sexta-feira, 30 de novembro de 2012

POEMA DE NATÁLIA CORREIA

Caríssimo visitante: Pode copiar o poema de Natália Correia e a foto cuja autora é Celeste Cortez. Porém, não pode esquecer mencionar as autoras. A isto chama-se Direitos Autorais. Devemos respeitá-los. Obrigada a autora do blogue: Letras à solta - http://celestecortez.blogspot.com





 

FALAVAM-ME DE AMOR

Quando um ramo de doze badaladas

se espalhava nos móveis e tu vinhas

solstício de mel pelas escadas

de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
Natália Correia

POEMA - MÃE PRETA

POEMA – MÃE PRETA, de Celeste Cortez
Do livro  “ L. de E. “
Foto não autorizada da capa do romance Mãe Preta,
da autoria do meu neto Michael Silvestre Veloso. 
                 (Respeitar direitos autorais citando autora e fontes) 

Mãe Preta traz no ventre um mundo que vai nascer,
 Sorri esquecendo o amendoim que a seca queimou,
 O milho que a água alagou, a semente que o sol secou
 Mas não esquece a fome que faz doer e ficou.

Hoje não vai buscar água porque seu filho tirou (pariu)
Seu mundo nasceu, gemeu chorou e berrou
Pedia comida que ela não tinha pr’a dar
Mãe Preta sorriu ao seu menino, sofreu, ficou a chorar

No fundo da panela um resto de quase nada
Mãe Preta amassou em sua boca a farinha empapada,
Mastigou, mastigou, mastigou, na boca não ficou nada
Como mãe-ave a papa depositou na boquinha rosada


Madrugada no caminho de lama Mãe Preta já vem
Lata d'água à cabeça, filho com amor aperta,  sonhando “sonhos de mãe”
Fogueira acesa, panela ao lume dos restos sem abundância
que no pilão havia. A teta acaricia. Sorri com esperança.

Canção alegre vai o vento levar
Anca bamboleia, batuca no pilão,
Sorri enlevada;
Seu mundo de amor vai alimentar,
Suas lágrimas vão secar
Ao pássaro do seu mundo hoje não irá dar
farinha empapada.




















sábado, 24 de novembro de 2012

L U S Í A D A S
- CANTO I

ESTROFES 4 E 5  - Invocação:
O poeta invoca as "Tágides" *(ninfas do Tejo).
* "Tágides" , porque do rio Tagus, Tejo.
As caravenas quinhentistas de Portugal
  

Estrofe (ou estância 4)

E vós, Tágides minhas, pois criado
Tendes em mi um novo engenho ardente,
Se sempre em verso humilde celebrado
Foi de mi vosso rio alegremente,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Um estilo grandíloquo  (*) e corrente,
Por que de vossas águas Febo ordene
Que não tenham enveja às de Hipocrene.


(*) grandíloquo (que tem linguagem nobre, pomposa, eloquente)

Estrofe (ou estância 5)

                       Dai-me uma fúria grande e sonorosa,
                    E não de agreste avena ou frauta ruda,
                    Mas de tuba canora e belicosa,
                    Que o peito acende e a cor ao gesto muda;
                    Dai-me igual canto aos feitos da famosa
                    Gente vossa, que a Marte tanto ajuda;
                    Que se espalhe e se cante no universo,
                    Se tão sublime preço cabe em verso
 


                      Blogue: LETRAS À SOLTA - http://celestecortez.blogspot.com

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

NATAL, poema de David Mourão Ferreira


NATAL – David Mourão-Ferreira:

. VOTO DE NATAL

Acenda-se de novo o Presépio no Mundo!

Acenda-se Jesus nos olhos dos meninos!

Como quem na corrida entrega o testemunho,

passo agora o Natal para as mãos dos meus filhos.

.

E a corrida que siga, o facho não se apague!

Eu aperto no peito uma rosa de cinza.

Dai-me o brando calor da vossa ingenuidade,

para sentir no peito a rosa reflorida!

