sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

 Homenagem às boas recordações.
                         - artigo I -

BEIRA - MOÇAMBIQUE (do outro lado do mar, no Oceano Indico)
Em 1955 ou 1956, ainda muito jovem, entrei para o orfeão do Padre Amantino Ferreira, e para o grupo de danças regionais ensaiado por Artur de Campos (meu pai), no Grupo Eduardo Brazão, na Beira (em frente à escola Eduardo Vilaça e Catedral. Só a rua separava a agremiação cultural, a escola e a Catedral! Na Avenida da República.
Desse tempo era a canção "O mar no fundo", que o Orfeão do Grupo Eduardo Brazão cantava. A 4 vozes, muito bem ensaiada pelo Padre Amantino. Eu era ainda bem novinha, pela primeira vez cantei, vestida de branco, no meu primeiro vestido comprido.
- Que bem que lhe fica, menina - dizia a modista. E minha mãe aplaudia com os olhos. E com um sorriso maroto também. Provavelmente pensando - a quem o diz ela, a quem o diz, senhora. Então não fica tudo bem à minha menina? Ela é tão jeitosinha.
O que não ficará bem a uma menininha tão novinha? Pensaria eu se tivesse idade para saber destas coisas. Mas não sabia. Juro que nunca reparei se era ou não jeitosa. Seria menos jeitosa do que minha mãe pensava, mais do que as invejosas (se as houvesse!) desejavam, e q.b. para quem gostasse de mim.
Q.b.? Mas isto não se usa só em culinária? Este q.b. de "quanto baste" está aqui a mais. Só se usa para especiarias, açucar e coisas assim.
Mas que o vestido era bonito, isso era. Branco, tecido tafetá, com laços também de cor branca,  "lavrados" no tecido. Suponho que o tecido foi comprado no Dayaram ou no Ramchand, aquele em frente à Pastelaria Scala, este em frente aos Correios. Lembram-se? E o feitio? Ah, realmente um primor.
Amanhã ou outro dia conto mais. Conto tudo. Por agora, vou à procura da canção... "O mar no fundo".  E quando a encontrar, venho aqui (ao blogue, não necessáriamente a esta página que já vai longa)  falar-vos de pessoas daquele tempo, da nossa Beira, gente que muitos conhecerão - e não sei por onde andam. Talvez - quem sabe? - vocês conheçam. Se conhecerem, digam-me. Digam que estão bem, é isso que quero saber, que estão bem. Que estão todos bem. Até lá, fico abraçada às saudades... do tempo que vai e não volta.  
Um abraço com amizade, Celeste Almeida de Campos ( Cortez Silvestre pelo casamento).


DEUS CAPACITA OS ESCOLHIDOS




DEUS CAPACITA OS ESCOLHIDOS

Conta certa lenda,
que estavam duas crianças
patinando num lago congelado.
Era uma tarde nublada
e fria e as crianças brincavam despreocupadas.
De repente, o gelo se quebrou
e uma delas caiu,
ficando presa na fenda que se formou.
A outra, vendo seu amiguinho preso
e se congelando, tirou um dos patins
e começou a golpear o gelo com todas
as suas forças, conseguindo por fim
quebrá-lo e libertar o amigo.
Quando os bombeiros chegaram
e viram o que havia acontecido,
perguntaram ao menino:
- Como você conseguiu fazer isso?
É impossível que tenha conseguido quebrar o gelo,
sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!
Nesse instante, um ancião que passava pelo local,
comentou:
- Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
- Pode nos dizer como?
- É simples - respondeu o velho.
- Não havia ninguém ao seu redor,
para lhe dizer que não seria capaz.


"Deus fez-nos perfeitos e não escolhe os capacitados,

CAPACITA OS ESCOLHIDOS.

Fazer ou não fazer algo só depende
de nossa vontade e perseverança



Confie...

As coisas acontecem na hora certa.
Exatamente quando devem acontecer!
Momentos felizes, louve a Deus.
Momentos difíceis, busque a Deus.
Momentos silenciosos, adore a Deus.
Momentos dolorosos, confie em Deus.
Cada momento, agradeça a Deus.


Email que anda na internet.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

MALANGATANA

MALANGATANA - Nasceu a 06-06-1936 em Matalana, Moçambique - Faleceu a 05-01-2011 (Hospital Pedro Hispano) - Matosinhos.

Quando morre uma pessoa, o mundo fica mais pobre. Quando morre um génio, o mundo não mais recupera a sua perda, é a minha convicção.

A minha homenagem ao famoso pintor, representante cultural de Moçambique, está nas páginas 418/420 (na 2ª. edição está na página 407, 408 e 409)  do romance "MÃE PRETA", romance que finalizei em meados de 2008 (antes de Malangatana ter falecido)  e aqui deixo registado: 

CAPÍTULO XXV
– Meninas, hoje vamos começar a nossa aula a falar de um pintor moçambicano ainda muito jovem (O romance referia-se aos anos 60 do século passado!) que já tem uma fama extraordinária, já expôs e ganhou prémios. Sabem quem é?
– Sô Doutor, se calhar, é um novo Miguel Ângelo – disse a Cristina, a brincar.
– O Miguel Ângelo era italiano, não era moçambicano – disseram várias alunas ao mesmo tempo.
– Este pintor moçambicano é natural de Matalana, distrito de Marracuene, e chama-se Malangatana Valente Ngwenya. A sua pintura é inédita, criou um estilo próprio, inconfundível. Pinta as mulheres da nossa terra, com as suas capulanas coloridas, umas a darem o leitinho aos filhos, outras a levarem as suas crianças pela mão. Em Lourenço Marques, já fez exposições em 1959 e em 1961. Numa delas teve um segundo prémio ex aequo.
– O que é isso, Sô Doutor?
– Ó meninas, mas isto não é uma aula de latim. Mas vá lá: ex aequo quer dizer que o prémio foi repartido por ele e por outro pintor. Tinha sido uma exposição… digam, meninas digam: cole…
– Colectiva, Sô Doutor.
– Isso mesmo, meninas. Em 1961, fez uma exposição individual. É considerado o mestre das artes, o maior artista moçambicano. Nasceu em 1936, começou a pintar aos dez anos de idade. Mas há mais pintores, jovens, moçambicanos. Admiro a pintura deste especialmente, por isso vos falo dele em primeiro lugar.
– Sô Doutor – disse a Glorinha a rir – tenho de lhe pedir para pintar a minha folha da prova de exame, se não, não passo a desenho…
Do fundo da sala, ouviu-se uma voz:
– Pede à ............................(deixo esta parte para os leitores lerem o romance "Mãe Preta" e depois enviarem-me os vossos comentários). 
- Bom, e, já que falámos muito, agora vamo-nos concentrar na nossa aula de desenho. E prometo que na próxima trago um pequeno quadro do Malangatana para apreciarmos a sua obra-prima. Não resisti a falar-vos dele. É um pintor excepcional.

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Assim como escrevi no romance MÃE PRETA,concordo que MALANGATANA é um pintor excepcional.
Um bom artista, tem sempre com ele as ferramentas de trabalho, por isso, rogo-te, MALANGATANA, pinta nesse espaço especial onde agora estás, um bonito quadro para todos nós. Que seja o melhor de todos os teus quadros. Um quadro que inclua saúde, felicidade, paz mundial.
Para mim em particular - que nunca consegui comprar um quadro teu - pinta aquele que eu desejo e mereço. Tu sabes qual é. OBRIGADA, MALANGATANA.
Um abraço saudoso da Celeste Cortez

Celeste Almeida de Campos Cortez-Silvestre
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