segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

CANTO, MÚSICA & POESIA - II




Continuação do artigo CANTO, MÚSICA & POESIA e fotos do evento realizado na ALA, ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE PORTUGAL, a 13 de DEZEMBRO DE 2014.









domingo, 28 de dezembro de 2014

ANO NOVO - VIDA NOVA - PROJECTO DE VIDA

Projectos - ANO NOVO VIDA NOVA
por Carlos Brandão de Almeida para o blogue: http://celestecortez.blogspot.com


Ano Novo, vida nova. Ando a ouvir dizer isto há um ror de anos. Todos os anos a frase se repete. Porquê? Boa pergunta!
É no início do ano, quando ele ainda está em embrião, que se costumam fazer projectos, dos mais acertados aos mais disparatados.
Mas, com toda a honestidade, importa confessar que, ao recapitularmos as realizações que nos propusemos concretizar ao longo de cada ano, concluímos que nem todas foram cumpridas. Pior: uma grande parte delas finou-se pelo caminho. Mas essa é a lei da vida!
E até é desejável que assim seja. Porquê? Perguntarão os mais acelerados. Pois porque, por certo, fomos excessivamente ambiciosos ao projectá-las.
Se tivéssemos concretizado todos os projectos provavelmente isso ter-se-ia ficado a dever a pouca ambição nossa ou a uma indesejável acomodação á rotina instalada. Estaríamos então virtualmente realizados, meio caminho andado para a estagnação pessoal.
Felizmente o que acontece é que a vida de cada um de nós é constituída por uma série infinita de aspirações. Estabelecem-se metas, dão-se-lhes as necessárias prioridades, vão-se cumprindo umas, ajustam-se outras e, realisticamente, vão-se eliminando ainda outras tantas. E, tal como o piloto do navio que constantemente ajusta a rota, para dar margem às alterações dos ventos e das correntes, também a máquina humana tem de saber ajustar a rota que traçou e manter um nunca acabar de opções.
A nossa esperança é que cada projecto contribua para levar a barca humana a bom porto, no dia-a-dia da vida. E, quando chegar a vez de encostar ao cais, que saibamos sentir o prazer da viagem, com um mínimo de choques e raspões e com a consciência tranquila, certos de que procurámos contribuir para deixar o mundo melhor do que o encontrámos.
Não fiquemos pois desgostosos e frustrados por não darmos término a qualquer projecto do início do ano. Podemos renová-lo amanhã, no princípio de um novo dia, ou da próxima semana, ou do próximo mês...
Se dermos o necessário tempo de incubação a cada projecto que traçarmos e desfrutarmos a viagem, enquanto ela dura, provavelmente veremos os nossos objectivos alcançados. Assim, ficaremos livres para estabelecer novas metas, ainda mais ambiciosas. A esse processo chama-se crescimento. E coitado de quem pense que já cresceu tudo e que já sabe tudo!

                        E a gente fala para o ano, valeu?
                                                                             
                                                    Carlos Brandão de Almeida





quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Natal de quem?


Sagrada Família pintada por Celeste Cortez 
O mais verdadeiro poema do "Natal" atual, é este do meu confrade e amigo - João Coelho dos Santos. Se o leitor conhecer outro mais verdadeiro, por favor diga-me, gostaria muito de conhecer. 

Natal de Quem

Mulheres atarefadas
Tratam do bacalhau,
Do peru, das rabanadas.

- Não esqueças o colorau,
O azeite e o bolo-rei!

- Está bem, eu sei! 
- E as garrafas de vinho? 

- Já vão a caminho!

- Oh mãe, estou pr'a ver
Que prendas vou ter.
Que prendas terei?

- Não sei, não sei...

Num qualquer lado,
Esquecido, abandonado,
O Deus-Menino
Murmura baixinho:

- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?

Senta-se a família
À volta da mesa.
Não há sinal da cruz,
Nem oração ou reza.
Tilintam copos e talheres.
Crianças, homens e mulheres
Em eufórico ambiente.
Lá fora tão frio,
Cá dentro tão quente!
Algures esquecido,
Ouve-se Jesus dorido:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?