.

Filhos, as vossas mãos! E a solidão estremece,

como a casca do ovo ao latejar-lhe a vida…

Mas a noite infinita enfrenta a vida breve:

Dentro de mim não sei qual é a que se eterniza.

.

Extinga-se o rumor, dissipem-se os Fantasmas!

Ó calor destas mãos nos meus dedos tão frios!

Acende-se de novo o presépio nas almas.

Acende-se Jesus nos olhos dos meus filhos.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ao nosso neto com amor

Os nossos netos são uma dádiva. Com o nascimento deles, somos pais duas vezes. Avós são pais com açucar diz o povo, porque ser avô muitas vezes não se corrigem as suas malandrices. Lá estão os pais para educar, porque estão juntos sempres, pensam os avós...
Devemos ajudar a estimular a sua imaginação, para que sejam espertos, inteligentes.
Aqui dois dos nossos 6 netos. O mais velho desta foto, o Roberto Andoni Silvestre Papadimitriou, faz hoje 17 anos. Parece que ainda nasceu ontem. É o mais velho de dois irmãos, como se pode ver nas fotos. Sensível, protetor, amigo do seu amigo, rapaz de bom coração.É um moço capaz, inteligente, bondoso, é uma das luzes da nossa vida, alegria do lar de seus pais, uma dádiva que recebemos de Deus. Será um gande homem, terá um futuro brilhante. Será um futuro dirigente, pois nasceu abençoado por Deus e está crescendo abençoado pelos pais e avós.  


Patriótas, apesar de meu genro ser grego, aqui os vemos equipados para um jogo da Seleção Portuguesa,
na África do Sul, no Campeonato do Mundo. 
Em Perth, os dois irmãos amigos
A primeira vez, suponho, que o Roberto andou de avião!
Uma tarde bem passada com os avós Celeste e To, em Perth



South África: Nicholas, Robbie e o papá Chris Papadimitriou, antes do jogo da Grécia

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

MENSAGEM,Fernando Pessoa - ANÁLISE

AULAS QUE LECIONEI HOJE NA ACTIS - universidade sénior de Sintra
análise do poema  A MENSAGEM, de DE FERNANDO PESSOA

 1ª. estrofe ou estância

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce     ……… 1 verso *
Deus quis que a terra fosse toda uma,……………… + 1 verso *
Que o mar unisse, já não separasse.   …………….. + 1 verso  *
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,……..  + 1 verso *
2ª.estrofe ou estância
E a orla branca foi de ilha em continente,           
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir,*  redonda, do azul profundo.**


                     3ª.estrofe ou estância

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.                    
Cumpriu-se o mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!


 
·        * 4 Versos compõem UMA QUADRA.

·        Cada estrofe/estância é o conjunto de versos

Trata-se de um poema da segunda parte – Mar Português – da Mensagem- colectânea de poemas de Fernando Pessoa, escrita entre 1913 e 1934.
Esta obra contém poesia de índole épico-lírica. Épica porque dos descobrimentos, exaltação heróica; a evocação dos perigos e dos desastres bem como a matéria histórica ali apresentada.

Na dimensão lírica, é a forma fragmentária da obra, o tom menor, a interiorização da matéria épica, através da qual o sujeito poético se exprime.
Refere: o esforço heróico na luta contra o Mar e a ânsia do Desconhecido.  Merecem especial atenção os navegadores que percorreram o mar, cumprindo um dever individual e patriótico.

 O poema é constituído por três estrofes, de quatro versos (quadras).

 Quanto ao metro e ao ritmo os versos são regulares.

Os versos são decassilábicos heróicos. (10, de exaltação heróica)

Predomina o ritmo ternário, aparecendo também o binário.

