturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o
amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita

Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar


Mário Cesariny - pena capital (Assírio & Alvim 1982)

https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Cesariny

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

  1. Transcrevo com a devida vénia um artigo do Dr. Drausio Varela:
  2. É para ser lido devagar, muito devagar, pausando muitas vezes. Mediando. E quando chegar ao fim, ficará com menos
  3. O INCRÍVEL PROCESSO DA MORTE
  4. 2. Nossos filhos se tornaram adultos e tiveram filhos. O nascimento deum neto é evidência de que não somos mais necessários para aperpetuação de nossos genes. Desse momento em diante a vidaseguirá em frente, estejamos ou não por perto.
  5. 3. Em 70 anos, uma recém-nascida se tornou avó ou bisavó. Quandonos aposentamos, a vida corre mais devagar. Nossos movimentostambém estão mais lentos. Os sinais externos da idade ficam maisevidentes. Nossos sentidos estão menos sensíveis.
  6. 4. Desde o nascimento, começamos a perder os cílios responsáveis pelacaptação dos sons, no interior do ouvido. Nessa idade já temosdificuldade para escutar os sons de alta freqüência. Devagar, com otempo, perderemos até os que captam freqüências baixas. Os ossículosque transmitem as ondas sonoras da membrana do tímpano para dentrodo ouvido endurecem. Fica difícil ouvir o que os outros falam.
  7. 5. A visão também piora. A vida inteira expostos aos raios de sol, ocristalino, a lente dos olhos, perde a elasticidade e escurece. Podeaté mudar a cor dos olhos. O cérebro precisa fazer acrobaciaspara compensar essas alterações.
  8. 6. O esqueleto reflete bem o desgaste de muitos anos. Os ossoscontinuam fabricando células novas para substituir as velhas, masos osteoblastos já não dão conta de repor as células perdidas. Aperda constante de massa óssea torna os ossos quebradiços: é aosteoporose, um perigo permanente. Sofrer uma fratura é muitomais fácil. Isso acontece com ambos os sexos, mas as alteraçõeshormonais da menopausa aceleram o processo nas mulheres.
  9. 7. Por que a aparência de nosso corpo muda tanto entre os 40 e os 70anos? É bem mais do que uma questão de uso e desgaste. Oenvelhecimento é um processo que afeta uma por uma de nossascélulas.
  10. 8. A cada dia, bilhões de nossas células se dividem em duas. Paraisso, precisam duplicar o DNA, e destinar uma cópia para cadacélula-filha. Enquanto as células mais velhas morrem, as recémcriadas ocupam o lugar deixado por elas.
  11. 9. O problema é que o mecanismo de divisão celular é sujeito apequenos erros. Quando o DNA é copiado, as imperfeições contidasnele também são duplicadas.
  12. 10. Cada um desses erros é transmitido às células-filhas, às células-netas e, assim, sucessivamente, para todas as descendentes. Écomo nas fotografias: cópias de cópias perdem a nitidez. Desde onascimento trocamos todos os ossos do nosso rosto a cada doisanos.
  13. 11. Aos 70 anos, nossa face é a trigésima quinta cópia da que tínhamosao nascer. A cada cópia as imperfeições se tornaram maisaparentes. É por isso que parecemos tão diferentes quandoestamos mais velhos.
  14. 12. Outra causa do envelhecimento está no ar que respiramos. Semoxigênio não podemos sobreviver, mas ele nos corrói lentamente.Dentro de cada célula, as mitocôndrias são nossas centraisenergéticas, nossas fábricas de energia. Elas combinam o oxigêniocom os nutrientes para produzir a energia necessária aofuncionamento do organismo. Nesse processo são liberadospoluentes chamados de radicais livres, que agridem as própriasparedes das mitocôndrias e comprometem a produção de energia.
  15. 13. Como conseqüência, não conseguimos mais repor as células necessárias,nem corrigir os defeitos ocorridos em seu DNA. O funcionamento dosórgãos fica comprometido. Eles podem falhar. A morte, como a vida, é umprocesso construído no interior de nossas células. Da mesma forma que oDNA controla nosso desenvolvimento, também limita a duração de nossasvidas. Em cada cópia de si mesma, a célula perde um pequeno fragmentode DNA. Depois de bilhões de divisões, foi perdido tanto DNA que acapacidade de formar novas células fica comprometida.
  16. 14. A morte não é um acontecimento instantâneo. É um processoatravés do qual os órgãos pouco a pouco entram em falência. Aodar as últimas batidas, o coração espalha pelo corpo um hormônioque alivia a dor: as endorfinas. Sem oxigênio, os órgãos param defuncionar. Em dez segundos a atividade cerebral cai. Em quatrominutos o cérebro será lesado irreversivelmente. Perderemos acondição humana.
  17. 15. A audição é o último sentido a nos abandonar. Mas algumas célulaspermanecem vivas até mesmo depois da morte: as da pele ainda sedividem por 24 horas. E são necessárias 37 horas para que o últimoneurônio encerre a sua atividade.
  18. 16. Para alguns de nós, a vida pode durar muito tempo. Quem nascehoje tem expectativa de viver 80 anos ou mais. Mas todas asjornadas um dia devem terminar. Depois de nossa morte, nossosfilhos e netos carregarão nossos genes no interior de suas células,e vão transmiti-los para seus descendentes. Nossa vida continuarádentro deles. As memórias que deixamos, também.
  19. 17. A nossa Viagem Fantástica chegou ao fim.DR DRAUSIO VARELA 02 11 2008
  20. 18. Web Nota 10 O melhor da Webhttp://webnota10.blogspot.com webnota10@gmail.com
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