 Rasgam-se embrulhos, 
Admiram-se as prendas,
Aumentam os barulhos
Com mais oferendas.
Amontoam-se sacos e papeis
Sem regras nem leis.
E Cristo Menino
A fazer beicinho:


- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?

O sono está a chegar.
Tantos restos por mesa e chão!
Cada um vai transportar
Bem-estar no coração.
A noite vai terminar
E o Menino, quase a chorar:

- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Foi a festa do Meu Natal
E, do princípio ao fim,
Quem se lembrou de Mim?
Não tive tecto nem afecto!

Em tudo, tudo, eu medito
E pergunto no fechar da luz:
- Foi este o Natal de Jesus?!!!






















                               FOI ESTE O NATAL DE JESUS…
                              


segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

CANTO, MÚSICA & POESIA - I -



CANTO, MÚSICA & POESIA passou, mais uma vez pela Ala - Academia de Letras e Artes de Portugal, no Monte Estoril, Portugal, onde uma sala cheia de poetas, escritores, músicos e espectadores, foi bem esclarecedora de que os sons do canto, da música e da poesia une as pessoas.
Em primeiro lugar, o vice-presidente da direcção da Ala, Dr. Jorge Felner da Costa, em nome da Academia de Letras e Artes de Portugal, deu as boas vindas a todos os que enchiam por completo a sala. 
A académica escritora Celeste Cortez, organizadora do evento cultural, abriu o evento referindo um pensamento do filósofo JACQUES RANCIèRE (1940), que diz que "A improvisão é o exercício através do qual o ser humano se conhece e se confirma na sua natureza de ser razoável, ou seja, de animal que faz palavras, figuras, comparações, para contar o que pensa dos seus semelhantes.”, pelo que ela desejaria, naquele momento, ter capacidade de improvisar para fazer palavras, figuras e comparações, para dizer o que pensa de todos os presentes por força de um nobre ideal: O gosto pelos sons do canto, da música, da poesia. Mas que, mesmo sem essa capacidade, poderia assegurar que nenhum dos presentes poderia dissociar estes três sons que andam juntos desde os primórdios, as três palavras tão sonantes, que reuniram as pessoas neste Canto, Música e Poesia. 

Na apresentação do programa colaboraram também os académicos escritor e poeta Manuel Amendoeira, Drª. Elisa Frugnoli e o poeta, escritor, dramaturgo Dr. João Coelho dos Santos, este também presidente da Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Poetas, associação de que a organizado Celeste Cortez também faz parte. O académico Manuel Amendoeira, numa breve alocução debruçou-se sobre o tema do concurso de poesia "Esta é a ditosa pátria minha amada" e o académico João Coelho dos Santos referiu a imparcialidade do júri no concurso, tendo a Drª. Elisa Frugnoli discursado sobre os poetas concorrentes. 
Os referidos académicos e a coordenado do concurso de Poesia e do Evento, escritora e poeta Celeste Cortez, leram poetas em representação de alguns poetas que não puderam estar presentes.  



Do programa fez parte o professor de música Walter Lopes, que tocou a intervalos regulares música clássica e ligeira, tendo cantado com os acordes musicais o poema de Camões "Verdes são os campos" que o falecido, grande poeta e cantor José Afonso musicou e cantou a seu tempo.









O concurso de Poesia "Camões 1580/2014" foi delineado para académicos da Ala e academias parceiras internacionais, cujos poetas se exprimissem na língua de Camões, tendo concorrido poetas da Sociedade Brasileira de Poetas Aldravianistas; da Alacib-Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil; da Alb - Academia de Letras do Brasil - Seccional de Araraquara, e convidados da Associação Portuguesa de Poetas de Portugal e do Brasil.

 Estiveram presentes alguns poetas vindos propositadamente do Brasil, outros do espaço português. Os poemas melhor classificados, a que foram atribuídos do 1º. ao 9º. prémio, outros menção honrosa, foram lidos, pelos próprios ou por seus representantes ou académicos da Ala, tendo sido intercalados com canto e música. Na classificação do júri houve poemas que obtiveram certificado de participação, por não terem respeitado o tema do Regulamento do Concurso. 