A rima é sempre cruzada, segundo o esquema de rima (rimático) abab, cdcd, efef, permitindo que certas palavras chave do poema fiquem em posição de destaque, no fim dos versos, como nasce  uma, mundo, português, sinal, Portugal.
O poema divide-se em três partes, conforme o  desenvolvimento do assunto:
A primeira correspondendo ao primeiro verso; A segunda parte desde ali até ao final da segunda estrofe. A terceira constituída pela última estrofe.
Na primeira está contido uma afirmação tripartida:
 “Deus quer/,            “o homem sonha/,              “a obra nasce/”.
Sem a vontade do primeiro nenhum dos outros se concretizaria. Se Deus não quisesse, o homem não sonharia e a obra não nasceria.

O sentido da afirmação tem valor universal: o substantivo homem refere-se ao ser humano e a obra designa qualquer acção humana. Note-se o uso do presente.
A segunda parte poderá subdividir-se em três momentos. A primeira subunidade diz respeito à apresentação da vontade de Deus e vai até “sagrou-te”. Deus quer a terra unida pelo mar.
O valor simbólico do verbo “sagrou-te”, sugerindo o Infante de Sagres e a escolha do Infante para uma missão divina. Tem ainda grande força pelas suas conotações religiosas.
O mar por sua vez é também simbólico do mistério e do desconhecido, por isso  a expressão: “desvendando a espuma” (desfazendo o mistério).
O segundo momento referir-se-á ao homem e vai até ao fim da primeira quadra. Aqui se desenvolve a ideia de que o homem sonha e põe em prática a vontade de Deus. No poema esse homem identifica-se com o Infante. Ele é o herói navegante em busca do caminho da imortalidade, cumprindo um dever individual e Pátrio: a realização terrestre de uma missão transcendente. Por outro lado é também o herói em busca de um caminho de universalidade.
Justifica-se o uso do artigo definido em O INFANTE. Ele é o escolhido por Deus para concretizar o seu projecto. Isto confere-lhe um carácter divino. Ele é aquele que sonha, que tem a visão e finalmente foi “desvendando a espuma”, ou seja realizou a obra.
Pelo facto de ser português, a sua escolha para desempenhar uma missão transcendente, a sua sagração é também a de todos os portugueses. Nesta parte aparece ainda a passagem do mistério para a luz, nas palavras “orla branca” “clareou” (sair das sombras, revelar-se) já adivinhada na “espuma”(branca) da segunda parte e que se prolongará pelo “surgir* ”(sair das sombras, revelar-se) e pelo azul profundo**” (do mar imenso, do fundo do mistério).
A terceira vai até ao final desta segunda parte e refere-se à obra e corresponde à revelação. Há no poema vários indícios de revelação “ de repente”, “surgir”, “o azul profundo” e na terceira estrofe “sinal”. A revelação é repentina, espectacular, miraculosa. Tal é sugerido pela expressão “E viu-se a terra inteira, de repente,/ surgir , redonda, do azul profundo”.
A visão da terra sugere-me a ideia de que a obra dos portugueses é o realizar de um plano divino. O redondo, a esfera, é o símbolo da perfeição cósmica, da obra completa e perfeita que Deus quis.
Ao longo desta segunda parte o tempo verbal predominante é o pretérito perfeito, assim permite narrar os acontecimentos passados.
Na terceira parte transpõe-se para o povo a glória do Infante.
Conclusão: O povo português foi o eleito por Deus para esta façanha.
O sonho cumpriu-se (tese), desfez-se (antítese) e deu lugar a um novo sonho (síntese). Este esquema dialéctico cíclico impõe o nascimento de um novo sonho, mas tal só se pode verificar se “ o Senhor” corresponder ao apelo que lhe é dirigido na frase exclamativa e em forma de vocativo “Senhor, falta cumprir-se Portugal!”. Teríamos assim uma nova vontade divina, um novo sonho e uma nova acção.
Aqui há um diálogo entre o sujeito poético e Deus, o que acentua o carácter messiânico e misterioso do poema. Esta estrofe regressa ao presente o que se adequa à sucessão presente-passado-presente da dinâmica hegeliana.***

