terça-feira, 10 de junho de 2014

DIA 10 DE JUNHO - DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS

DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS





LUIS VAZ DE CAMÕES - Em Coimbra teve influência de leituras de grandes poetas PETRARCA *** e outros petrasquistas**** e, com a emoção começou a cantar as “doces e claras águas do Mondego







Doces águas e claras do Mondego,
Doce repouso de minha lembrança,
Onde a comprida e pérfida esperança
Longo tempo após si me trouxe cego;
De vós me aparto, mas, porém, não nego
Que inda a longa memória, que me alcança,
Não deixa de vós fazer mudança,
Mas quanto mais me alongo mais me achego.
Bem pudera a Fortuna este instrumento
D’alma,  levar por terra nova e estranha,
Oferecido ao mar remoto ao vento;
Mas alma, que de cá vos acompanha,
Nas asas do ligeiro pensamento,
Para vós, águas, voa, e em vós se banha.  

Luís Vaz de Camões tinha de ter conhecimentos extraordinários em História Universal, geografia, astrologia, mitologia clássica, literaturas antigas e modernas, poesia culta e popular, que aproveitou com a mais perfeita exactidão, para escrever Os Lusíadas. 
Envolvia-se  em amores com damas da nobreza e possivelmente plebeias, levava  vida boémia e turbulenta.  Vibra na presença gentil das damas, entre as quais a infanta D. Maria, filha de D.Manuel I. Diz-se que, por conta de um amor frustrado, se autoexilou em África, Marrocos, alistado como militar, onde perdeu um olho em batalha. Estudos dizem que certa dama teria zombado chamando-lhe “cara sem olhos” . O poeta converteu a amargura em galanteio: 
“Sem olhos vi o mal claro 
Que dos olhos se seguiu:
Pois “cara sem olhos”  viu
Olhos que lhe custam caro.
De olhos não faço menção,
Pois quereis que olhos não sejam;
Vendo-vos, olhos sobejam,
Não vos vendo, olhos não são.”
.
1553-1567 Ásia – Goa – Não gosta do elemento humano: terra mãe de vilões ruins, e madrasta de homens honrados, diz em carta. Enfrentou  adversidades, foi preso várias vezes, combateu bravamente ao lado das forças portuguesas e escreveu a sua obra mais conhecida, a epopeia nacionalista “Os Lusíadas” (talvez em 1556)
De volta à pátria, associa-se em negócios ao capitão de Sofala – Moçambique, mas Diogo do Couto encontra-o “a comer de amigos”, que lhe pagam a viagem para o seu regresso a Portugal, onde chega em 1570.
Tinha uma batalha especial a vencer, quem tanto tinha combatido. Vencidas as dificuldades, a obra censurada pelo espírito compreensivo e muito culto de Frei Bartolomeu Ferreira, foi publicada em 1572. Luis de Camões recebeu uma pequena pensão do rei Dom Sebastião pelos serviços prestados à Coroa, mas nos seus anos finais parece ter enfrentado dificuldades para se manter. Queixou-se várias vezes de alegadas injustiças que sofrera e da escassa atenção que a sua obra recebia.
Tem diversa obra lírica que foi reunida na coletânea Rimas, e três obras de teatro cómico


Datas de acontecimentos da vida de Luis Vaz de Camões: 

POETA - LUÍS VAZ DE CAMÕES
–nasceu em 1524 ou 1525 (século XVI),  talvez em Lisboa

Desde muito novo esteve em Coimbra, até 1542.
1548: Desterro no Ribatejo; alista-se no Ultramar. –
1549: Embarca para Ceuta; perde o olho direito numa escaramuça contra os Mouros. 1551: Regressa a Lisboa.
1551-1552 - enviou uma carta com galanteios (quantas teria mandado a outras?) a uma cortesã, aia da Rainha D. Catarina, a formosa D. Francisca de Aragão
1552 -  Caiu em desgraça numa desordem em que se envolveu com a espada, contra o encarregado dos arreios do monarca, (Cavalariça Real)  e ficou preso até Março de 1553. Há estudos que dizem que na prisão parece ter tido acesso a maiores conhecimentos intelectuais. 
1553 - Ao receber “Carta de perdão”, o Poeta resolveu ir para a Índia em serviço de El-Rei.
1554: Parte de Goa em perseguição a navios mercantes mouros, sob o comando de Fernando de Meneses. –
1556: É nomeado provedor-mor em Macau; naufraga nas Costas do Camboja. - 1562: É preso por dívidas não pagas; é libertado pelo vice-rei Conde de Redondo e distinguido seu protegido. –
1567: Segue para Moçambique. –
1570: Regressa a Lisboa na nau Santa Clara. –
1572: Sai a primeira edição d’Os Lusíadas. –

1579 ou 1580: Morre de peste, em Lisboa. (data 10 de Junho)

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