Por estar próxima a quadra festiva do Natal, foi dita poesia referente ao Natal. 







No final da sessão foram entregues os diplomas e menções honrosas e os prémios aos classificados para tal, com o convite de participação num próximo concurso de poesia da Ala.

Seguiu-se um Porto de Honra e convívio.     

     
  

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

POEMA DE NATAL - "NATAL E NÃO DEZEMBRO" - David Mourão Ferreira - Lx 1927-1996

NATAL, E NÃO DEZEMBRO , de David Mourão Ferrei
ra, Lisboa Fevº.1927-1996

Entremos, apressados, friorentos,
Numa gruta, no bojo de um navio,
Num presépio, num prédio, num presídio
No prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
Porque esta noite chama-se Dezembro,
Porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,
Duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
A casa, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
Talvez seja Natal e não Dezembro,
Talvez universal a consoada.

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
Num sótão num porão numa cave inundada
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
Dentro de um foguetão reduzido a sucata
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
Numa casa de Hanói ontem bombardeada

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
Num presépio de lama e de sangue e de cisco
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
Para ter amanhã a suspeita que existe
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
Tem no ano dois mil a idade de Cristo

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
Vê-lo-emos depois de chicote no templo
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
E anda já um terror no látego do vento
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
Para nos pedir contas do nosso tempo.

“ Litania para o Natal de 1967”, David Mourão Ferreira

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

NATAL PODE SER - Clemente da Silva Pereira


              Natal pode ser
Espaço e tempo de renovação
Onde se escuta uma nova canção,
É o brilho das estrelas que nos enchem de luz,
Enquanto o Pai Natal sorri e veste o capuz

       
               Natal pode ser
As crianças a correrem de mãos dadas,
Num sonho inocente de um conto de fadas,
Voando na imaginação da sua liberdade,
Ao respirarem o suave odor da felicidade.

        
               Natal pode ser
Admirar a beleza luzidia da lua,
Até o Menino Jesus descer à rua
Onde nada se oculta e tudo se vê
Quando traz este poema que te lê


                             Natal pode ser
As pessoas unirem-se em fraternidade
Na estrada da Luz da eternidade
Ou o Sol a brilhar no espaço celeste
Quando o vento sopra de Oeste


               Natal pode ser
À meia-noite ouvirem-se sinfonias
Que nos trazem suaves melodias
De novos cânticos de hinos,
Inventados por milhares e milhares de sinos.

               Natal pode ser
Aquilo que cada um sente
Quanto se recebe um presente,
A sensação estranha que sempre nos aparece,
E o prazer de quem recebe e oferece

                         
                           Natal pode ser
Observar a neve através da vidraça
Ouvirmos a alegria de quem passa
A caminhar sobre aquela manta
De cor tão pura e tão branca


             Natal pode ser
Para mim e para vós,
Em que ganhamos todos nós
Quando cantamos em glória
As notas de amor da nossa vitória


             Natal pode ser
Não um grito de guerra
Que se ouve no alto da serra,
Mas sim uma canção que se faz
E se ouvirá sempre como um hino à paz



              Natal pode ser
Quando um homem quiser
Um momento a não esquecer,
Que permanece neste mundo habitável
Numa longa noite infindável.


Clemente Silva Pereira (JORNALISTA DE SANTA COMBA \DÃO)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

poema de natal - NATAL DE ÉVORA

Foto de Celeste Cortez autora do blogue. 
Natal de Évora


http://www.junior.te.pt/Final/ImgABR/musica/natal_anjo.gifO Menino está dormindo
Nas palhinhas despidinho
Os anjos lhe estão cantando:
Por amor, tão pobrezinho.

O Menino está dormindo
Nos braços de S. José
Os anjos lhe estão cantando:
Gloria tibi, Domine*.

O Menino está dormindo
Nos braços da Virgem pura
Os anjos lhe estão cantando:
Glória a Deus lá nas alturas.

O Menino está dormindo
Um sono de amor profundo
Os anjos lhe estão cantando:
Viva o Salvador do mundo.


(Música e letra: tradicional)
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