 *** - hegeliana = relativo à doutrina de Hegel, ou ao seu sistema filosófico. Friedrich Hegel,filósofo alemão, também chamado idealismo.
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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

ecos da escrita


ECOS DA ESCRITA:

Acabo de ler na internet, o que transcrevo do Cyberjornal, do dia 12de Outubro de 2012:

..."A académica da Ala Academia de Letras e Artes e escritora Celeste Cortez, apresentou os seus mais recentes romances na Livraria FNAC no Cascaishopping. “O Meu Pecado” e Mãe Preta” são as duas obras de referência da escritora que a partir de agora estão disponíveis em todo País e passarão a marcar o panorama literário Nacional.
Celeste Cortez empossada como académica 
     Apresentados pela também académica Isabel Magalhães, os dois livros são um importante contributo para a reformatação das memórias coloniais de Portugal, assentes num raciocínio transparente e refrescante que surge envolvido pela forma de escrever profundamente sensível e artística de Celeste Cortez.
     Nas palavras de Isabel Magalhães, «é com uma honra imensa que muito valoriza a nossa terra, que Cascais reconhece a genialidade da escrita da Celeste Cortez, sendo a apresentação destas suas duas obras um marco na produção cultural Cascalense».
    
     Na apresentação participaram ainda os dizedores de poesia Arnalda e Jorge Viegas, que declamaram alguns poemas da autora, bem como o seu marido e companheiro de vida, António Silvestre Cortez, que cantou um trecho musicado de uma das poesias de Celeste Cortez".
      Ao Cyberjornal agradeço sinceramente esta publicação na net. Quanto às obras são para mim, autora,  "pontes que estabeleço com a amizade, que forçam vínculos e determinam a importância da beleza e da fraternidade entre homens e culturas". (cultura europeia-cultura africana.)
     O romance "O MEU PECADO" refere um amor que nasce em Moçambique no tempo da guerra. Com o afastamento de um deles pela finalização do seu tempo de tropa,  dá-se o desencontro por circunstâncias da vida. Os dois, porque se amam, sofrem pela separação a que os homens os sujeitam. E o que dizer duma filha registada como "filha de pai incógnito"?  A história é passada, hipotéticamente, em 1964. Descreve Moçambique e Portugal desde 1964 a 1989. O livro foi foi idealizado e quase finalizado em 1989 e guardado sem intenção de publicar. Em 2005, umas folhas escritas, muito poucas, forem reencontradas e a partir daí surgiu a vontade de finalizar. 
     Feita edição de AUTOR em 2007, esgotou a edição em 6 meses. Por razões particulares só foi feita a 2ª. edição em finais de 2011.

No romance "MÃE PRETA", a personagem principal, Lina, destroçada após anos de violência conjugal por não ter conseguido ser mãe como as outras "manacages ou tombazanas" (mulheres), foge para a sua aldeia indígena. Emigra para a África do Sul, regressando à aldeia. Sem condições emigra para a Rodésia (hoje Zimbabué) de onde retorna por a sua consciência não pactuar com a entrega a milionários estrangeiros de uma criança que está a ser gerada na barriga de uma menina branca. Seguindo...etc.    
Mãe Preta está em 2ª. edição.
A autora espera editar os seus livros no estrangeiro, logo que apareça a editora certa, enquanto finaliza mais dois romances e dois livros de poesia.   


ROSAS

Aos visitantes do meu blogue, ofereço estas rosas, como prova de reconhecimento pela vossa visita. Escolha virtualmente a que mais lhe agradar. Se publicar a foto, terá de mencionar a proveniência mencionando o meu blogue: http://celestecortez.blogspot.com


LEITURAS

LEITURAS - LIVROS DA AUTORA DO
BLOGUE:

Romance "O MEU PECADO"  - Romance " MÃE PRETA "

À venda em PORTUGAL: Na FNAC do Cascaishopping;

Nas livrarias BERTRAND; em todo o país

Nas livrarias APOLLO 70;

No espaço Ryadh - Cascais;

No espaço fotográfico do Edifício ao lado do Café Búzios, na Rua Manuel do Espírito Santos Silva, em Cascais.

O preço de cada exemplar varia consoante as livrarias. Não pode ser vendido além de €uros 15,00 incluindo Iva.

Se não os encontrar nas livrarias, queira pedi-los à autora, através do email: celeste.cortez2010@gmail.com.

Será enviado pelo correio.
Para Portugal os CTT cobram €2-00 com o envelope almofadado.

Leitores do estrangeiro, enviar cheque ou pagamento através do NIB, devendo contatar a autora através do email acima. 



PENSAMENTOS

 
PENSAMENTOS, de Friedrich Novalis :
 
O ARTISTA percebe outra realidade, diferente da perceção comum, ele deteta um mundo superior e oculto.
 oculto.
 
O poeta representa o irrepresentável, vê o invisível, toca o impalpável.
 
 
 
O sentido poético tem relações estreitas com o sentido profético e religioso...
 
 
 

PENSAMENTOS

 LAO TSÉ -
Nasceu entre os séculos IV e VII antes de Cristo.
Nacionalidade China
OcupaçãoSuperintendente judicial dos arquivos imperiais
ProfissãoHistoriador real
Bibliotecário


 
PENSAMENTOS DE LAO-TSÉ
Conhecer os outros é sabedoria,
Conhecer-se a si mesmo é sabedoria superior,
Impor a vontade aos outros é força,
Impor a vontade a si mesmo é força superior.

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Dobrar-se para se manter integro,
Vergar para se poder endireitar.
Aprofundar-se para se sentir preenchido,
Definhar para se renovar.
Nada ter, mas estar repleto;
Apesar de provido, inquieto.
Assim age o sábio
Que tem por esposa a unidade
Para ser a luz do mundo;
Que não se mostra e põe em evidência,
Que não se afirma mas conduz ao despertar,
Que nada diz de si, mas brilha pelo valor,
Que nunca se vangloria, mas sabe perpetuar.
Que não luta com ninguém,
E ninguém luta com ele. (Lao-Tsé)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

PINTURA EM PORCELANA - III

PINTURA EM PORCELANA (3ª. conversa sobre pintura em porcelana com os/as  visitantes deste blogue. 


          Houve uma época em que eu e meu marido nos dedicámos a pintar porcelana. Tirámos um cursinho que muito nos agradou. 
        No caso do prato de Natal da foto acima: Numa viagem de recreio, comprámos o prato branco, em louça de porcelana, na própria fábrica, perto de Alcobaça, em Portugal, assim como comprámos outros pratos, terrinas, travessas, etc. Por vezes os hipermercados também têm alguma louça de porcelana que serve para pintar. Comprámos alguns no Jumbo, passe a publicidade. Não encontrando dirija-se a lojinhas da especialidade. 
          Como fazer? - Passa-se o desenho para o prato, com químico bem claro, normalmente amarelo.
          O efeito do prato da fotografia, foi adquirido com desenhos diferentes. Poderia desenhar-se a flor Estrela de Natal a toda a volta do prato. Mas decidimos aplicar mais do que um desenho. Tirámos de uma revista que tinha estes sinos e de outra que tinha o laço. Juntámos ainda um terceiro desenho dos lados esquerdo e direito do laço e aproveitámos o mesmo desenho para aplicar no fundo dos sinos, como se se tratasse de um ramo de natal, de azevinho.
Em papel vegetal (transparente), vá passando os desenhos a seu gosto. Só depois passa para o prato de porcelana, que deve ser escrupulosamente limpo com álcool. Usa-se papel químico amarelo entre o desenho e o prato. Contornam-se os desenhos com um lápis bem afiado. Só se pinta depois do desenho totalmente passado. . 
            O desenho foi-se armando num papel vegetal. Só depois de concluído se passou para o prato. Por vezes é preciso alargar os desenhos, ou fazê-los mais pequenos, consoante a medida do prato. Para isso pode ir a uma papelaria ou a um centro de cópias onde tenham uma máquina grande para fotocopiar. 
          Depois de passado o desenho para o prato, vai-se canetando (com caneta própria para canetados e tinta própria para porcelana, na cor desejada). As tintas são vendidas em lojinhas da especialidade. ´Vai a queimar à mufla (forno próprio para porcelana, para barro e azulejos etc.) 
          Só depois de "queimado" o contorno do desenho, é que se vai pintando, com as cores escolhidas. Caso contrário a tinta iria saindo agarrando-se às nossas mãos. 
        Volta à mufla (forno) para cozer novamente as cores aplicadas. O OURO à volta do prato ou em contornos de flores - se for o caso - será sempre o último a ir ao forno. Pode aplicar-se o ouro quando se finalizarem as cores, tentando não esborratar estas  e vai à mufla para queimar cores e ouro ao mesmo tempo. 
          Como fazer o rebordo do prato? Uma das formas mais fáceis que encontrei: Coloquei um pouquinho da bisnaga de ouro no meu dedo e fui ali rodando o prato.       
          Se gosta de pintar, ainda vai a tempo de o pintar para colocar o seu bolo de Natal. Boa sorte.

MICHEL DE MONTAIGNE -  28-2-1533 - 13-9-1591 (caracterizou-se como Livre Pensador)
Escritor, Filósofo, Ensaísta)

Palavras suas: O lucro dos nossos estudos é tornarmo-nos mais sábios.

Ainda que possamos tornarmo-nos mais conhecedores com o saber alheio, sábios só podemos ser com a nossa própria sabedoria.   


Estudou Direito, tendo exercido a função de magistrado em Périgoux (de 1554 a 1570) depois em Bordéus onde travou profunda amizade com La Boetie.
Retirou-se para o seu castelo quando tinha 34 anos para se dedicar ao estudo e à reflexão. Levou nove anos para redigir os dois primeiros livros dos Essais. Depois viajou por toda a Europa durante dois anos (1580-1581). Faz o relato desta viagem no livro Journal de Voyage, que só foi publicado pela primeira vez em 1774.
Foi presidente da Câmara em Bordéus durante quatro anos. Depois, regressou ao seu castelo e continuou a corrigir e a escrever os Essais, tendo em vista o estilo parisiense de exposição doutrinária. Os seus Ensaios compreendem três volumes (três livros). Os seus Ensaios vieram a público em três versões: Os dois primeiros em 1580 e 1588. Na edição de 1588, aparece o terceiro volume. Em 1595, publica-se uma edição póstuma destes três livros com novos acrescentos.
Os Essais são um autorretrato. O autorretrato de um homem, mais do que o autorretrato do filósofo. Montaigne apresenta-se-nos em toda a sua complexidade e variedade humanas. Procura também encontrar em si o que é singular. Mas ao fazer esse estudo de auto-observação acabou por observar também o Homem no seu todo.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Se me puderes ouvir...

Se me puderes ouvir

     «O poder ainda puro das tuas mãos
       é mesmo agora o que mais me comove
       descobrem devagar um destino que passa
       e não passa por aqu

       à mesa do café trocamos palavras
       que trazem harmonias
       tantas vezes negadas:
       aquilo que nem ao vento sequer          segredamos

       mas se hoje me puderes ouvir
       recomeça, medita numa viagem longa
       ou num amor
       talvez o mais belo.» 
                      Padre Tolentino Mendonça

José Tolentino Calaça Mendonça, Madeira (Machico) 15-12-1965, presbítero e poeta português.
Especialista em Estudos Bíblicos, tem abordado com rigor e criatividade os temas e os textos do cânone cristão, mantendo um diálogo sensível com as interrogações do presente. A relação entre o Cristianismo e Cultura é uma das ideias-chave do seu percurso. Passou o ano académico de 2011-12, como Straus Fellow, na New York University, integrando uma equipa de investigadores-convidados, empenhados no estudo do tema “Religião e Espaço Público”. É o responsável nacional pela Pastoral da Cultura e, recentemente, foi também nomeado Consultor do Pontifício Conselho para a Cultura, no Vaticano. Além de ensaísta, tem uma obra poética que muitos reconhecem entre as mais marcantes do panorama atual. Os seus livros, embora não primando pela originalidade, conhecem um grande sucesso em Portugal e são cada vez mais traduzidos internacionalmente. Dia 18 de outubro de 2012, é empossado como vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa (UCP).

Livros publicados:
  •   Os Dias Contados, 1990 (poesia)
  • As estratégias do desejo: um discurso bíblico sobre a sexualidade, 1994 / 2ª edição acrescida: 2003 (ensaio)
  • Longe não sabia, 1997 (poesia)
  • A que distância deixaste o coração, 1998 (poesia)
  • Se eu quiser falar com Deus, 1996 (textos pastorais)
  • Baldios, 1999 (poesia)
  • De Igual para Igual, 2000 (poesia)
  • A construção de Jesus: uma leitura narrativa de LC 7,36-50, 2004 (ensaio)
  • A Estrada Branca, 2005 (poesia)
  • Perdoar Helena, 2005 (teatro)
  • A Noite abre os meus Olhos, 2006 (poesia reunida)
  • La Notte apre i miei Occhi, 2006 (tradução italiana de uma antologia de poesia do autor; tradução e organização de Manuele Masini)
  • A leitura infinita. Bíblia e Interpretação, 2008 (ensaio)
  • O Viajante sem Sono, 2009 (poesia)
  • O Tesouro escondido, 2011 (Colecção Poéticas do Viver Crente - Paulinas Editora)
  • Pai-nosso que estais na terra, 2011 (Colecção Poéticas do Viver Crente - Paulinas Editora)
  • Colecção Poéticas do Viver Crente, 2011 (Direcção e Coordenação - Paulinas Editora)
  • Colecção Poéticas do Viver Crente - série Linhas de Rumo, 2012 (Direcção e Coordenação - Paulinas Editora)
  • Nenhum caminho será longo, 2012 (Colecção Poéticas do Viver Crente - série Linhas de Rumo - Paulinas Editora)

Artigos
  • Identidade e enigma: a interacção dos personagens na secção galilaica de Lucas, in Didaskalia 35, 1/2 (2005)
  • A função cristológica do espaço em Lc 7,36-50, in Didaskalia 33, 1/2 (2003)
  • Toda a Bíblia é Comunicação, in Bíblica - Série Cientifica, nº 2
  • O Pentecostes, in Bíblica - Série Cientifica, nº 4
  • Jesus Cristo, Palavra definitiva do Pai, in Bíblica - Série Cientifica, nº 5
  • O Espírito Santo: "Senhor que dá a Vida", in Bíblica - Série Cientifica, nº 6
Prémios
  • Foi laureado com o Prémio Cidade de Lisboa de Poesia (1998)
  • Prémio PEN Clube Português (2004)
  • Prémio Literário da Fundação Inês de Castro (2009)
  • Finalista do Prémio Literário Casino da Póvoa (2011)
  • Distinguido com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique

USCSAL - MAGUSTO 2012

Castanhas assadas na véspera de S.Martinho
tradição portuguesa
 
NOTÍCIAS DO MAGUSTO. 
     Como vos prometi, aqui vos dou notícias DO Magusto. As tradicionais castanhas assadas que os portugueses comem no dia 10 ou no dia 11 de Novembro de cada ano. No dia de S.MARTINHO. as fotos não sairam bem. Pudera! Quis fazer uma surpresa à direção, aos professores e alunos, (mas só pensei nisto na 5ª.feira à noite!) Fiquei toda a noite de 5ª. feira a escrever no computador e toda a noite de 6ª. a colar as fotos. Na primeira noite dormi 3 horas, na última dormi 1h25 minutos. Quando o despertador tocou, pareceu-me que mal tinha adormecido. Mas fui bem disposta e bem disposta regressei, embora na minha face se note o cansaço. Ainda por cima viajando de comboio na ida e regresso. Quando se abraça um projeto tem de ser de corpo e alma, com dedicação. O livrinho-album  continha, além do HISTORIAL DA UNIVERSIDADE SÉNIOR, desde a sua inauguração, dois poemas meus. Um com o título de SOLIDÃO o outro com o título de SER VELHO. Este já tinha sido publicado no jornal Página Beirã a 1-11-1999 ano internacional do idoso.
Porquê tantas horas a escrever uma história? Comecei por referir como apareceu o sonho de implantar uma Universidade Sénior na minha terra - apesar de não viver lá desde os meus 12 anos e não esperar ir viver para lá podendo assim utilizá-la. O sonho surgiu há uns 15 anos e até o dia ficou marcado no historial. Esta parte não foi difícil nem demorada, foi uma noite de trabalho. Mas colar as fotos? A prática de colar as fotos não é muita... as fotos parece que cresciam. Quantas mais colava, mais apareciam para colar!!!
A tradicional jeropiga e a água pé 
No fim resultou um livrinho bem bonito. Para finalizar e dar cor,  uma fita lilás outra fita amarela, as cores da Bandeira de Carregal do Sal, cores que são também utilizadas na Bandeira da USCSAL - Universidade Sénior de Carregal do Sal. Aqui fica o relato do fotografo (Farol da Nossa Terra):
"Inaugurada há pouco mais de meio ano, a Universidade Sénior de Carregal do Sal (USCSAL) assinalou no sábado, 10 de Novembro, pela primeira vez, o dia de Martinho, reunindo alunos, professores, familiares e convidados num magusto de convívio.
Realizado ao final da tarde, juntou mais de meia centenas de participantes no refeitório da Escola Secundária, cedido pelo Agrupamento de Escolas para o efeito, incluindo o respectivo serviço de cozinha.
As boas vindas foram dadas pelo presidente da direcção da USCSAL, Artur Fontes, em intervenção de agradecimento aos presentes, depois complementada pela mentora e co-fundadora desta universidade sénior, Celeste Cortez, deslocada propositadamente de Cascais. Após se regozijar com a numerosa adesão de alunos e de gente amiga, Celeste Cortez fez oferta à USCSAL de um caderno com o seu historial, com o título "ECOS DO MEU SONHO" e de exemplares dos livros “O Meu Pecado” e “Mãe Preta”, de sua autoria para a Biblioteca e para leitura na aula de português. Ofereceu também um CD da Tuna da Universidade de Sintra, a que pertence juntamente com seu marido, com intenção de despertar entusiasmo para a criação de uma tuna entre os alunos da USCSAL. ***
Das palavras passou-se ao farto e diversificado repasto que antecedeu as tradicionais castanhas assadas. Entre as diferentes bebidas, e como não podia deixar de ser, também a jeropiga e a água-pé deram expressão à tradição.
Depois dos estômagos bem compostos, deu-se vez a alguns momentos de animação, com um dos alunos a tocar acordeão, enquanto outros cantavam ou dançavam em alegre e saudável confraternização.
Se não comeram este ano, ainda estão a tempo. Em Portugal
encontram-se homens e mulheres a vender castanhas quentes
nas ruas, em lugares próximo de passagem de multidões.
(próximo de campos de futebol, de estações de comboios,
perto do metropolitano, etc).
Já com o apetite aberto para o resto do repasto, por fim chegou o caldo verde, acabado de confeccionar pelas hábeis mãos da cozinheira Rosa Macedo, também co-fundadora da USCSAL.
Viveu-se, sem dúvida, um agradável convívio, em que a USCSAL e os seus alunos se empenharam para que o mesmo redundasse num verdadeiro êxito".
 
*** Não vai ser difícil formar uma Tuna. Soube por uma aluna que já tinha sido abordado um professor de música. Também conversei com ele para o convencer. E... para o ano, por esta data,  quem sabe se a Tuna actuará? Nada é impossível.
 
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